Navio de carga geral e passageiros PORTO fotografado em 1967 na doca dos estaleiros de Viana do Castelo, onde foi construído em 1966-67 por encomenda da Companhia Colonial de Navegação para a carreira de África.
Construído com assistência técnica do estaleiro belga Cockerill, o PORTO foi uma realização importante da nossa indústria naval na década de 1960 e provou ser um belíssimo navio. Foi também um exemplo do esforço português ao longo do século XX para se desenvolver entre nós a indústria de construção naval, para o que funcionaram mecanismos diversos de incentivos estatais, nomeadamente a pressão política. Com mais ou menos dificuldades os estaleiros cresceram e acabaram por se imporem, ganhando inclusivé alguma projecção internacional, caso da Lisnave, Setenave e Viana do Castelo.
Ainda hoje à indústria naval é reconhecido um elevado potencial no conjunto das actividades marítimas em Portugal, mas o quadro presente é a completa negação dessas potencialidades. Monumento a essa incapacidade é o estaleiro da Margueira, inaugurado em 1967 e que chegou a ser o maior estaleiro de reparação da Europa e uma referência mundial. Paradigma da nossa negatividade presente é a forma como se criaram os problemas que acabaram por paralisar os Estaleiros Navais de Viana do Castelo, e a morosidade na apresentação de uma solução responsável e equilibrada para esta infraestrutura industrial que já construiu mais de 200 navios e está paralisada apesar de ter encomendados dois navios asfalteiros destinados à Venezuela, contrato de 128 milhões de euros em incumprimento por falta de meios para se dar início à construção dos navios. Igualmente ligado a Viana é o processo do navio de passageiros ATLÂNTIDA, feito à medida para operar nos Açores, que se viu vítima de uma intriga política irresponsável e cara, que continua a aguardar destino, isto para já não falar do seu irmão mais pequeno ANTICICLONE, parcialmente construído no estaleiro. Outra oportunidade duplamente perdida foi o programa de construção dos Patrulhas Oceânicos, com apenas um navio entregue, o NRP VIANA DO CASTELO e uma segunda unidade a aguardar à anos a sua conclusão - o futuro NRP FIGUEIRA DA FOZ. A falta de construção atempada destes navios tem obrigado ao gasto de milhões de euros no prolongamento da vida útil das seis corvetas que ainda restam, com cerca de 40 anos de actividade, para não falar das oportunidades perdidas na exportação desta classe de navios.
Não nos podemos dar ao luxo de adiar mais as soluções urgentes para garantir um futuro necessário e urgente aos Estaleiros de Viana do Castelo, agora em fase de privatização, cujo lançamento foi anunciado pelo Governo para Julho, mês que termina já amanhã. Cada dia que passa amplia a agonia dos estaleiros e aumenta a indignação por tanta imobilidade. Privatizem depressa os estaleiros e incentivem interesses portugueses a participar na operação, depressa, que está tudo a morrer na praia.
O Governo, este e os anteriores merecem uma profunda reprimenda pela falta de boa gestão da empresa e pela estratégia de deixar andar. E os contribuintes a pagar mais esta factura de indigência política. Inaceitável.
Texto e imagens /Text and images copyright L.M.Correia. Favor não piratear. Respeite o meu trabalho / No piracy, please. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia
Caro Sr.Luís Correia, disse e muito bem e estou plenamente de acordo com as suas palavras,"O Governo, este e os anteriores merecem uma profunda reprimenda pela falta de boa gestão da empresa e pela estratégia de deixar andar. E os contribuintes a pagar mais esta factura de indigência política. Inaceitável."
ReplyDeleteCreio que estes "senhores são insensivéis às dificuldades dos trabalhadores ou então são meros joguetes nas mãos daquela Tróika...
Cordiais saudações marinheiras.
JAC
Caro Sr.Luís Correia, disse e muito bem e estou plenamente de acordo com as suas palavras,"O Governo, este e os anteriores merecem uma profunda reprimenda pela falta de boa gestão da empresa e pela estratégia de deixar andar. E os contribuintes a pagar mais esta factura de indigência política. Inaceitável."
ReplyDeleteCreio que estes "senhores são insensivéis às dificuldades dos trabalhadores ou então são meros joguetes nas mãos daquela Tróika...
Cordiais saudações marinheiras.
JAC
Caro Sr.Luís Correia, disse e muito bem e estou plenamente de acordo com as suas palavras,"O Governo, este e os anteriores merecem uma profunda reprimenda pela falta de boa gestão da empresa e pela estratégia de deixar andar. E os contribuintes a pagar mais esta factura de indigência política. Inaceitável."
ReplyDeleteCreio que estes "senhores são insensivéis às dificuldades dos trabalhadores ou então são meros joguetes nas mãos daquela Tróika...
Cordiais saudações marinheiras.
JAC
Caro Sr.Luís Correia, disse e muito bem e estou plenamente de acordo com as suas palavras,"O Governo, este e os anteriores merecem uma profunda reprimenda pela falta de boa gestão da empresa e pela estratégia de deixar andar. E os contribuintes a pagar mais esta factura de indigência política. Inaceitável."
ReplyDeleteCreio que estes "senhores são insensivéis às dificuldades dos trabalhadores ou então são meros joguetes nas mãos daquela Tróika...
Cordiais saudações marinheiras.
JAC
Viva meu caro Luis Miguel Correia
ReplyDeleteHoje fizeste voltar ao passado com a referência ao meu 1º navio quando
ali embarquei em 1968 !!!! Andei lá uns dois anos como 3º Piloto.
OComandante era o Mimoso Pires o Imediato era o Fernando Sousa e o 2º
Piloto Alvaro Reis.
Faziamos viagens a começar em Leixões - Lisboa - Luanda - Lobito -
Moçâmedes - Lourenço Marques - Beira - Ilha de Moçambique - Nacala -
Porto Amélia - Lourenço Marques e daí directo a Leixões ( quinze dias
a navegar ).
Esta tripulação da Ponte foi para o navio logo na 1ª viagem.
Que bela escola ali fiz num grande navio de carga. Bem projectado para
as cargas de então quer no rumo Sul quer no rumo Norte onde andavamaos
sempre cheios.
Tantas histórias me vieram à memória. Na costa de Moçambique desde
Lourenço Marques a Lourenço Marques gastavamos UM mês e repara que nos
portos trabalhavamos sempre 24 horas à Carga / descarga,
Companhia Colonial de Navegação !
Grande abraço amigo
A.Fontes
Estaleiros Navais de Viana,na sua historia tem alegrias e tritezas;alegrias sim porque muito contribui para a industria e economia portuguesa,deixou muitas recordacoes na mente de quem trabalhou no mesmo e de quem trabalhou a bordo dos navios nele construidos...tristezas por ter sido encomendados navios de passageiros como sabem'para os Acores por casmurras que sao eleitos pelo povo e que nem sabem sequer fazerem contratos envolvendo milhoes de euros assim como a por em risco a sobrevivenca dos estaleiros,seus trabalhadores e suas familias...sou dos acores mas sinto-me muito triste e envergonhad com o que se esta a passar agora porque o mesmo que com a sua casmurrice toda deitou por terra os ENVC,agora quer tambem mais do que nunca um melhor tacho to que tem sido para ele ate agora...pensem bem acorianos o que vai ser de nos aqui nos Acores se esse mesmo casmurra sera eleito Presidente do Governo dos Acores?...,
ReplyDeleteBem haja - Luis miguel Correia
ReplyDeleteObrigado por ter o condão de relembrar coisas boas, o n/m PORTO para mim soh foram coisas boas. "Obrigou-me" a tirar o Curso de Pilotagem após ter concluido o Curso de Radiotecnia na ENIDH, porque por circunstâncias várias estive embarcado no referido navio 24 meses seguidos tendo adquirido 11 meses de ferias aproveitadas a tirar o primeiro ano de Pilotagem.
O grupo do tempo do A.Fontes jah não encontrei mas os que la estavam fizeram escola pelo seu profissionalismo, bom senso, camaradagem e sentido solidário logo devem ser saudosamente lembrados : Manuel Ferreira, Carlos Máximo, A.Teles, Antonio Pata e todos os 53 (cinquenta e três!!) tripulantes que fizeram do Navio uma Familia que surpreendentemente ... dava lucro.
Um abraço
FJConsciencia Martins