Saturday, May 18, 2013

Viagem de memórias de navios


Hoje foi dia de viagem falada por mares de memórias de navios e gentes marinheiras. Em modo de conversa informal. Para o GAMMA -Grupo de Amigos do Museu de Marinha (de Lisboa), em Lisboa, no Museu.
Viagem no tempo pelas minhas navegações e investigações sobre as almas dos nossos navios. Almas nobres, navegáveis e ágeis. Belos navios esfumados em memórias e curiosidades, no querer saber e dar a conhecer.
Viajei pela barra do Tejo nesse dia distante de 14 de Outubro de 1820 a imaginar como seria o nosso primeiro vapor de rodas laterais, de nome CONDE PALMELLA, o decano da nossa frota mercante de propulsão mecânica, primeiro navio de alto-mar e também barco do Tejo, da carreira de Santarém. Dei memória deste vapor e de alguns outros que se sucederam no Tejo, na costa portuguesa, nas primeiras viagens às Ilhas, à África Ocidental. Referi a vida efémera das primeiras grandes companhias de navegação portuguesas – a União Mercantil com a bandeira azul e branca que ainda conheci nos mastros da frota da Nacional, a Luso-Brasileira com os seus paquetes transatlânticos já de hélices, mais tarde a Empresa Lusitana, a Insulana, a Nacional...
Mudei de século, falei de novos armadores, de navios apresados e de como o Estado desbaratou essa frota ex-alemã e ex-austríaca. Referi as companhias constituídas a seguir à primeira grande guerra, da Sociedade Geral e Carregadores à Colonial, e de como a nossa marinha mercante e frota evoluiu até à actualidade.
Uma viagem com memórias e imagens apresentadas a um grupo interessado. Uma manhã especial. No nosso Museu de Marinha. Aqui fica o meu agradecimento por presenças tão ilustres e pelo convite oportunidade para mais uma vez transmitir o meu entusiasmo pelos navios portugueses. Gostei muito.
Passei mais de uma hora a falar de navios. Como se os estivesse a ver em passeio pelas docas de Lisboa, a apreciar o LUGELA na Ponta da Rocha, o S. THOMÉ a sair da Doca 1, o VERA CRUZ no cais da CCN, o AMÉLIA DE MELLO quase escondido junto ao saco da doca. Um percurso que fiz muitas vezes de facto no final dos anos sessenta, a cores e ao vivo. Como nesta imagem preto e branco de Junho de 1967.
Texto e imagens /Text and images copyright L.M.Correia. Favor não piratear. Respeite o meu trabalho / No piracy, please. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia

6 comments:

  1. Ainda, ontem à noite, me chegou a notícia, à Gafanha da Nazaré, que tinha corrido muito bem. De quem tinha assistido...
    Que tinha falado e de uma forma brilhante. Parabéns pelo sucesso e pelo SABER.

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  2. Muito obrigado pelo comentário simpático, Ana Maria. Não tenho a certeza se terá sido assim, mas que gosto de partilhar algumas curiosidades sobre navios, sim, gosto...

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  3. Tentei estar presente, mas devido a problemas graves com a saúde do meu pai não me foi possível. Espero que haja mais opotunidades para podermos trocar umas bolas, sobre aquilo que nos une, os navios e o mar.
    Os meus parabéns pela iniciativa

    Saudações marinheiras

    Luis Filipe Morazzo

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  4. Luís Filipe,

    Haverá mais oportunidades e estou sempre disponível para fazer uma versão particular para ti e os teus amigos...
    Abraço

    LMC

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  5. "Finalmente a oportunidade de lhe deixar um comentário sobre a sua palestra, Luís Miguel Correia: Gostei bastante, apresentação fluída e com excelentes imagens a acompanhar as suas intervenções - mesmo com a oposição do rato!
    Tendo em conta o volume de dados que conseguiu apresentar durante as quase duas horas, creio ter sido uma das palestras mais elucidativas sem se tornar maçudas a que já assisti - e não me estou a referir às "Conversas Informais".
    Os apontamentos de humor (refinado, diga-se de passagem) deram ainda mais brilho a uma já excelente apresentação.
    Muito obrigado pela partilha.
    Bem haja!"

    Rui Matos

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  6. Caro Rui Matos,

    Muito obrigado pelas suas palavras e em especial pela sua presença. Curiosamente, vi esta mensagem depois de ler na última REVISTA DE MARINHA o seu modelo da CAPELO e o seu brilhante texto acerca do episódio ligado ao n/m RIVER GURARA, fazendo-me recordar esse episódio dramático vivido junto ao Espichel a que assisti há já tantos anos.
    Quanto à partilha de conhecimentos decorrente da palestra de Sábado, digamos que foi mais um exercício de propaganda ao tema dos navios e do mar a que tenho dedicado a minha vida, dos artigos aos livros, passando pelas fotografias e pela palavra. Saber que há quem aprecie dá-me vontade para continuar. Um abraço do

    LMC

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