"O secretário-geral da CGTP afirmou hoje que o sector portuário está sob "uma enormíssima ofensiva do Governo", que visa a sua liberalização e despedimentos e manifestou solidariedade com a luta dos trabalhadores portuários."
Comentário LMC: trata-se de uma solidariedade envenenada, pois sem incremento da actividade económica, mais investimento e mais negócio marítimo não conseguimos dobrar o Bojador e a verdade é que nos estamos todos a afogar na praia da demagogia política e da penúria económica ao mesmo tempo que com estas atitudes contestárias mordemos as mãos de quem nos está a alimentar com os empréstimos internacionais, pois a realidade é que não há dinheiro para nada, sem a assistência internacional estávamos em bacarrota, a solução é a optimização do trabalho e da produção de forma equitativa e digna, sem perdermos tempo com mais folclore político e sindical, um dos vectores que ajudou à desmaritimização desde a implementação da actual terceira república.
"Os portos portugueses estão totalmente paralisados desde as 00:00 de dia 17 de Setembro, devido à greve dos pilotos portuários e dos trabalhadores de tráfego, disse à agência Lusa Carlos Coutinho, do sindicato Oficiaismar, que representa os oficiais de marinha mercante.
Para o líder da CGTP, Arménio Carlos, que hoje de manhã esteve presente junto à torre de controlo marítimo VTS, em Algés, além das reivindicações dos trabalhadores serem "justas do ponto de vista sócio laboral", têm também "uma visão estratégica" de como deve ser o funcionamento do sector portuário.
"O sector portuário está, neste momento, sobre uma enormíssima ofensiva do Governo, visando a sua liberalização, os despedimentos e, simultaneamente, uma outra organização do sector portuário, que, na nossa opinião, não corresponde aos interesses do País, nem aos interesses da população", disse à Lusa Arménio Carlos, no porto de Lisboa, onde não havia qualquer movimentação de navios.
O dirigente sindical adiantou que uma nova organização do sector portuário pode, "eventualmente, corresponder ao interesse de grupos económicos e financeiros mais interessados no negócio", mas é uma situação que irá "aprofundar os problemas que já existem".
A luta dos trabalhadores portuários envolve vários sindicatos, o que, para o sindicalista, constitui "mais um exemplo" de que estas estruturas "estão unidas na acção para defender os seus direitos, mas sobretudo para defender o sector portuário de acordo com os interesses nacionais e não com os interesses de alguns amigos do Governo".
Comentário LMC: o Governo não tem amigos neste momento, apenas a tarefa colossal de recuperar Portugal, e esta onde de greves orquestrada por interesses ligados aos comunistas que ainda sonham com a revolução de Outubro e uma ditadura vermelha sem olharem a meios para atingirem os seus fins arcaicos, apenas vai atrasar mais o processo incipiente de recuperação e mudança que se quer urgente.
O dirigente do sindicato Oficiaismar, Carlos Coutinho, que também de deslocou ao porto de Lisboa, adiantou à Lusa que a reivindicação dos trabalhadores deve-se à "degradação das condições de trabalho dos oficiais de marinha mercante", que está a pôr em causa a sua integridade física.
"A intensidade de trabalho é de tal maneira violenta que já temos tido vários oficiais de Marinha Mercante, particularmente pilotos de barra, acidentados e, portanto, temos reclamado ao Governo a elaboração de um enquadramento legal que crie condições para habilitar os nossos oficiais com carteiras profissionais para criar condições novas para a aposentação", adiantou.
Por outro lado, apontou, tem havido uma "degradação constante das condições de carreira, que têm levado muitos [pilotos] a emigrar" para a Arábia Saudita, uma situação que provocou a falta de efectivos nos portos.
"O que queremos é repor os efectivos necessários para que a intensidade de trabalho seja justa", defendeu.
Carlos Coutinho sublinhou ainda que "os portos portugueses dão lucros operacionais muito vultuosos que são injectados na economia geral do País", defendendo que "a distribuição dessa riqueza seja feita também porque quem a cria e a produz, neste caso pelos marítimos e portuários"".
Em termos percentuais, são "valores ínfimos".
"O que nós queremos é ter um parceiro, que é o Governo, que estabeleça uma relação de negociação efectiva com quem representa os trabalhadores marítimos e portuários e deite fora aquele simulacro de acordo que fez com alguns pequenos sindicatos que não têm qualquer representatividade activa no funcionamento dos portos portugueses".
Comentário LMC: a degradação das condições de vida e trabalho dos oficiais da marinha mercante tem sido directamente proporcional à destruição dos transportes marítimos portugueses desde 1975, numa acção concertada entre governantes broncos que ignoram os interesses nacionais nesta área e teimam em acreditar que "Portugal não precisa de navios para nada, saí mais barato recorrer a navios estrangeiros" - como me afirmou há muitos anos o então ministro do Mar Cte. Azevedo Soares, e as atitudes de sindicalistas comunistas que muito contribuíram para o actual zero marítimo, em resultado do que se perderam mais de 50 mil postos de trabalho, destruíram actividades fundamentais como a navegação e a indústria naval e se pagam milhões e milhões em fretes a navios estrangeiros, embora uma parte destes milhões gere comissões. E claro fica o vazio estratégico de já não termos navios próprios para praticamente nada, o que é uma verdadeira tragédia que não preocupa ninguém.
Na sexta-feira passada, depois do anúncio do acordo entre o Governo, sindicatos e operadores, o Sindicato dos Estivadores, Trabalhadores do Tráfego do Centro e Sul de Portugal decidiu "endurecer ainda mais a luta", tendo emitido um pré-aviso de greve parcial nos portos de Lisboa, Setúbal, Figueira da Foz e Sines entre 29 de Setembro e 22 de Outubro.
O acordo, celebrado entre o Governo e a União Geral de Trabalhadores (UGT), a Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores Portuários, a Associação dos Operadores Portuários dos portos do Douro, Leixões e Lisboa, e o Grupo Marítimo-portuário Sousa, vai ao encontro do compromisso que o Estado português assumiu no memorando de entendimento com a 'troika'.
Comentário LMC: há que honrar os compromissos de reabilitação produtiva e económica de Portugal, sem perder tempo a morder na mão de quem nos alimenta. Se caminhamos para a escravatura a médio prazo é porque não temos sido capazes de fazer melhor e temos votado sempre num regime que transformou o Estado de "coisa pública" numa agremiação de interesses mafiosos que vivem à margem da realidade e cujos objectivos tem sido sacar, sacar, sacar e sacar.
A greve dos pilotos de barra e dos trabalhadores de tráfego não está a causar grande impacto na economia portuguesa, disse à agência Lusa o presidente do Instituto Portuário e do Transporte Marítimo (IPTM). O presidente do IPTM considera que a greve tem pouco impacto na economia portuguesa: "Em relação aos armadores nacionais não há nenhum impacto. Em relação aos armadores estrangeiros, o impacto que há não é relevante, já que houve atempadamente alterações de escala".
Segundo a mesma fonte, sabendo da greve, agendada entre as 0h00 de dia 17 e as 24h de terça-feira, muitos armadores "decidiram despachar até às 24h00 de Domingo e outros só o farão após o fim da paralisação".
De acordo com João Carvalho, esta greve não afecta os armadores nacionais, já que os comandantes portugueses nos portos têm certificados de isenção de pilotagem, que lhes permitem entrar e sair dos portos sem recorrer aos pilotos de barra.
Referindo que nos portos da Madeira não houve adesão à greve, o presidente do Instituto Portuário e do Transporte Marítimo revelou que esta paralisação obrigou à alteração de escala de três navios de passageiros em cruzeiros. "A greve tem algum impacto em termos de taxas portuárias e de turismo. Não tem é aquele impacto na economia nacional que se poderia prever", assinalou.
Ao início da manhã de ontem, Carlos Coutinho, do sindicato Oficiaismar, disse à Lusa que os portos portugueses estão totalmente paralisados desde as 0h00 devido à greve dos pilotos e dos trabalhadores de tráfego. "A informação que nós temos é de que os portos estão totalmente paralisados, quer os do Continente quer os das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira", afirmou o sindicalista.
A greve dos pilotos de barra decorre até às 24h de terça-feira, seguindo-se na quarta-feira uma dos estivadores e na sexta-feira e próxima segunda-feira a paralisação dos trabalhadores das administrações portuárias.
Durante a greve dos pilotos de barra estão previstos serviços mínimos, que, segundo o sindicato, serão cumpridos em emergências e situações de socorro em que estejam em causa pessoas e bens.
Os trabalhadores portuários iniciaram hoje um período de cinco semanas de greves, com diferentes datas por sindicato, jornada de luta que deverá ter forte impacto nos principais portos portugueses, à excepção do de Leixões.
Comentário LMC: de facto o que há a fazer é seguir o exemplo de Leixões e seguir as boas tradições Nortenhas neste caso específico. É caso para dizer a este pessoal brincalhão: Carago, párem de chatear o Povo...
Bravo! Concordo plenamente consigo. A camarilha comunista está saudosa dos tempos do malfadado Prec e raivosa com o desmoronar do antigo imperio soviético; è preciso correr com esse sujeitinho da Inter e seus sequazes que querem afundar, ainda mais o país. Corram com essa canalha pra Cuba ou Coreia do Norte, Lá não farão barulho pois quem se atreve, bala pra cima.
ReplyDeleteUm Piloto da Barra efectua cerca de 50 manobras cerca por mês, as duas primeiras pagam o seu salário e outras duas pagam os custos fixos da pilotagem, as restantes 46 são lucro para as administrações portuárias / governo... Onde é que para a economia de mercado?
ReplyDeleteUm Piloto da Barra efectua cerca de 50 manobras por mês. As duas primeiras pagam o seu salário, outras duas pagam os custos fixos da pilotagem, as restantes 46 são lucro para as administrações portuárias / governo...
ReplyDeleteOnde é que está a economia de mercado?
Cita um ex ministro do PSD nomeado pelo actual PR, e governos PS / PSD e CDS entre 1975 e hoje e ainda assim a culpa da situação marítima actual é dos comunistas.
ReplyDeleteDedução complicada...
Já sei a solução seria desenterrar o Grande Almirante Thomáz e o seu despacho 100 que sucedia aos outros 99...
A solução não está nos erros passados de fascistas ou comunistas mas sim na visão futura de profissionais sem ligações partidárias.
Caro nmc,
ReplyDeleteA culpa da situação marítima actual é de muita gente incluindo nós. O Ministro da Marinha A. Tomás foi um governante sério e competente que se dedicou ao "regresso ao Mar" como ninguém e apenas conseguiu resultados parciais. Era uma pessoa com má comunicação e tem uma imagem muito distorcida que não corresponde à realidade. Era um conservador num País intolerante de direita e de esquerda, com elites muito ignorantes e oposições fracas.
Não tinha ilusões quanto à nossa dinâmica marítima e nunca conseguiu os objectivos de fazer com que os transportes marítimos nacionais tivessem capacidade para assegurarem 60 por cento das nossas necessidades de transporte marítimo, apesar da bondade do princípio. Tudo isto é história e tenho estudado o tema até à exaustão. A história dos 200 anos da nossa MARINHA MERCANTE desde a introdução do vapor em 1820.
Para termos um sector de negócio marítimo dinâmico precisamos antes de mais de cultura marítima, que não temos há séculos, de gente com iniciativas e base económica para desenvolver as actividades, que sendo de capital intensivo exigem, além de conhecimentos e vontade, dinheiro, dinheiro e mais dinheiro. Falhamos nestes pressupostos todos e também não vejo vantagens ou possibilidades em voltar ao passado, o que seria absurdo. Aliás se tivesse novamente condições para ser armador e ou investir em navios como já fiz, seria em registo aberto e com bandeira indiferenciada.
Caro nmc,
ReplyDeleteConsidero-me amigo dos PILOTOS desde há muitos anos, quando tive o privilégio de colaborar com o antigo Instituto Nacional de Pilotagem dos Portos e conheci uma geração de PILOTOS de grande nível ético e profissional, muitos dos quais já não estão entre nós. Nunca aceitei bem que os PILOTOS tivessem perdido a independência ganha com tanto esforço e se tivessem integrado nas administrações portuárias, que em regra são um poço de mediocridade como tudo o resto à nossa volta.
No nosso País as diversas corjas dominantes, das quais a mais expressiva gravita no Bloco Central têm abafado e desertificado tudo e daqui à miséria real e perene para todos é mais um pequeno passo.
Será que alguém em Ras Tanura precisa de um consultor para tornar esse aprazível lugar num hub de navios de cruzeiros? Por este andar também tenho que bazar daqui, enquanto ainda tenho uma camisa para vestir...