Foi durante décadas um navio bonito e útil, feito em Lisboa numa carreira de construção entretanto destruída, para navegar por nove Ilhas Encantadas sobrevoado por açores e outras aves nobres do Atlântico Norte.
Uma miniatura de paquete, feito à escala de outro da mesma época - o FUNCHAL - que ainda navega por obra e graça de um Grego dedicado que há longos anos o vem operando com dignidade.
Chamou-se PONTA DELGADA durante por longos anos e um dia foi abandonado. Preso pelas teias legalistas de uma ópera bufa de tristes sombreados, o dono faliu, o PONTA DELGADA acabou arrestado, foi sendo pilhado pela arraia da capital e um dia afundou-se.
Despido de toda a dignidade, o que resta do antigo paquetezinho da defunta Empresa Insulana de Navegação geme no Tejo, em protesto pela vida áspera que lhe calhou em sortes. Afundado no Poço do Bispo, num canto esquecido, vai-se desconjuntando lentamente, num concerto desafinado de choros, as chapas de aço e alumínio a rangerem moribundas. Mas continua lindo na sua tragédia, o paquete PONTA DELGADA de 1962. Fui lá mais uma vez ontem, dia 3 de Agosto de 2007 e aqui ficam algumas imagens.
Text and images copyright L.M.Correia. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia
Uma miniatura de paquete, feito à escala de outro da mesma época - o FUNCHAL - que ainda navega por obra e graça de um Grego dedicado que há longos anos o vem operando com dignidade.
Chamou-se PONTA DELGADA durante por longos anos e um dia foi abandonado. Preso pelas teias legalistas de uma ópera bufa de tristes sombreados, o dono faliu, o PONTA DELGADA acabou arrestado, foi sendo pilhado pela arraia da capital e um dia afundou-se.
Despido de toda a dignidade, o que resta do antigo paquetezinho da defunta Empresa Insulana de Navegação geme no Tejo, em protesto pela vida áspera que lhe calhou em sortes. Afundado no Poço do Bispo, num canto esquecido, vai-se desconjuntando lentamente, num concerto desafinado de choros, as chapas de aço e alumínio a rangerem moribundas. Mas continua lindo na sua tragédia, o paquete PONTA DELGADA de 1962. Fui lá mais uma vez ontem, dia 3 de Agosto de 2007 e aqui ficam algumas imagens.
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Que vergonha!! Não há meios para o salvar?
ReplyDeletePS: Continuo à espera dos postais dos navios da cunard que prometeu há algum tempo aquando da publicação do meu desenho ;)
Curiosa e paradoxal a foto da baleeira. Parece que se está a tentar salvar-se a ela própria de um destino mais que certo, quando, em circunstâncias normais, seria a primeira a fazer-se ao mar antes do navio afundar...
ReplyDeleteAbraço.
Sempre recebeu as minhas fotos?
ReplyDeleteComo não me disse nada...
Também coloquei fotos do Ponta Delgada.