Wednesday, September 12, 2012

Mar: Portugal sem nenhum navio patrulha operacional

Lisboa, 06 Set (Lusa) - Os três últimos navios patrulha da classe CACINE, com mais de 40 anos de operação e responsáveis pela fiscalização costeira e ribeirinha estão todos parados, disse hoje fonte próxima da Marinha.
O Navio da República Portuguesa (NRP) Zaire encontra-se em terra há vários meses para avaliação e não deverá ser recuperado devido ao seu avançado estado de degradação. Outro NRP, o  CACINE, está a ser alvo de manutenção periódica até meados de Setembro e o NRP Cuanza, que operava na Madeira, está atracado na Base Naval do Alfeite, desde Julho, e aí ficará pelo menos até final do ano.
Devido a esta situação, a Zona Marítima do Norte (ZMN) está sem patrulhamento permanente desde Julho, e assim ficará até ao final do ano, confirmou à Lusa fonte oficial da Marinha.
A ZMN vai desde a fronteira com Espanha até Pedrógão, entre a Figueira da Foz e a Nazaré.
A falta dos navios patrulha, também obrigou a Armada a destacar para a Zona Marítima da Madeira (ZMM) o navio balizador "Schultz Xavier". Uma situação também reportada na edição de 21 de julho do jornal da Madeira que dava conta dos problemas estruturais do NRP Cuanza, quando o meio naval operava na Zona Marítima daquela região autónoma.
Dos dez navios patrulha iniciais da classe  CACINE restam apenas três, todos com mais de 40 anos de operação.
A Marinha não confirma, mas fonte próxima do ramo militar adiantou que, neste momento, Portugal não tem nenhum destes navios patrulha operacional.
Numa resposta escrita enviada à Lusa a Marinha esclarece apenas a situação do NRP Cuanza.
"Procedeu-se à identificação exaustiva do seu grau de deterioração estrutural, e neste momento decorre a definição dos trabalhos a realizar de modo a repor a sua operacionalidade. Enquanto tal não acontecer, a Zona Marítima do Norte não será guarnecida de meio naval a título permanente".
A Armada adianta que, "em compensação, será feito um ajustamento ao dispositivo naval do continente, reposicionando mais a norte a unidade naval que assegura as tarefas de salvaguarda da vida humana no mar, de segurança marítima e de vigilância e fiscalização na área oceânica do continente, e pela activação da atribuição de uma lancha de fiscalização rápida à Zona Marítima do Centro".
Apesar destas alternativas, a Marinha admite que a situação dos navios patrulha é "preocupante".
"Deve-se principalmente ao atraso nos programas de novas construções a cargo dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, destinadas a substituir os actuais navios, nomeadamente os programas de construção dos Navios-Patrulha Oceânicos e das Lanchas de Fiscalização".
Os três últimos navios patrulha da classe  CACINE - num total de dez - têm sido mantidos, segundo a Marinha, "graças a um esforço financeiro, humano e material pela imperiosa necessidade de assegurar as tarefas de segurança marítima, de salvaguarda da vida humana no mar e de vigilância e fiscalização".
A Armada acrescenta ainda que os três meios navais "estão a ser avaliados no que diz respeito à possibilidade de prolongar a sua vida".
Para a Marinha, a busca e salvamento marítimo não estão, neste momento, em causa.
"Existem duas áreas principais sob responsabilidade nacional, que são guarnecidas a tempo inteiro por navios oceânicos (corvetas): um está na área do Continente e Madeira e outro na área dos Açores. Há ainda navios de menor porte atribuídos às zonas e departamentos marítimos que complementam este dispositivo, pelo que não está em causa o cumprimento a nossa missão prioritária". (JYS. Lusa/Fim) 
 Fotografias dos três CACINES ainda no activo registadas a 11 de Setembro de 2012 no Alfeite.


Texto da Lusa e imagens de LMC / Text by Lusa and images copyright L.M.Correia. Favor não piratear. Respeite o meu trabalho / No piracy, please. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia

2 comments:

  1. Estes navios já deviam ter sido substituídos há muito tempo. Infelizmente, dos 8 NPOs devia estar agora a ser entregue o último navio da série, mas ninguém parece saber quando será entregue o segundo, o NRP FIGUEIRA DA FOZ, enquanto o primeiro navio da série, o NRP VIANA DO CASTELO foi entregue com muitos anos de atraso. Já lá vai o tempo em que se conseguia construir navios oceanicos em Portugal em apenas 62 dias, caso do CREOULA em 1937, o qual continua a navegar em 2012. E depois fala-se da nossa vocação marítima?????

    ReplyDelete
  2. pois e!!! infelizmente os ENVC não constroem navios se o etado não pagar!!

    desde 2009 que temos aço e moteres a apodrecer nos ENVC para mais 2 NPO`S mas nunca ouve veba para começar a construção!!

    Infelizmente o estado serviu-se dos ENVC para limpar a sua imagem enquanto arruinava os ENVC

    ha capacidade de construção sim!! agora sem verbas e que não! os atrasos devem-se exclusivamente ao estado!!

    vejam este video:

    http://www.youtube.com/watch?v=_9lryzHXzhk

    Nem sequer o pimeiro NPO esta pago aos ENVC!!

    ReplyDelete