Thursday, September 08, 2016

Porto de Lisboa: 60 anos a mudar


Há pouco mais de sessenta anos, a Doca de Alcântara, então a mais importante do Porto de Lisboa, apresentava este aspecto. Não sei exactamente a data, mas não sendo impossível de descobrir, pode levar algum tempo, podendo avançar com segurança que foi tirada por volta de 1954, pois o antigo GIL EANNES pode ver-se atracado à esquerda em primeiro plano e este navio foi substituído em 1955 por um novo do mesmo nome. Junto ao GIL EANNES vê-se o ALVIELA da Marinha Portuguesa, e sempre na muralha sul da doca, um lugre bacalhoeiro, parte da frota de batelões da Companhia Colonial, um dos fruteiros da Insulana, o GORGULHO ou o seu irmão MADALENA, e no cais da Sociedade Geral, um dos dois cargueiros da classe A construídos para a linha de Angla, o AMBRIZETE ou o ANDULO. Ao fundo, no travessão da doca, o cargueiro DIONE, da Empresa Continental de Navegação, e no cais norte, os navios BENGUELA, QUANZA e parte do paquete ANGOLA ou do seu gémeo MOÇAMBIQUE. Nesta época os navios da Nacional estavam pintados de creme em vez do branco mais corrente, seguindo a moda da Sociedade Geral, o que depois foi revertido por volta de 1960.
A segunda imagem mostra a mesma doca com o seu aspecto em 2016, transformada de alguma forma em porto de recreio depois de a especialização dos navios ter tornado este espaço obsoleto para operações comerciais. O contraste não podia ser maior.
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