Está a causar grande indignação no Continente o lançamento de um concurso para fretar navios para a carreira inter-ilhas nos Açores para o período de 2013 a 2015. Segundo especialistas do sector, os pressupostos do concurso foram feitos à medida para continuar a afretar à companhia grega Hellenic Seaways, armadora dos navios EXPRESS SANTORINI e HELLENIC WIND, o "mesmo expediente já utilizado para afastar os estaleiros nacionais do concurso para construção de dois navios para operação no Grupo Central", entretanto adjudicado a um obscuro estaleiro espanhol", referiu ao BNM um capitão da MM com larga experiência nos Açores. "Repare que é um concurso internacional e aberto em pleno mês de Agosto. Aproveitando a " silly season " - Governo a banhos. Está formatado para ser ganho pelo armador Grego e com os actuais navios " Expresso de Santorini" e "Helenic Winds ". Tem ainda a particularidade de colocar no caderno de encargos que os navios propostos têm de ter rampa de popa para trabalharem com as novas rampas que estão a ser construídas em todos os portos dos Açores. Haja Deus." - comentou ao BNM um administrador de uma das empresas de navegação nacionais com sede em Lisboa. Outro leitor habitual do BNM alertou-nos para o facto seguinte: "a ATLANTICOLINE lançou ontem 7 de Agosto 2012 um concurso público internacional de fretamento para dois navios para as operações sazonais nos Açores de 2013 e 2014 e prorrogação para mais um ano. Como o concurso é " quase por medida " a velocidade exigida para os navios é de 19 e 28 nós e uma lotação minima de 600 passageiros e 120 viaturas. O preço máximo deste fretamento não poderá superar os €16.400.000,00. Como vês o " ATLANTIDA " continua fastado desta operação até 2015. É um escândalo nacional."
Em texto divulgado pela agência Lusa a Atlânticoline reafirmou que a questão do navio Atlântida é um "assunto encerrado", recordando que tem sido compreensiva com os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), de quem tem ainda a receber sete milhões de euros.
"A Atlânticoline tem dado provas de grande compreensão para com a situação financeira dos ENVC, como pode ser aferido pela boa vontade demonstrada nos sucessivos adiamentos do pagamento de um montante de 7 ME ainda em dívida, relativos ao acordo de rescisão dos contratos de construção dos navios Atlântida e Anticiclone", refere a empresa que assegura o transporte marítimo de passageiros e viaturas nos Açores.
Num comunicado enviado à Lusa, a Atlânticoline recorda que "o navio Atlântida foi recusado por não atingir a velocidade estabelecida contratualmente, tal como certificado pela classificadora Germanischer Lloyd, constituindo um assunto encerrado com o acordo de resolução homologado pelo Tribunal Arbitral".
A posição da Atlânticoline surge na sequência das declarações do presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, que considerou "uma vergonha" o concurso aberto pela empresa para fretar dois navios para o transporte de passageiros e viaturas entre as ilhas dos Açores, enquanto o Atlântida continua parado.
A abertura deste concurso levou também a Comissão de Trabalhadores dos ENVC a apelar ao boicote dos produtos açorianos, acusando as autoridades regionais de "andarem a brincar com os impostos dos portugueses".
No comunicado enviado hoje à Lusa, a Atlânticoline salienta que o concurso público recentemente lançado "cumpre o exigido pela legislação comunitária para este tipo de procedimentos legais".
Para a empresa, este concurso, que visa o fretamento de dois navios para o transporte interilhas em 2013 e 2014, com opção para 2015, "é a solução que melhor acautela o interesse da Atlânticoline e da Região Autónoma dos Açores, que é a manutenção do serviço de transporte interilhas de passageiros e viaturas de acordo com os critérios de fiabilidade, qualidade e rigor económico que o têm caracterizado".
"Estes princípios só podem ser cumpridos, no que diz respeito, por exemplo, aos tempos de ligação entre as ilhas ou ao consumo de combustível com o cumprimento dos requisitos técnicos exigidos nesse concurso", acrescenta a empresa.
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Mais 3 anos com estas vergonhosas cangalhas. Navios velhos e desadequados à realidade açoriana, um verdadeiro hino à estupidez na matéria. São assuntos geridos por pessoas que não entendem absolutamemte nada do mar e que protagonizam uma política de enriquecimento de armadores gregos, que, por sinal, agradecem que alguém lhes pague avultadas somas para navegar com os seus "dejetos", que até estavam praticamente encostados. O Atlântida é um bom barco mas o facto é que ninguém o compra, de qualquer forma quer me parecer que os Açores mereciam melhores transportes marítimos de passageiros. Que saudades do meu querido Ponta Delgada. Outros tempos.
ReplyDeleteO Atlântida foi rejeitado porque faltava uma milha à velocidade que estava estipulada no contrato e quem vai controlar a velocidade destes navios? O que me parece é que os mafiosos não estão no país que tem essa fama mas sim em Portugal...
ReplyDeleteÉ assunto para inquérito a alto nivel. Alguem está a ganhar chorudas comissões pagas pela máfia grega da Hellenic Seaways para continuar a "mamar" com os contratos açoreanos.
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