Wednesday, July 01, 2009

Como descobri os Submarinos

Em 1970 fiz a minha primeira viagem marítima independente, isto é, sem familiares ou outros acompanhantes, a bordo do N/M MADEIRENSE: uma travessia de Lisboa até ao Funchal, onde passei os meses de Verão a ver navios e a apreciar os encantos da Madeira Velha.
Tinha 13 anos e já sonhava com o Mar e os Navios tal como hoje ainda acontece. Ao passear pelo Funchal, descobri na montra da Casa Figueira, na Rua dos Ferreiros o livro OS SUBMARINOS NA MARINHA PORTUGUESA, de Maurício de Oliveira, acabado de publicar em edição da antiga Editora Marítimo-Colonial. Custava 10 Escudos e comprei de imediato. Julgo que foi o primeiro livro de marinha que comprei.
Comecei a lê-lo na rua e recordo que devorei os textos, as imagens e a informação.
O livro contava a história da arma submarina na nossa Marinha desde os primórdios até 1970, então com a 4ª Esquadrilha de Submarinos acabada de construir e composta por quatro modernos DAPHNÉS: ALBACORA, BARRACUDA, CACHALOTE e DELFIM.
Este livro deu-me a conhecer a seguir o JORNAL DA MARINHA MERCANTE e a REVISTA DE MARINHA, mal sabia eu nas coisas em que anos depois me iria meter.
Passaram uns anos, cresci um pouco mantendo a virose dos navios e em 1980 fui parar à REVISTA DE MARINHA, então integrada na Empresa do Jornal do Comércio e dirigida por Gabriel Lobo Fialho. Acabei por estar ligado à RM até Junho de 1995 e nesse enquadramento, em 1988 a empresa então constituída por mim e pelo Director da revista, a ENN - Editora Náutica Nacional, reeditou o livro dos Submarinos de Maurício de Oliveira. Para a reprodução do livro original foi utilizado o meu exemplar da primeira edição e a capa incluiu uma fotografia minha do BARRACUDA.
Tenho seguido sempre a carreira dos nossos submarinos, incluindo o CACHALOTE que foi vendido ao Paquistão e abatido recentemente, e espero agora vir a conhecer e apreciar os novos que aí vêm, lamentando apenas serem só duas unidades...
Texto e imagens /Text and images copyright L.M.Correia. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia

6 comments:

  1. Caro Amigo LMC,
    Bons tempos esses quando vasculhava a montra da Casa Figueira com as suas estantes com pequeno gradeamento metálico. Embora preferisse a Esperança! Mas no início dos anos 70'também eu passava horas sem fim no Cais e Avª. do Mar "pesquisando" a azáfama dos pescadores preparando a sua faina; do reboliço dos gasolinas levando e trazendo os turistas; trocando postais dos navios. Isto para não falar que em Dia de S. Funchal, regressando dos mini-cruzeiros às Canárias, era dia dos famosos caramelos.

    ReplyDelete
  2. Num destes livros (não me recordo qual) vem bem fundamentada a necessidade de se ter submarinos, quanto mais não seja para termos pessoas que os saibam comandar e manobrar. Parece-me tão básico que não percebo por que certas pessoas insistem em defender que não necessitamos de submarinos.

    ReplyDelete
  3. Existe um livro que é "delicioso", o qual recomendo a quem gosta destas coisas de mar.

    "VIAGEM DE LA SPEZIA PARA LISBOA" - Dos Submersíveis: "Foca", "Golfinho" e "Hidra" Escoltados pelo Vapor "Patrão Lopes" (15 de Dezembro de 1917 a 10 de Fevereiro de 1918) - Contra Almirante José Luís LEIRIA PINTO # Colecção Documentos - II Série / Edições Culturais da Marinha / Nº 3.

    A

    Rui

    PS. Recordo que na Guerra dos Balcãs, o anúncio de um submarino de uma das antigos países da ex. Jugoslavo, retirou positivamente toda a esquadra da Nato em missão no Adriático(!).

    ReplyDelete
  4. Caro LMC,
    Ainda a propósito de Mauricio de Oliveira, direi que na Revista da Marinha nos finais dos anos 60', saiu também (não sei se na íntegra) a história dos submarinos portugueses. Possuo alguns exemplares da época com os artigos bem como muitos outros de Mauricio de Oliveira. Possivelmente após essa 1ª. publicação terá saído a edição em livro.

    ReplyDelete
  5. O jornalista Maurício de Oliveira, que era em simultâneo Relações Públicas da Companhia Colonial de Navegação, publicava os seus livros primeiro nas páginas da Revista de Marinha, só depois saindo a edição em livro. O último livro foi o título "Torpedeiros na Marinha Portuguesa".
    Curiosamente a REVISTA DE MARINHA, à qual estive ligado durante 15 anos, ainda existe, mantendo um perfil ultra-conservador e carácter pouco técnico. Mudou de Director em Janeiro último e, embora seguindo a mesma linha, está um pouco mais "encorpada".

    ReplyDelete
  6. Que bela capa!! Excelente digitalização!!!
    Mas... será que também se arranja capas de «outros» grandes livros, sobretudo de LMC???!!!!

    ReplyDelete