Primeira fotografia, de Eduardo Gageiro: Doca de Alcântara fotografada a 23 ou 24 de Maio de 1966 com os paquetes LIMA e ANGRA DO HEROÍSMO atracados ao cais Sul da doca de Alcântara e o SANTA MARIA atracado por fora no cais privativo da Companhia Colonial de Navegação. Ao fundo, a Ponte Salazar quase pronta, seria inaugurada em Agosto desse ano. O ANGRA DO HEROÍSMO, chegado de Haifa a 5 de Maio após compra pela Insulana, está a ser pintado com as novas cores. No cais Norte, em primeiro plano, vê-se a popa do cargueiro ALENQUER e os mastros do MADEIRENSE de 1962. Em miúdo vinha aqui com frequência apreciar este mundo marítimo absolutamente fascinante.
Segunda fotografia, de Luís Miguel Correia: a mesma doca fotografada a 12 de Julho de 2013. O espaço é o mesmo, ao fundo a Ponte 25 de Abril, rebaptizada em 1974 de acordo com o que Salazar previu quando lhe pediram para dar o nome à ponte. O jardim é o mesmo, tem menos gente e ao fundo quase não há navios, parece que a Desmaritimização desinfectou a vista de navios e outras ousadias de um passado supostamente tenebroso. Curiosamente voltamos a estar pobrezinhos, quem sabe alguns ainda honrados...
Uma referência à primeira fotografia, de Eduardo Gageiro, um dos melhores fotógrafos portugueses da actualidade. No seu livro "Lisboa no cais da memória", está publicada esta e muitas outras fotografias suas imbuídas de ambiente marítimo. É um livro excepcional...
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Caro Luis Miguel Correia,
ReplyDeletee dizer que este jardim estava, normalmente, pejado de gente. Velhos e novos! Desde os meus 10 anos, até perto dos 20, fui não só frequentador do mesmo como era minha passagem obrigatória a caminho do Estaleiro. Aos domingos, aproveitava para dar ainda uma vista de olhos pelo Museu de Arte Antiga. Era o que se podia chamar o 2 em 1.
Acresce que se o Eduardo Gageiro tem estado ali no dia 22, talvez tivesse visto passar o "Angola", vindo de Leixôes, a caminho do Cais da Fundição e a preparar-se para nova viagem. Eu, porém, desta vez, depois de chegar de Leixões, fiquei em terra, de vez. Tinha terminado a minha "epopeia marítima"!
Cumprimentos,
João Celorico
Caro João Celorico,
ReplyDeletePois eu também frequentava o jardim em 1966, pois vivia na Infante Santo, relativamente perto. Um dos passatempos com os meus irmãos era esperar pelos comboios e adivinhar quantas carruagens traziam...
E, claro havia sempre os navios para apreciar... Ainda não me fartei... e passo lá de vez em quando...
Cumprimentos
Luís Miguel