A despedida do BLACK PRINCE de águas funchalenses no passado dia 6 de Outubro de 2009 marca o final de uma época feita de navios de rosto humano.
Foram 594 escalas no porto do Funchal de 10 de Maio de 1967 até agora. Só por isso o BLACK PRINCE merecia uma condecoração...
O BLACK PRINCE foi para o Funchal um navio simbólico. Derradeiro sobrevivente de uma família simpática formada por três BLACKS (BLACK WATCH 1966-1986, BLACK PRINCE 1966-2009 e BLENHEIM 1970-1981) que de alguma forma preencheram no imaginário marítimo local o espaço deixado aberto pelos NAVIOS DO CABO, este pequeno navio misto de passageiros e carga, posteriormente promovido a navio de cruzeiros a tempo e espaço inteiro, assistiu ao crescimento e especialização da indústria de cruzeiros nestes quarenta anos.
Hoje a sua silhueta futurista contrasta com o gigantismo volumoso da maioria dos navios que continuam a visitar a Madeira, numa escala que absorve todas as proporções da Pontinha que conheci decorada de navios tão belos e harmoniosos como o FUNCHAL, o SANTA MARIA, o ANCERVILLE ou o FEDERICO C, para referir uns poucos favoritos dos meus anos sessenta em águas da Madeira...
O BLACK PRINCE faz parte da história dos navios de passageiros do Porto do Funchal como um dos seus nomes mais significativos. E é bom assistir ao desenrolar dessa história tão cheia de sons, formas e cores diluídos por já muitas décadas. Alguns desses sons da minha infância são agora apenas isso - recordações - caso do ruído quase sinfónico da largada do ferro dos navios à chegada seguido do esforço da máquina do CABO GIRÃO ou do seu irmão a darem a volta ao navio enquanto a lancha FUNCHAL passava os cabos de proa ao cais.
O Porto do Funchal mudou muito desde que em 1967 o BLACK PRINCE inovou costumes antigos com a sua presença irreverente, a começar pela manobra de entrada, virando fora da Pontinha e depois fazendo a aproximação ao cais a andar a ré, sem rebocadores. Hoje quase todos manobram assim...
Texto e imagens /Text and images copyright L.M.Correia. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia
Foram 594 escalas no porto do Funchal de 10 de Maio de 1967 até agora. Só por isso o BLACK PRINCE merecia uma condecoração...
O BLACK PRINCE foi para o Funchal um navio simbólico. Derradeiro sobrevivente de uma família simpática formada por três BLACKS (BLACK WATCH 1966-1986, BLACK PRINCE 1966-2009 e BLENHEIM 1970-1981) que de alguma forma preencheram no imaginário marítimo local o espaço deixado aberto pelos NAVIOS DO CABO, este pequeno navio misto de passageiros e carga, posteriormente promovido a navio de cruzeiros a tempo e espaço inteiro, assistiu ao crescimento e especialização da indústria de cruzeiros nestes quarenta anos.
Hoje a sua silhueta futurista contrasta com o gigantismo volumoso da maioria dos navios que continuam a visitar a Madeira, numa escala que absorve todas as proporções da Pontinha que conheci decorada de navios tão belos e harmoniosos como o FUNCHAL, o SANTA MARIA, o ANCERVILLE ou o FEDERICO C, para referir uns poucos favoritos dos meus anos sessenta em águas da Madeira...
O BLACK PRINCE faz parte da história dos navios de passageiros do Porto do Funchal como um dos seus nomes mais significativos. E é bom assistir ao desenrolar dessa história tão cheia de sons, formas e cores diluídos por já muitas décadas. Alguns desses sons da minha infância são agora apenas isso - recordações - caso do ruído quase sinfónico da largada do ferro dos navios à chegada seguido do esforço da máquina do CABO GIRÃO ou do seu irmão a darem a volta ao navio enquanto a lancha FUNCHAL passava os cabos de proa ao cais.
O Porto do Funchal mudou muito desde que em 1967 o BLACK PRINCE inovou costumes antigos com a sua presença irreverente, a começar pela manobra de entrada, virando fora da Pontinha e depois fazendo a aproximação ao cais a andar a ré, sem rebocadores. Hoje quase todos manobram assim...
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Excelente memória daquele que é verdadeiramente o navio mais emblemático da ilha da Madeira e Canárias, zona que sempre foi fiel e apresentou a milhares de Britânicos, e não só...
ReplyDeletebelo texto para uma bela memória
ReplyDeleteBarconauta,
ReplyDeleteAo contrário do BLACK WATCH de 1966 e do BLENHEIM, que enquanto operaram para a Madeira e Canárias estiveram sempre baseados em Londres (Tilbury), o BLACK PRINCE operou a partir de Roterdão de 1970 a 1986, essencialmente com passageiros alemães e holandeses. Só em 1987 é que voltou a ser comercializado no mercado britânico, com um pequeno interregno em 1990, quando operou sem sucesso como ferry entre Gotemburgo e Copenhaga.
lc,
ReplyDeleteObrigado pela visita e o cumprimento. Alguns navios têm um efeito especial na minha criatividade, caso do BLACK PRINCE, que conheço desde 1971...
Na segunda foto, qual o navio do meio? É um desconhecido para mim.E hoje lá se foi embora o Black Prince numa verdadeira parada de navios, segui no fim da cauda...para não regressar mais, penso eu...Embora seja uma verdade que os navios na Venezuela são como as pilhas Duracell,, basta pensarmos no "caracol amarelo".
ReplyDeleteO navio do meio é o EUROSUN, que fez cruzeiros regulares na Madeira no início dos anos noventa...
ReplyDeleteAh então vou "descobrir" mais sobre ele. Obrigado.
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