Friday, September 30, 2016

RECORDANDO O AUGUSTUS DE 1952



O BLOGUE DOS NAVIOS E DO MAR publica-se há mais de 10 anos, aqui se actualizando um dos primeiros artigos, datado originalmente de 2006
Alguns dos mais belos navios transatlânticos do período do pós-guerra foram construídos em Itália para a companhia estalal ITALIA Spa. Em 1951 e 1952 entraram ao serviço na linha Mediterrâneo - Brasil e Argentina os gémeos GIULIO CESARE e AUGUSTUS, de 27,000 toneladas, seguindo-se em 1952-1954 os irmãos ANDREA DORIA e CRISTOFORO COLOMBO, de 29,000 toneladas, que se destinaram à linha de Nova Iorque.
O ANDREA DORIA afundou-se em Julho de 1956 na sequência de um abalroamento com o paquete sueco STOCKHOLM, e foi substituído em 1960 pelo LEONARDO DA VINCI, de 33,300 toneladas, ao qual se juntou em 1965, o MICHELANGELO e o seu irmão RAFFAELLO, ambos de 46,000 toneladas.

Com o fim dos subsídios estatais à operação de paquetes, a partir de 1973 estes grandes navios foram sendo retirados e tiveram todos fim inglório. O AUGUSTUS foi vendido para o Extremo Oriente em 1976 e passou por várias encarnações e por uma ligação às Filipinas, onde funcionou como hotel. Foi desmantelado na Índia em 2011.
Recordando o AUGUSTUS, apresentamos uma série de quatro fotografias do navio obtidas durante uma manobra de desatracação do cais de Alcântara, Lisboa, em Julho de 1975 numa das viagens finais do belo paquete. Texto e fotografias de Luís Miguel Correia - 2006 e 2016  Proibida a reprodução

A TRIBUTE TO THE AUGUSTUS OF 1952
The state owned shipping company ITALIA di Navigazione operated some of the most beautiful atlantic passenger liners of the post-war period. The 27,000 gross tons sisters GIULIO CESARE and AUGUSTUS were introduced in 1951 and 1952 in the Mediterranean Brazil Plate service and were followed in 1952-1954 by the New York service 29,000 GT sisters ANDREA DORIA and CRISTOFORO COLOMBO. The ANDREA DORIA was lost in July 1956 following a collision with the Swedish liner STOCKHOLM, and replaced in 1960 by the magnificent LEONARDO DA VINCI, of 33,300 gross tons. A final pair of Italia liners were delivered in 1965 as the 46,000 tons sisters MICHELANGELO and RAFFAELLO. Rising fuel and manning costs led to the end of the state subsidies in 1973 and all ships were withdrawn by 1977. All met sad and premature ends, except the AUGUSTUS, that still exists and has been in the Far East since 1976. 
As a tribute to the AUGUSTUS, we publish with this post a series of four B&W photos of the AUGUSTUS leaving the Alcantara Terminal, Lisbon, in July 1975 on one of her final voyages.
This post was first published here in 2006 and just updated. Text and photos copyright by Luís Miguel Correia - 2006 and 2016

Compra de equipamento científico para o MAR PORTUGAL


O navio de investigação científica MAR PORTUGAL, comprado em 2015 pelo Estado Português com apoio financeiro da Noruega, para substituir o n/m NORUEGA na investigação das Pescas, está imobilizado em Lisboa há mais de 11 meses a aguardar reconversão para poder desempenhar a função para que foi adquirido. Só agora o governo deu luz verde para que o IPMA lance um concurso internacional, no valor de 2 milhões de euros para aquisição de equipamento de investigação para ser instalado a bordo do MAR PORTUGAL, calculando-se que na melhor das hipóteses o navio só estará apto a cumprir a sua missão no fial do primeiro semestre de 2017. É demasiado tempo, mostrando mais uma vez o Estado a sua inepcia total para lidar com navios.
O MAR PORTUGAL já tem 30 anos, foi construído em 1986 e modernizado em 2012. Ver mais informação e imagens sobre este navio aqui.
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Thursday, September 29, 2016

AUGUSTUS and GIULIO CESARE

With their most important passenger liners destroyed during World War 2, the Italian Line developed a progressive newbuildings programme in the late nineteen forties and the first pair of crack liners was introduced in 1951-52 with GIULIO CESARE and her sistership AUGUSTUS, two great motor liners fitted with the main engines built in 1939 for the modernization of pre war sisiters ROMA and AUGUSTUS, that never took place due to the war.
At first both new ships operated on the Mediterranean - South America East Coast, sailing direct from Barcelona to Rio de Janeiro, but at a later stage both sisters became regular visitors to Lisbon, and as such the GIULIO CESARE, made her final call in 1973 and AUGUSTUS in January 1976.
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Wednesday, September 28, 2016

A chegada da SAGRES vinda do Brasil


Imagens da reportagem fotográfica da chegada do navio-escola SAGRES a Lisboa, na manhã do último Domingo, dia 25 de Setembro de 2016, no regresso da grande viagem ao Brasil. Fotografias de Luís Miguel Correia.

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Pós-Graduação em Turismo de Cruzeiros

Pós-Graduação em Turismo de Cruzeiros arranca em janeiro de 2017, em Portugal - A Apresentação da Pós-Graduação TURISMO DE CRUZEIROS decorreu no dia 28 de setembro no Campus do Lumiar – ISEC, em Lisboa, pelas 10h00. Esta iniciativa pretende dotar os participantes de conhecimentos e competências necessários para uma carreira num dos sectores turísticos de maior relevância e expansão em todo o mundo. No final da Pós-Graduação os alunos viverão a experiência de realizar um cruzeiro de 5 dias onde poderão colocar em prática os conhecimentos adquiridos.
Esta nova formação académica irá decorrer no Campus Universitário do Lumiar, no ISEC - Instituto Superior de Educação e Ciências, tendo a duração de dois semestres letivos.
Dados recentemente publicados pela Cruise International Association indicam que 23 milhões de turistas em todo o mundo optaram por fazer um cruzeiro em 2015. Perante estes números surgiu a necessidade de criar uma especialização no nosso país que impulsione novas saídas profissionais neste setor. Com um programa e temática abrangente, que vai desde a História dos cruzeiros, Marketing e Publicidade, Gestão e Administração, Direito, Turismo e Lazer, Sociologia, em janeiro de 2017 surgirá a primeira área académica do género no nosso país. Destinada a jovens licenciados, mas também a agentes de viagem, elementos dos Operadores Turísticos e dos Portos que já exerçam, este curso está aberto igualmente a entusiastas dos navios que desejam aprofundar o seu conhecimento na área. Serão dois semestres em aulas tri-semanais em regime pós laboral, que culminarão com a apresentação de um projeto pelos alunos, conferindo 60 ECTS à qualificação após o curso de Pós-Graduação.
Os alunos estudarão igualmente elementos operacionais específicos tais como front offices, customer service, comunicação efetiva, competências essenciais em tecnologias de informação, safety e security, numa abordagem multidisciplinar ancorada nos processos de criação e validação do conhecimento. No decorrer do curso, estão previstas visitas de estudo a navios de cruzeiro, organismos da área e gares marítimas. 
Para Eduardo Cunha Cruz, Diretor da Escola de Gestão do ISEC “este é um desafio de grande responsabilidade e uma forma de aprofundar conhecimentos numa área de grande expansão no sector do turismo”. Eduardo Cunha Cruz salienta ainda a “importância de realizar um cruzeiro no final da Pós-Graduação dá a oportunidade aos nossos alunos de contatar diretamente com a realidade da vida e trabalho a bordo de um navio de cruzeiro”.
Para o coordenador da Pós-Graduação Fernando Santos, profissional com experiência no mundo dos Cruzeiros, “as matérias a serem abordadas vão ao encontro do aprofundamento do conhecimento desejado, quer os organismos oficiais envolvidos, quer os diversos players envolvidos, tendo sido muito bem acolhidos e reconhecida originalidade da Pós-Graduação em Portugal e a nível internacional”. Fernando Santos realça ainda que “a excelência dos Docentes convidados são um misto de profissionais do terreno e de académicos. Todos os profissionais convidados a participar, são
atualmente os principais responsáveis das companhias de cruzeiros, portos e elementos de bordo, portos, e atividades envolventes.”
Este projeto conta com o apoio da Associação Portuguesa de Agências de Viagens e Turismo (APAVT), Lisbon Cruise Club (LCC), Fórum Oceano, Lisbon Cruise Terminals, entre outras entidades e com o reconhecimento das principais companhias de cruzeiro.
CORPO DOCENTE e PLANO DE ESTUDOS 

Ana Lourenço – Chefe Divisão Turismo Marítimo | APL Portos e Turismo Marítimo
Ana Sílvia Cruz – Jurista | ISEC Legislação Turística
António Batista – Hotel Manager | Princess Cruises Cruzeiros Inclusivos
David Botelho - Médico | Marinha Portuguesa Viver a Bordo - Saúde
Eduardo Cabrita – Diretor Geral |MSC Cruzeiros Cruise Marketing & Sales Management
Eduardo Cunha Cruz - Diretor Escola de Gestão | ISEC E-Cruises & Social Media Marketing;
Fábio Silva – Técnico de Turismo | Global Sea Cruise Tour Operators
Fernando Santos - Coordenador P.Graduação | Global Sea Introdução aos Cruzeiros; Seminários;
Projeto; Cruise Functions (Aulas Abertas); Visitas de Estudo; Cruise Tour Operators
Iris Delgado – Jurista | Administração Porto de Lisboa Direito do Mar
João Martins – JOIN Consultance Comunicação em Turismo
João Vasconcelos – PhD | ESTM/IPL Fluxos Turísticos
José Alberto Rodrigues – PhD | ISEC Análise de Mercado; Animação
Laura Santinhos - Marketing & Press Manager | MSC Cruzeiros Cruise Marketing & Sales Management
Manuela Patrício – Responsável Terminais Portuários e Logística | APL Portos e Turismo Marítimo
Mónica Maymone - Psicóloga | Marinha Portuguesa Viver a Bordo - Relações Sociais
Tânia Carraquico – Secretária-Geral | ISEC Gestão de Oportunidades 

Texto editado por LMC com base no press release da organização da pós graduação. Imagens /Text and images copyright L.M.Correia. Favor não piratear. Respeite o meu trabalho / No piracy, please. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia

Tuesday, September 27, 2016

Dia de veleiros no Tejo

A última manhã de Domingo, 25 de Setembro de 2016, no Tejo, foi uma espécie de «Dia de São Vapor» em que os protagonistas foram veleiros portugueses: três dos mais famosos - a caravela VERA CRUZ, a sair da Doca de Alcântara e a fazer-se à Barra, o lugre CREOULA, de entrada no final de uma viagem a Portimão, e a barca SAGRES a regressar a casa depois de mais uma grande viagem ao Brasil. 
Independentemente de artigos detalhados sobre cada situação, aqui ficam algumas imagens para aperitivo.
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O FUNCHAL vai voltar aos cruzeiros?


O paquete português FUNCHAL está parado em Lisboa desde Janeiro de 2015 e imobilizado na Matinha há um ano, em consequência da falência do projecto dinamizado por  Rui Alegre com a Portuscale Cruises, que circunstâncias diversas não permitiram tivesse obtido o sucesso que muitos pretenderam. 
Digo muitos porque não posso dizer todos, pois houve gente a apostar estupidamente no insucesso da empresa de Rui Alegre. Mas esse insucesso é história para outro dia.
Entretanto o FUNCHAL tem estado à venda todo este tempo com o preço de referência a diminuir com o passar do tempo, situando-se neste momento em cerca de 7 milhões de USD, "como está e onde está". Já teve diversos candidatos a compradores e inclusive os filhos mais novos do Senhor Potamianos andaram a namorara o FUNCHAL, mas nada se tem concretizado, para além da degradação inexorável, ainda que lenta, do navio, depois de tanto dinheiro gasto.
Em Julho foi assinado um contrato de intenção de compra com um empreendedor de Miami, e neste momento abre-se a possibilidade de o FUNCHAL ter novo proprietário até ao final de Novembro, estando considerada a possibilidade de a seguir o navio sofrer trabalhos de modernização e adaptação a um novo mercado tropical nas Caraíbas, com a reparação e docagem a decorrer em Lisboa e a prolongar-se até Março ou Abril de 2017. Tudo estará dependente da autorização de um governo para uma nova operação de cruzeiros que ainda não se efectivou, e que não terá resposta fácil em tempo útil. Por outro lado o promotor da iniciativa e candidato a novo armador não é uma figura de primeira linha no mundo dos cruzeiros, apesar de vir de Miami, e tem inclusive no seu historial pelo menos um fiasco recente. 
A esperança de ver o FUNCHAL de novo no mar, mesmo que sem vínculo a Portugal, é melhor que ver repetir mais um reboque directo da Matinha para Aliaga, como aconteceu ao LISBOA ex-PRINCESS DANAE o ano passado. Mas a notícia, a concretizar-se esta possibilidade, não me alegra grandemente, por duas razões, não está fechado o negócio que a irá concretizar, e se se concretizar e o navio voltar efectivamente ao mar na sua vocação nobre de paquete, será mais uma vez por mão estranha, estrangeira, tal como em 1985, o que poderá traduzir de forma simbólica o final do antigo ciclo do REGRESSO AO MAR, implementado durante décadas pelo Governo de Salazar e em especial pelo esforço e competência do ministro Américo Tomás, que nunca alcançou os objectivos considerados necessários no que tocava à Marinha Mercante, de esta garantir em actividade normal, sessenta por cento das necessidades de transporte marítimo do País, e passou a ser contrariado e destruído com a DESMARITIMIZAÇÃO pós-1975. 
A actual choradeira dita "política do mar" é uma fraude sem consistência política, social ou económica de qualquer espécie, sem verdadeira economia do mar de raiz portuguesa ou capacidade financeira e de ideias que a concretize: uma mentira triste como tantas outras que revestem o dia a dia dos portugueses de um trilho sem perspectivas para além do jugo da miseriazinha e da ignorância. 
O FUNCHAL é o último navio mercante de uma época que alguns chegaram a ver como verdadeiro ressurgimento marítimo, mas que circunstâncias internas e externas, e a nossa crónica incapacidade levaram ao actual zero marítimo. Tal seria razão para que alguém se enchesse de brio e proporcionasse as condições para a sua preservação activa com as cores portuguesas. Mas nada. Deseja-se boa sorte ao FUNCHAL e vamos continuar a acompanhar o destino deste nosso belo paquete.
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Tuesday, September 20, 2016

Ambiente marítimo

Os navios dão vida ao porto e à cidade de Lisboa, emprestando o ambiente marítimo que tanto aprecio e gosto de fotografar, como fiz na tarde de 19 de Setembro de 2016, registando a luz magnífica a anunciar o Outono de chegada.
Fotografias tiradas na zona portuária do Jardim do Tabaco - Santa Apolónia por Luís Miguel Correia.
Uma tarde a ver navios de diversos tipos em movimento ou atracados à margem norte do Tejo: paquetes com turistas, o ferry rápido do Barreiro, os porta-contentores com as suas caixas metálicas às cores, os rebocadores, os batelões e as cábreas da ETE.
Uma gaivota em contemplação num cabeço do cais, enquanto o SVITZER LEIXÕES reboca de braço dado as carochas da APL utilizadas pelo MONARCH.
A escada de portaló do COSTA FAVOLOSA engolida pelo navio momentos antes de largar.
Março é nome de mês a sair de inverno para a primavera e também o nome deste batelão tão prestável como anónimo.
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Terminal de Cruzeiros de Lisboa


 No local onde durante cento e quarenta anos existiu a Doca do Jardim do Tabaco, começa a ganhar forma concreta o edifício do novo terminal de navios de cruzeiros de Lisboa, um importante investimento privado que permitiu avançar com uma obra que viu a sua concretização ameaçada na sequência da bancarrota de 2011. 

A escolha do terminal de cruzeiros na zona do Jardim do Tabaco a Santa Apolónia traduz-se numa ideia feliz que reposicionou os navios de passageiros no coração de Lisboa e ao mesmo tempo está a possibilitar a reestruturação urbanística de uma zona em estado avançado de degradação, parcialmente travado com as obras efectuadas por ocasião da EXPO 98, a que entretanto se está a dar maior profundidade.
Muda a cidade, a paisagem e a valência portuária, que se refina com os aristocráticos paquetes de cruzeiros. Para inaugurar em 2017 uma obra que devia ter sido feita há muitos anos.
Imagens originais de Luís Miguel Correia registadas na tarde de 19 de Setembro de 2016.
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