DOCA DA COLONIAL

Imagem da Doca de Alcântara vista do Jardim da Rocha, junto ao Museu de Arte Antiga, por volta de 1964.
Esta bela fotografia que nos foi enviada amavelmente pelo Amigo Nuno Bartolomeu justifica o título acima: a doca de Alcântara parece ser uma doca exclusiva da Companhia Colonial de Navegação.
Ao centro, vê-se o N/T LUGELA, primeiro navio a turbinas a vapor da marinha mercante nacional, atracado de braço dado a um dos gémeos da carreira da África Oriental, o PÁTRIA ou o IMPÉRIO. No cais norte da Doca, pela popa do FUNCHALENSE (II), de que se vê o mastro e a bandeira, está atracado o AMBOIM.
A doca de Alcântara não era utilizada em exclusivo pelos navios da CCN. A muralha Sul estava concessionada a três empresas, a Colonial, onde estão atracados os dois navios LUGELA e PÁTRIA ou IMPÉRIO, a Companhia de Navegação Carregadores Açoreanos (uma secção a meio da doca), com espaço para atracação de dois navios, normalmente um da linha da América e outro da carreira do Norte da Europa, vendo-se, pela proa dos navios da CCN a superestrutura do PONTA GARÇA, último navio construído para os Carregadores, em 1960 em Viana do Castelo.
A secção oeste do cais sul estava concessionada à Sociedade Geal, que normalmente tinha sempre duas unidades atracadas, muitas vezes um dos navios de carga das classes "A" ou "B" e um dos paquetes da linha da Guiné.
No cais Norte, à entrada da doca havia ainda duas secções de cais atribuidas em permanência à Lisnave e à Empresa de Navegação Madeirense, sendo o resto do cais, fechado constituindo o entreposto Colonial.
Bons tempos em que o porto quase "vomitava" navios, os quais tinham muitas vezes de aguardar cais ao largo. Mais estranho ainda, muitos dos navios eram portugueses, situação corrigida nas últimas décadas com a desmaritimização.
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