Thursday, April 08, 2010

Navios em agonia

Os navios tal como todas as outras realidades deste mundo são de natureza finita. Nada dura para sempre e esta geração de navios de guerra até já durou muito para além do razoável, pela simples razão de que as substituições de material naval em Portugal só se fazem em regíme de mínimo investimento quando se aproxima o fantasma do "zero naval".
O que me custa ao ver estes navios há anos desactivados é a agonia lenta a que têm sido sujeitos. Olhar agora para a OLIVEIRA E CARMO torna difícil relembrar o mesmo navio quando estava operacional. A agonia retirou-lhes a dignidade e não há razões aceitáveis para isso, para além de hábitos antigos e rotinas em velocidade reduzida.
E já agora, devia ser preservado um navio desta geração. Por todos os motivos e mais alguns...
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5 comments:

  1. Mais uma fotografia que me dá vontade de chorar!
    Eu acho que a Oliveira e Carmo estava nos Açores nos anos 80...espero não estar enganado!
    Claro que se devia preservar pelo menos um!Para visitas e memória futura!
    Lembro-me que no Tamisa está lá um da 2ª guerra!
    Somos uns tristes!

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  2. Sim, faz muita pena mesmo...
    Enquanto as fragatas da classe João Belo (estou a falar dos anos 80) tinha as suas missões NATO (integravam a STANAVFORLAND) as corvetas das Classes João Coutinho e as da Classe Baptista de Andrade tinham as suas "Açorex" de quatro meses no Arquipélago dos Açores, para missões SAR.

    Estas últimas ainda integravam todos os exercícios em águas nacionais, alguns no ambito da NATO (OpenGate e OceanSafari) e claro SAR's na nossa costa.

    Na minha humilde opinião foram dos navios mais bem aproveitados, sempre prontos a ocorrer a todas as chamadas que fossem necessárias como inclusive uma surveillance a um trio de navios soviéticos no final da Guerra Fria.

    Dá-me ainda mais pena, o downgrade a que as BA foram submetidas, sendo no final da sua carreira uns patrulhões.

    Preservar uma destas Corvetas seria uma forma de honrar todos os que estiveram embarcados nelas, mas acima de tudo mostrar a quem não sabe, que também sabemos desenhar navios de guerra e utilizá-los de forma eficiente.

    Rui Matos
    (que "por acaso" esteve embarcado na NRP João Roby e na NRP Honório Barreto e fez 3 "Açorex")

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  3. Ccaros amigos:

    Por muito que nos custe ver os navios abatidos ou em vias de o ser, à espera do maçarico e da siderurgia, eles são como nós: são concebidos, crescem, vivem e morrem. E têm que ser "enterrados".

    Temos é que preservar a sua memória, honrando os que neles navegaram e reconhecendo os seus relevantes serviços ao nosso País. E uma excelente forma de o fazer será transformar, pelo menos um de cada classe, em navio-museu. No caso presente, esperemos que tal venha a acontecer e que não nos venhamos a lamentar de mais uma oportunidade perdida.

    Ou será que deixámos mesmo de ser um País de marinheiros e que nem já da nossa história marítima nos sentimos orgulhosos?

    "Don't give up the ship"!

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  4. É realmente penoso, parte-se-nos o coração olhar a agonia lancinante destes belíssimos navios, e guarnições, que tantos e honrosos serviços prestaram á Pátria.
    Lamentavelmente não acredito que algum seja preservado, para servir de testemunha dessas horas de navegação por tantos mares.
    Faz dó.

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  5. Da esquerda para a direita as quatro Corvetas são as seguintes: F477 GENERAL PEREIRA D'EÇA, F489 OLIVEIRA E CARMO, F484 AUGUSTO DE CASTILHO e F485 HONÓRIO BARRETO.

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