Tuesday, February 27, 2007

PAQUETE SEMI-SUBMERSO

Imagens do antigo paquete PONTA DELGADA semi-afundado no cais do Poço do Bispo, em Lisboa, obtidas de bordo do PRÍNCIPE PERFEITO a 24 de Fevereiro.
Último navio de passageiros construido em Lisboa, o PONTA DELGADA entrou ao serviço da Empresa Insulana em 1962 e assegurou as ligações entre as ilhas dos Açores até 1984. Pertenceu depois à COMTRAMAR, com cujas cores esteve em Moçambique a fazer serviço de cabotagem em 1988.
A falência da COMTRAMAR traduziu-se em 13 anos de agonia para o pequeno paquete que no dia 3 de Junho de 2001 se afundou junto ao cais onde estava abandonado, depois de totalmente vandalizado ao longo dos anos. Enfim um monumento assinalável neste nosso País de Marinheiros.

THE PONTA DELGADA WRECK
The former Portuguese mini-liner PONTA DELGADA of 1962 photographed in Lisbon on 24 February 2007 as she looks now six years after sinking. Built for the Empresa Insulana Azores inter-island service she operated between 1962 and 1984, the PONTA DELGADA was later owned by COMTRAMAR and operated as a coastal liner in Mozambique in 1988 and as a cruise ship in Portugal. Following the failure of COMTRAMAR, the PONTA DELGADA lay in Lisbon fo 13 years until she sunk on 3 June 2001.

Copyright photos by Luís Miguel Correia - 27 February 2007

Monday, February 26, 2007

Exposição OS SUBMARINOS NA ARMADA PORTUGUESA

Vai estar aberta ao público no Palácio da Independência, em Lisboa, uma exposição de fotografia sobre o tema OS SUBMARINOS NA ARMADA PORTUGUESA.
A exposição estará patente ao público de 6 de Março a 5 de Abril de 2007, no Palácio da Independência, ao Largo de São Domingos, nº 11, junto ao Rossio, todos os dias úteis, das 15h00 às 18h00.
Trata-se de mais uma exposição promovida e coordenada pelo Sr. Cte. José Ferreira dos Santos, ilustre oficial da Marinha Mercante e veterano da antiga Companhia Colonial de Navegação, que aqui vemos na fotografia a bordo do PRINCIPE PERFEITO, no Sábado passado.
Embora seja oficial da Marinha Mercante, o Cte. Ferreira dos Santos é um especialista em assuntos ligados a navios de guerra. Colaborador regular das prestigiadas REVISTA DA ARMADA e REVISTA DE MARINHA, tem por inúmeras vezes organizado exposições com base na sua colecção pessoal de fotografias e nos seus conhecimentos inesgotáveis.
Uma exposição a não perder...


O TEJO NO PRINCIPE PERFEITO

A SAILOR GIRL do blogue ATLANTICO AZUL reflectindo o seu espírito de marinheira numa das janelas do PRINCIPE PERFEITO

No último Sábado, 24 de Fevereiro, um grupo de algumas dezenas de entusiastas do mar embarcaram no PRINCIPE PERFEITO para um cruzeiro no Tejo. Uma oportunidade para rever Amigos, alguns visitantes do Blogue dos Navios, o em peso Atlântico Azul, do Centro Náutico da Moita, um pretexto para viver e sonhar o Tejo por umas horas muito agradáveis.
Em breve o Blogue dos Navios e do Mar irá propor outros passeios no PRINCIPE PERFEITO.

O CAPITÃO ARMADOR

Mais frequente nos países nórdicos, a figura do Capitão-Armador tem pouca tradição em Portugal, mas ganhou recentemente no RAFAEL SILVA um entusiasta convicto.
Comandante do lugre PRINCIPE PERFEITO e principal impulsionador da VELTAGUS, o Rafael proporcionou no sábado umas horas agradáveis no Tejo a umas dezenas de passageiros. A bordo vivia-se a alegria de descobrir e viver o Tejo num lugre de três mastros.
Parabéns ao Rafael pela excelente iniciativa e desejos de merecido sucesso.
O PRINCIPE PERFEITO está a iniciar os cruzeiros no Tejo: em Março haverá partidas todos os Sábados e Domingos, pelas 10h00, do Cais da Rocha. A partir de Abril serão cruzeiros diários. Vale a pena...

Friday, February 23, 2007

PASSEIO NO PRINCIPE PERFEITO COM O BLOG DOS NAVIOS E DO MAR

Amanhã, sábado 24 de Fevereiro, o lugre PRINCIPE PERFEITO, da empresa Veltagus larga da Doca de Alcântara, pelas 10h00 da manhã, para um passeio no Tejo dedicado em especial a entusiastas de navios. A viagem termina pelas 12h30 com o regresso ao local de partida, junto à ponte móvel da Rocha do Conde de Óbidos. Preço por passageiro: adultos €22, crianças €12.
Contará com a presença do editor do Blogue dos Navios e do Mar, Luís Miguel Correia, sendo aberto aos habituais visitantes do blogue: uma forma de nos conhecermos pessoalmente, falar de Lisboa a partir do rio, dos seus navios, etc... E não há melhor forma de ver a nossa bela Lisboa da Óde Marítima e dos navios.
Mais informações pelo telemóvel seguinte: 965139021

Thursday, February 22, 2007

QUE LINDO NOVO CORVO...



Vai ter este aspecto, dentro de alguns meses, o novo porta-contentores português CORVO.
Está a ser construído em Viana do Castelo para a Mutualista Açoreana de Transportes Marítimos, uma das mais antigas companhias de navegação nacionais, a servir os Açores desde 1920.
Digam lá se não é lindo? Já o estou a imaginar, ainda a cheirar a novo, na viagem inaugural, lá para Julho deste ano...
Este navio deve ser visto como um incentivo. Precisamos de muitos mais em Portugal: porta-contentores, graneleiros, petroleiros, paquetes...
Estou de facto inspirado por esta imagem do CORVO novo. Será o quinto navio desse nome na história da MUTUALISTA AÇOREANA. Grave é pensar que já ando a ver navios há tantos anos que fotografei os quatro anteriores..., embora o primeiro com outro nome, SILNAVE e as cores da Componave, seu último armador.
NAVIOS PORTUGUESES - PRECISAM-SE
Luís Miguel Correia - 22 Fevereiro 2007

FORAM-SE OS NAVIOS...

É caso para dizer, foram-se os navios, ficaram as loiças. Mas nem isso, porque os navios foram com tudo. Pelo menos no caso do belíssimo PRINCIPE PERFEITO, que foi vendido em Abril de 1976 com todo o recheio a bordo.
Quando recentemente foi vendido pelo último proprietário grego para desmantelar na India, um amigo meu de Los Angeles, o Peter Knego, comprou muitas peças de mobiliário do navio, loiças, os telégrafos da ponte de comando, acabando por transportar tudo em contentores até à Califórnia, incluindo diários de bordo.
Este prato do PRINCIPE PERFEITO de 1961 pode assim ser comprado em Los Angeles...

Monday, February 19, 2007

Paquete RITA MARIA de 1953

No âmbito da renovação da frota mercante nacional a seguir à segunda guerra mundial, seguindo as directrizes do Despacho 100 do Ministro da Marinha Cte. Américo Thomaz, a Sociedade Geral de Comércio, Indústria e Transportes mandou construir nos estaleiros da CUF, em Lisboa, quatro navios mistos de passageiros e carga destinados principalmente à carreira de Cabo Verde e Guiné, o maior dos quais foi o RITA MARIA, de que apresentamos duas fotografias, na fase final da sua existência, com as cores da Companhia Nacional de Navegação.
O RITA MARIA foi lançado à água no estaleiro da Rocha em Outubro de 1952 e entregue à Sociedade Geral um ano depois, a 6 de Outubro de 1953.
Em 1959 foi alongado, com a inserção de uma nova secção no casco, por vante do casario. Em 1972 foi um dos navios da S.G. transferidos para a CNN.
O RITA MARIA completou a última viagem em 1977 e foi vendido no ano seguinte, sendo desmantelado parcialmente e transformado em batelão. Como tal operou no Tejo muitos anos ao serviço da empresa SOCARMAR.
O RITA MARIA transportava 70 passageiros.
Texto de L. M. Correia. Fotos de LMC (PB) e da colecção L. M. Correia - 19 Fevereiro 2007

Saturday, February 17, 2007

A SPECIAL THANK YOU - OBRIGADO

My assistant GARFIELD and myself would like to thank all the friends who have sent their messages concerning our first anniversary.
GARFIELD was particularly touched by Sailor Girl's friendly enthusiasm. We both have enjoyed very much doing this Blog and sharing all our interests with so many visitors and friends from all corners of the world. The internet is really a free worldwide space where ship enthusiast can cruise almost for ever.
So let's continue doing more of the same and keep in touch...
To be a ship photographer and enthusiast is something of a very special gift made of special moments. Just like the one associated to the photograph of the Wind Star taken off Mykonos some time ago... The perfect spot, the perfect ship, the perfect blue environment to make us all dream and continue sailing the perfect blue seas of our imagination...

Luís Miguel Correia with the ever present assistant GARFIELD - 17 February 2007

Friday, February 16, 2007

UM ANO - 30.000 VISITANTES

Foi há exactamente um ano que começámos este BLOGUE dos NAVIOS e do MAR. Tem valido a pena, pelos Amigos que entretanto conhecemos, pelos 220 artigos publicados, pela partilha com 30.000 visitantes do nosso gosto pelos navios e o mar azul.
Assim, hoje estamos embandeirados em arco, como forma de agradecimento a todos. Resta-nos prometer continuar e fazer melhor.

Exactly one year ago we decided to start this SHIPS & THE SEA BLOG. It has been very much a work of love.
Over those last 12 months we have contacted many new and old friends sharing our common passion for ships and all blue water matters.
Yesterday we registered our 30.000th visitor.
Thanks to you all and hope to continue doing more of the same or better if possible.
Best wishes from LUÍS MIGUEL CORREIA - 16 February 2007

AZORES FERRIES 2007


ATLÂNTICOLINE, the ferry company set up by the Azores Regional Government announced the inter-island ferry services for the 2007 season. Following the loss of the contract held by TRANSMAÇOR, this season the service will be done by two time chartered passenger ferries: the Portuguese ILHA AZUL, scheduled to operate from 7th May until 4th October, and the Greek EXPRESS SANTORINI, from 18th June until 30th September.
Hotel staff and commercial operations will be provided by ATLANTICOLINE.
Text and copyright photo by LM Correia - 16 February 2007

AÇORES INTER-ILHAS 2007



O Governo Regional dos Açores anúnciou no passado dia 12 de Fevereiro que o serviço público de transporte marítimo de passageiros e viaturas entre as ilhas vai ser assegurado este ano, de Maio a Outubro pela empresa ATLÂNTICO LINE.
Serão utilizados dois navios afretados a tempo: ILHA AZUL, propriedade da TRANSMAÇOR, que está imobilizado em Lisboa e deverá operar nos Açores de 7 de Maio a 4 de Outubro, e EXPRESS SANTORINI, que vai fazer as ligações inter-ilhas de 18 de Junho a 30 de Setembro.
Será da responsabilidade da ATLÂNTICO LINE a comercialização das viagens e a gestão do pessoal de câmaras a bordo dos navios, sendo a restante tripulação assegurada pelos armadores dos navios afretados.
O afretamento destes navios vai custar 5.8 milhões de Euros.
O ILHA AZUL vai operar nos Açores pelo segundo ano. Foi construído em Espanha em 1980 e chamou-se de início BAHIA DE CEUTA.
O EXPRESS SANTORINI é mais antigo, pois foi construído em França em 1974 com o nome CHARTRES, para a SNCF - caminhos de ferro franceses -, tendo assegurado a travessia do canal da Mancha até 1993. Nesse ano foi vendido para a Grécia passando a fazer o serviço inter-ilhas na Grécia. Curiosamente, se no seu afretamento tivesse sido aplicado o critério limitativo da idade que serviu em 2005 de argumento para retirar do serviço o GOLFINHO AZUL, este navio, agora com 33 anos, não iria navegar nos Açores no verão próximo. Mas discordamos destes critérios sobre a idade dos navios, pois o que de facto é importante é a certificação dos navios e o seu estado real de conservação.
Texto de LM Correia - Foto do ILHA AZUL de LMC. Foto de EXPRESS SANTORINI de George Koutsoukis- 16 Fevereiro 2007

GORDON ELLIS E A COLONIAL

Coleccionar postais de navios é uma forma de cultivar o gosto pelos navios que venho seguindo desde os meus quatro anos. Das companhias de navegação portuguesas era a Companhia Colonial quem editava os postais mais bonitos, para isso muito contribuindo os quadros dos navios pintados por Gordon Ellis e reproduzidos em postais.
Era sempre um gosto entrar no escritório da CCN na rua de São Julião e pedir postais no balcão. Vinha sempre a colecção completa, dentro de um envelope com a bandeirinha da companhia no verso.
Gordon Ellis era um jovem artista escocês que trabalhava no estaleiro John Brown quando a CCN ali construiu os gémeos PÁTRIA e IMPÉRIO, proporcionando-se a encomenda de quadros alisivos aos navios da nova frota então en construção: os paquetes atrás referidos, os cargueiros BENGUELA, GANDA, AMBOIM e LUANDA e os cargueiros costeiros CHAIMITE, NAMPULA e SENA.
Seguiram-se os paquetes VERA CRUZ, de que foram feitos dois postais diferentes a partir de originais de Gordon Ellis, SANTA MARIA e UIGE. O artista pintou igualmente os navios LOBITO e INFANTE DOM HENRIQUE, mas não se fizeram postais destes originais.
Para além dos navios da CCN, Gordon Ellis pintou igualmente o navio-hospital GIL EANNES de 1955.
Hoje estes navios fazem parte do nosso imaginário, só o GIL EANNES exista ainda, preservado em Viana do Castelo.
Quando a CTM fechou em 1985 tive oportunidade de comprar 50.000 exemplares de postais dos navios da Colonial, que nunca tinham chegado a ser distribuidos a bordo aos passageiros. Ainda tenho muitos disponíveis conforme lista no blogue dos POSTAIS DE NAVIOS.


Thursday, February 15, 2007

UNIVERSE CAMPUS


Another former American Export Lines classic liner, the UNIVERSE CAMPUS ex ATLANTIC, photographed here on her final visit to Lisbon in the summer of 1975.
When purchased by AEL and refited back in 1960 she had the largest swimming pool of any passenger ship in the world, and I must say I do remember seeing that pool in 1963 while the ship was docked in Funchal, Madeira.
Like the OCEANIC INDEPENDENCE, the former ATLANTIC shows her Orient Overseas livery in the photograph.
Copyright photo by L. M. Correia UNIVERSE company postcard from the LMC collection - 15 February 2007

LUBECK LINIE REGINA MARIS


The REGINA MARIS of 1966 was the first brand new cruise ship designed and built for a German owner after WW2. She belonged to the Lubeck Linie and visited Lisbon several times. I was lucky to take that photo on what proved to be her final call to Lisbon in her original form.
Later she returned under the same name but registered in Singapore and
operated by Peter Deilmann.
She was later sold to John Latsis of Greece, becoming his yacht ALEXANDER. As such she was extensively rebuilt in Germany... In 1999 George Potamianos bought several ALEXANDER lifeboats (she was registered in London) that were transported to Lisbon aboard his FUNCHAL and later used on the ARION, then being rebuilt in Lisbon.
Copyright photo by Luís Miguel Correia - 15 February 2007

SPLENDID SISTERS



To quote John Mabber book's title on the Shaw Savill Line twins SOUTHERN CROSS of 1955 and NORTHERN STAR of 1962, the Splendid Sisters had very different fortunes over their careers.
While the SOUTHERN CROSS was able to find further successful employment after her original SSL service came to an end in 1971, the newer larger ship, the NORTHERN STAR sailed the seas for only 13 years and was withdrawn from service late in 1975 and sold for scrap.
As CALYPSO, and under subsequent names, the SOUTHERN CROSS was able do sail on for 50 years. She was a lucky ship up to the very end.
Further images of those ships taken in Lisbon in 1975 can be seen at the LISBON CRUISE SHIPS blog.
Copyright photos by Luís Miguel Correia - 15 February 2007

THE OCEANIC INDEPENDENCE in 1975

One of the most interesting passenger liners I was able to photograph in 1975 was the Orient Overseas Lines' OCEANIC INDEPENDENCE.
She made three round voyages between Walvis Bay and Lisbon in September, October and November 1975 with refugees from Angola who had crossed the Desert of Namibia following the independence of Angola. The Government of South Africa chartered the ship but later the bill was sent to the Government of Portugal for payment...
The b&w picture shows the OCEANIC INDEPENDENCE berthed at Rocha terminal with her beautiful classic counter stern very much in evidence. This magnificent liner had been built in USA for the New York - Mediterranean express service in 1951 with her sister ship CONSTITUTION. Both ships visited Portuguese ports of Lisbon, Ponta Delgada and Funchal many times during the fifties and sixties until laid up in US waters.
By 1974 both were sold to C. Y. Tung's Orient Overseas Lines of Hong Kong and after a short spell of cruises out of South Africa, the former INDEPENDENCE returned to Lisbon and then sailed for Hong Kong and a long period of lay up. However by 1980 she was refitted and positioned in Honolulu under the U.S. flag for Hawaii cruises and her original name was reinstated again in 1983. She was very successful in the Pacific and remained in service until 2001 when her owners American Hawaii Cruises went bankrupt. The former INDEPENDENCE has been laid up in San Francisco since late 2001 and now belongs to the NCL Group.
The photos show the ship in Lisbon in October 1975, an original post card in black hull livery, another company card in white livery and a nice post card depicting the two sisters in Honolulu late in their careers.
Words and b&w photo copyright L. M. Correia. Post cards from the LMC collection, except the final one that belongs to L. Guthrie - 15 February 2007

SOVIET LINERS IN LISBON

From my early pictures' album, I particularly like those two images of Soviet passenger liners on their first visits to Lisbon: the SHOTA RUSTAVELI docking at the Rocha Passenger Ships Terminal on 23rd March 1975 on the first call ever of a URSS passenger ship to Lisbon; the LEONID SOBINOV docking at Alcântara also doing her first call since sold by Cunard to the Soviets in 1973.
The SHOTA RUSTAVELI was the fourth of five sisters of the IVAN FRANKO-class, and was built in East Germany in 1968. She was doing a round the world liner voyage and shared her berth in Lisbon with ITALIA's CRISTOFORO COLOMBO, then a regular visitor on her Mediterranean - Brazil - Plata service. Like most Soviet liners, the SHOTA RUSTAVELI looked in need of some attention to her hull, with rust and an image of neglect...
The LEONID hull was also far from pristine... She was doing a series of summer cruises for CTC Cruises of London, and I enjoyed her calls particularly, for she had been built as the original Cunarder SAXONIA in 1954, converted for cruising in 1963 as the CARMANIA and sold ten years later to the URSS "en block" with her sister FRANCONIA. Both ships visited Lisbon several times over the years although not very often...
When I started taking photos of passenger ships in Lisbon in February 1975, the Soviet Union had the largest fleet in the world. Most of the older ships had been taken over from Germany in 1945 and rebuilt. This original fleet was followed by several classes of new ships, including the MIKHAIL KALININ-class, formed by no less than 19 sisters, built in East Germany in 1958-1964, the IVAN FRANKO-class (five ships introduced 1964 to 1973) or the then brand new Finland-built five sisters of the BYELORUSSIYA class... The flagship was the MAKSIM GORKIY, the former German HAMBURG of 1969, who still visits Lisbon regularly and must be nearing the end of her working life, still in steam, still looking very German and modern-sixties...
Copyright photos and words by Luís Miguel Correia - 15 February 2007

Wednesday, February 14, 2007

TRADIÇÃO DAS FIGURAS DE PROA




A companhia de navegação norueguesa Fred Olsen Lines foi a última grande empresa armadora a manter a tradição das proas dos seus navios decoradas com carrancas, podendo um dos mais atraentes exemplos desta prática ser ainda hoje observado na proa do paquete de cruzeiros BLACK PRINCE, de 1966.

Uma forma muito atraente de embelezar os navios, que a Fred Olsen soube transformar em arte.

Hoje a empresa tem uma importância crescente no mercado britanico de cruzeiros, com quatro paquetes a operar e mais um adquirido...

Texto e imagens de L. M. Correia - 14 Fevereiro 2007

Monday, February 12, 2007

ACERCA DA VENDA DO SANTA MARIA


Porque é que o SANTA MARIA foi desmantelado com apenas 19 anos? - pergunta da Sailor Girl!
Por diversas razões.
A mais óbvia reside no facto de ninguém o ter querido comprar para continuar a operar.
A conjuntura era desfavorável a este tipo de navios. O SANTA MARIA tinha sido construído no início dos anos cinquenta segundo um projecto desenvolvido em 1949, com o objectivo expresso de fazer a linha regular Lisboa - Brasil. Grande parte dos alojamentos para os 1182 passageiros que o navio transportava destinavam-se ao transporte de emigrantes. Estes eram transportado em condições melhores do que noutros navios da época, mas na sua maioria em camaratas. Só os camarotes destinados aos 156 passageiros de Primeira Classe tinham casas de banho privativas e níveis de conforto compatíveis com os padrões esperados num navio de cruzeiros no início dos anos setenta. Havia depois camarotes para 226 passageiros em Segunda Classe sem casas de banho privativas e camarotes para 200 passageiros em Terceira Classe igualmente sem casas de banho. Havia ainda uma chamada Terceira Classe suplementar com capacidade para 600 passageiros alojados em camaratas.
Quando entrou em serviço em Novembro de 1953 o SANTA MARIA era um navio moderno, mas na década de sessenta construíram-se navios muito melhores, com predominância de classes turísticas, alguns com casas de banho privativas em todos os camarotes, e os navios contemporâneos do SANTA que sobreviveram foram gradualmente modernizados e adaptados às novas tendências do mercado. Isto só parcialmente se fez no SANTA MARIA, que em 1967 sofreu uma reconversão dos alojamentos dos emigrantes, sendo esses espaços aproveitados para novos camarotes de turística, com melhores condições.
A Companhia Colonial de Navegação era uma empresa virada essencialmente para as ligações Metrópole - África Portuguesa e nessas linhas ganhava dinheiro essencialmente no transporte de cargas e tropas. Os navios de passageiros maiores eram muito dispendiosos e provavelmente nunca ganharam dinheiro que se visse. O mesmo aconteceu com o FUNCHAL, único sobrevivente actual dessa frota de paquetes portugueses que em 1966 chegou a contar com 26 unidades.
O FUNCHAL só começou a ganhar dinheiro depois de ser vendido em 1985 ao armador George Potamianos.
Voltando ao SANTA MARIA, o empenho da Colonial na sua manutenção em serviço não era grande. A empresa estava autorizada a proceder à sua venda desde 1971 e quando no princípio de 1973 os custos com os combustíveis passaram a ser exorbitantes, a empresa aproveitou uma avaria técnica para retirar da carreira o navio e vendê-lo. De qualquer forma estava programada a retirada de serviço em Outubro de 1973.
Nessa época havia muitos navios semelhantes aos nossos ou melhores para venda, e a maior parte das frotas das companhias tradicionais com navios de passageiros vocacionados para os serviços de linha regular acabaram prematuramente nas mãos de sucateiros, ou foram salvos in-extremis para conversão para cruzeiros (caso do famoso FRANCE, imobilizado em França em Setembro de 1974 com apenas 12 anos de serviço activo e vendido em 1979 para a Noruega).
Houve casos de navios mais modernos e melhor equipados para cruzeiros que o SANTA MARIA que foram demolidos com menos anos de serviço. O caso mais flagrante foi o do paquete inglês NORTHERN STAR, construído em 1962 e que foi vendido para a sucata em 1975, com apenas 13 anos. Também mais ninguém o queria.
A lista de outros navios famosos subaproveitados e que nessa época acabaram na sucata é imensa. Praticamente toda a frota estatal italiana, por exemplo, a começar pelos super-famosos gémeos RAFFAELLO e MICHELANGELO, construídos em 1965 e que só navegaram 10 anos...
Na vida dos navios há também a considerar o factor sorte, como em tudo na vida. Um exemplo: a Canadian Pacific construiu dois navios gémeos de características semelhantes ao SANTA MARIA, o EMPRESS OF BRITAIN em 1956 e o EMPRESS OF ENGLAND em 1957. O primeiro ainda navega com exito e com as turbinas originais, apesar do custo elevado da sua exploração. O segundo foi vendido para a sucata em 1975 com apenas 17 anos de serviço, apesar de três anos antes o armador ter gasto uma fortuna na sua reconversão para cruzeiros.
Na época havia a ideia firme de que os grandes paquetes eram uma extravagância do passado. Os que pensavam assim desapareceram quase todos, pois os cruzeiros tiveram um crescimento explosivo a partir de 1970 e só os empresários de visão beneficiaram com este mercado. Podia ficar aqui a escrever o resto do dia acerca da venda do SANTA MARIA...
Luís Miguel Correia
Fotografias da colecção LMC: postal do navio segundo pintura de Gordon Ellis, e imagem feita no Funchal pelos antigos fotógrafos Perestrellos - 12 Fevereiro 2007

Friday, February 09, 2007

DOCA DE ALCÂNTARA ANOS SESSENTA

Em especial dedicado ao nosso ilustre Amigo AVER NAVIOS, um postal da Doca de Alcântara, também dos anos sessenta. Fotografia tirada do Jardim 9 de Abril, vulgo Jardim da Rocha. O INFANTE em cujos salões decorreu o seu baile de finalistas da Escola Náutica. O INFANTE atracado à Rocha era sempre uma imagem magnífica, com as suas linhas imponentes e modernas.
Para além do INFANTE DOM HENRIQUE, iluminado e atracado ao caís da CCN, hoje espaço concessionado à LISCONT, vê-se a popa do PÁTRIA ou IMPÉRIO atracado à estação da Rocha.
Dentro da doca, em primeiro plano, o paquete AMÉLIA DE MELLO, que era na altura o navio almirante da Sociedade Geral (navegou de 1966 a 1971 na carreira de Angola), vendo-se ainda o NIASSA, da CNN, a descarregar no Entreposto Colonial.
Por EB do NIASSA, distingue-se o AÇORES, atracado ao cais dos CARREGADORES AÇOREANOS, actual espaço da TERLIS, e o rebocador de alto-mar MONSANTO, da CCN. De referir ainda que esta fotografia foi tirada num sábado ao anoitecer, pois o cais habitualmente utilizado pelos navios da Empresa de Navegação Madeirense, pela popa do AMÉLIA DE MELLO, está vazio. E todos os sábados pelas 9h00 saia o MADEIRENSE ou o FUNCHALENSE, rumo ao Funchal, regressando a Lisboa no Domingo da semana seguinte.
Que saudades destes navios...
Imagem da colecção LMC - Texto de Luís Miguel Correia - 9 Fevereiro 2007

SANTOS: o CAIS DA INSULANA

Último espaço portuária a ser desmaritimizado pela Administração do Porto de Lisboa, com a transferência do terminal da TRANSINSULAR para Santa Apolónia e posterior concessão do respectivo terrapleno para actividades lúdicas, o cais de Santos é hoje um cais morto.
Aspecto bem diferente apresentava Santos na década de sessenta, como mostra a imagem, reproduzida a partir de um postal ilustrado de Lisboa.
Santos estava então dividido em três sectores.
O cais nascente, conhecido como cais do Gás por durante muitos anos aí se descarregar combustível para a antiga fábrica de gás de São Paulo, era utilizado regularmente pelo navio de carga CORVO (II), da Mutualista Açoreana, que fazia viagens quinzenais Lisboa - Ponta Delgada, e se vê na imagem atracado com batelões ao costado.
A zona central era conhecida como cais da Empresa Insulana de Navegação, onde habitualmente atracavam os paquetes LIMA (que se vê na foto) e CARVALHO ARAÚJO, além de unidades mais pequenas, como os cargueiros TERCEIRENSE, MADALENA ou GORGULHO, e os paquetes CEDROS e PONTA DELGADA, nas suas vindas ao Continente para reparações e docagem. O FUNCHAL chegou a atracar em Santos diversas vezes também. A EIN tinha armazém próprio e este caís privativo era fechado.
A secção oeste do cais e respectivo travessão era conhecida como Entreposto de Santos e servia essencialmente a navegação estrangeira com carreiras para o Norte da Europa, havendo sempre navios costeiros atracados, com destaque para cargueiros holandeses e alemães.
Com a criação da CTM o cais de Santos passou a ser o terminal de carga para as Ilhas desta empresa, e quando em 1985 a TRANSINSULAR lhe sucedeu, Santos manteve a mesma funcionalidade.
Esta fotografia foi tirada a partir de um dos pontões então usados para apoio das embarcações de pesca que aí descarregavam o peixe, que seguia para a lota do Caís do Sodré. Esta actividade foi transferida para a última doca a ser construída no porto de Lisboa, em 1966, a Docapesca, em Algés.
Em termos técnico o problema do cais de Santos reside na tendência para o assoreamento do cais e bacia de manobra, exigindo dragagens regulares e dispendiosas. Durante muitos anos Lisboa dispunha de material de dragagem diverso, desde dragas a batelões de descarga, uns propriedade da AGPL outros da Direcção Geral de Portos, que depois deu origem à empresa Dragapor. Na época não se concebia a existência de portos -os chamados portos principais, com destaque para Lisboa- sem que estes estivessem apetrechados com meios de dragagem próprios. Havia também rebocadores e guindastes flutuantes - as cábreas - detidas e operadas pela AGPL.
Com os desinvestimentos sistemáticos efectuados no porto de Lisboa na área dos equipamentos marítimos, deixaram de haver meios de dragagem próprios, primeiro passo para se deixar de dragar determinados cais. Quanto a Santos, é pena que não se tenha encontrado uma utilização alternativa para este caís, que com pequenos melhoramentos e infraestruturas podia ser utilizado por navios de cruzeiros de pequena e média dimensão, ajudando a revitalizar a zona e diminuindo a pressão de falta de caís nos terminais de Alcântara, Rocha e Santa Apolónia nos períodos de maior afluência de navios, em Maio e Setembro.
Imagem da colecção LMC - Texto de Luís Miguel Correia - 9 Fevereiro 2007

Wednesday, February 07, 2007

OLYMPIC, THE HAPPY TITANIC SISTER

At Sailor Girl's request, here they are, two beautiful post cards of the White Star Line steamer R.M.S. OLYMPIC, the original ship of the planned three sisters and the only one of the three to end at the breakers hands...
Those post cards are part of the Luís Miguel Correia collection in Lisbon. They were published by White Star as publicity material and were distributed onboard the ship to passengers and visitors as a ship's souvenir. In time they became collectors' items.
The 45,324 GRTons transatlantic liner OLYMPIC was built in Belfast by the famous shipyard Harland & Wolff (the last great liner built by them was the CANBERRA of 1961) for the Southampton - New York express service.
The first of three planned sisters, the OLYMPIC was launched on 20th October 1910 and delivered to the WSL the following 31st May. She was the largest ship in the world when on 14th June 1911 sailed on her inaugural voyage. While her sister TITANIC became world famous for her unfinished single voyage, the OLYMPIC had a long and successful career sailing the Atlantic between the old and the new worlds with thousands of happy travellers onboard until she was withdrwan from service in 1935 and scrapped in Jarrow, Scotland.
She had a few small accidents, but was a reliable old ship to the end with her distinctive White Star / Harland & Wolff balanced and elegant profile. During WW1 she was converted for trooping and on one such voyage on 12th May 1918 the OLYMPIC was attacked in the North Atlantic by the German submarine U103, but she was able to avoid the torpedoes and better than that, she was able to ram the attacking submarine with her strong large bow and so she sunk the sub.
Two sisters were also built in Belfast, the TITANIC, delivered to WSL in April 1912, and the BRITANNIC, launched 26 February 1914 but owing to the war completed as an hospital ship in December 1915. She did not survive the war and was sunk by mines in the Aegean Sea on 21st November 1916. There were 1,134 souls onboard and 28 lost their lives in the accident.
White Star Line original post cards from the LMC collection - words by Luís Miguel Correia - 7 February 2007

Tuesday, February 06, 2007

ANTIGO MONTE GRANADA

O antigo ferry de cruzeiros espanhol MONTE GRANADA, construído em 1974 em Valência para a Aznar Line de Bilbao, e vendido em 1977 à companhia líbia General Maritime Transport Company, quando passou a chamar-se GARNATA, está a ser desmantelado em Aliaga, na Turquia, onde chegou recentemente com o nome GAR.
O navio era gémeo do TOLETELA ex- MONTE TOLEDO, que veio a Lisboa diversas vezes docar ao estaleiro da Rocha no tempo da Lisnave.
Com estes dois navios a Aznar Line operou ligações ferry entre Inglaterra e o Norte de Espanha no período de verão, e cruzeiros Inglaterra - Canárias, em concorrência com a Fred Olsen Line e os seus famosos Blacks...
Fotografia de Selim Sam, de Izmir, Turquia

LINDA CARRANCA AZUL

Digam lá se esta lindíssima carranca azul do CHRISTIAN RADICH não faz lembrar a nossa comadre SAILOR GIRL do blogue ATLÂNTICO AZUL?

O tal Atlântico Azul, onde o Mar é mais Lusitano. Um blogue com o cheiro da maresia e a frescura do Atlântico. Um espaço em que o sonho se funde com a realidade, em que a Felicidade se forma como as ondas do Oceano. Ao sabor das marés e da Lua.

O MAR no feminino em todas as dimensões, com direito a bandeira e tudo...

Antiga secção de passagens da INSULANA


Era aqui, neste escritório da Rua Augusta, actualmente ocupado pelas Viagens Executivo, que funcionava durante muitos anos o escritório da secção de passagens da Empresa Insulana de Navegação.

Depois em 1974 passou a ser a da CTM, e por fim em 1985 quando se liquidou a CTM ficou a actual gerência com as instalações...

Aqui se faziam as reservas e compra de bilhetes para viajar para a Madeira e Canárias ou Açores, nos paquetes da Insulana.

Na montra havia uma maquete do paquete FUNCHAL... Dentro havia itinerários das viagens dos navios e um ou outro programa de cruzeiros, como o Cruzeiro do Senhor Santo Cristo, aos Açores, normalmente com o ANGRA DO HEROÍSMO, ou o Fim de Ano na Madeira, a bordo do FUNCHAL...

Monday, February 05, 2007

VASCO DA GAMA in Lisbon


The cruise ship VASCO DA GAMA ex- INFANTE DOM HENRIQUE, arriving in Lisbon in June 1991 photographed by Luís Miguel Correia. She had been laid up in Greece for several months following the 1990 Cyprus-based mediterranean cruise season and the previous Neckermann charter.
The ship had an all-white livery and the SEAWIND CRUISE LINE logo was already inserted in the funnel but not yet painted. She did several cruises from Lisbon and then sailed the Tagus for the last time on a positioning voyage to Brazil. After several months of coastal cruising in Brazilian waters, she was positioned to Aruba in late August to start her very successful SEAWIND cruises that would last until 1999.
The VASCO DA GAMA was renamed SEAWIND CROWN in 1995 and in 2000 was chartered to Pulmantur Cruises starting their cruises from Barcelona. Pulmantur had an option to purchase the ship that October 2000 and a series of 7-day winter cruises was planned for the 2000-2001 winter months calling in Lisbon every week. But it did not happen that way and the bankruptcy of Premier Cruises led to a sad lay up under arrest in Barcelona and a one way voyage to China in December 2003 - February 2004 where the former flagship of Portugal was broken up.
Post dedicated to a special passenger who sailed on this ship in 1972 and still has fond memories...
The above photograph is available as a post card. See LMC POST CARDS for details

Sunday, February 04, 2007

DOCA DE ALCÂNTARA




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Sempre gostei de passear e fotografar na Doca de Alcântara, também conhecida entre a marujada como Doca do Espanhol. O tal espanhol era galego, e como tantos outros emigrou para Lisboa e tornou-se empreiteiro e coube-lhe a empreitada de acabar esta doca. Chamava-se Eduardo Arguibay e deixou o nome associado a um estaleiro naval sediado em Lisboa e transferido nos anos sessenta para Alverca, acabando por falir nos anos oitenta...
Sobre a DOCA DE ALCÂNTARA tenho muitas memórias, especialmente dos anos em que estava sempre cheia de navios... Mais adiante falarei sobre esses tempos... Hoje ficam algumas fotografias tiradas a 2 de Fevereiro último.

Fotos e texto de L. M. Correia - 4 Fevereiro 2007