Tuesday, February 17, 2009

FLUTUAÇÃO DO FUNCHALENSE (II)


FUNCHALENSE, segundo navio com este nome, construído na doca seca nº 1 dos estaleiros de Viana em circunstâncias particularmente originais: o casco foi “entalado” em diagonal entre dois navios de pesca, o arrastão bacalhoeiro JOÃO MARTINS e o bacalhoeiro de pesca à linha RIO LIMA. A quilha do FUNCHALENSE foi assente na doca em Fevereiro de 1952, com os navios de pesca em estado adiantado de construção.
Houve da parte do estaleiro um grande esforço para, em cerca de 2 meses, ter o casco do fruteiro em condições de ser posto a flutuar, em simultâneo com os outros navios.
Assim, o FUNCHALENSE foi posto a flutuar no dia 27 de Abril de 1952 e rebocado para a Doca nº 2 dos estaleiros onde prosseguiu o aprestamento. Essa data foi dia de festa para Viana do Castelo, com a visita do ministro da Marinha e de Henrique Tenreiro, responsável pela política de fomento das pescas do Estado Novo. No seu discurso, o comandante Tenreiro salientou a reconstrução nacional: “Hoje, em que mais três navios vão sulcar os mares, enriquecendo assim as nossas frotas de comércio e pesca, bendigo a hora em que uma política de reconstrução nacional, conduzida pela sábia, honesta e inteligente orientação do grande chefe Salazar, torna possível um Portugal maior”. Por sua vez Américo Thomaz salientou “as dificuldades especiais que se tiveram de vencer para obter o material laminado para o fruteiro”.
Texto retirado do novo livro EMPRESA DE NAVEGAÇÃO MADEIRENSE 1907-2007, de Luís Miguel Correia.
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4 comments:

  1. Este FUNCHALENSE, que a partir de 1966 se passou a chamar ILHA DO PORTO SANTO, foi comprado pela CTM em 1974 e navegou até 1981, sendo desmantelado em Alhos Vedros em 1982.
    Foi o primeiro navio de carga construído pelos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (Construção 14).

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  2. Bonita foto. Havia muita gente a ver navios!

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  3. Sim, na época havia um grande interesse pelos navios e pelo mar...

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  4. A foto é curiosa, pois permite bem ver a posição do Funchalense no Estaleiro.
    Sim, sim, muita gente "via navios", ser sem em sentido figurado, e sentia o mar. Em Viana, nunca assisti a nenhum bota-abaixo, mas na Gafanha, São Jacinto e F. da Foz, tive prática. Sobretudo, a Gafanha, em dia de bota-abaixo, era um formigueiro humano, pleno de entusiasmo! Com ou sem Estado Novo, com mais ou menos encenação, era um festival sentido por muita gente!

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