"Já disse que formarei um governo com não mais de 10 ministros, o que significa que vamos ter que juntar áreas, mas um desses ministérios terá a agricultura", afirmou, revelando que o ministério vai ser da "agricultura, mar e território".
Pedro Passos Coelho, 7 de Maio de 2011
Meter o Mar no mesmo ministério da Agricultura e do Território não augura nada de bom para um futuro viável das actividades ligadas ao Mar em Portugal.
O Mar está moribundo entre nós. Só não temos um Mar Morto porque subsistem elementos do Mar Português que contra ventos e marés conseguiram chegar até aqui:
- Falo da Marinha Portuguesa, a nossa Armada, muito reduzida comparativamente ao que já foi mas intacta na sua componente de instituição privilegiada e repositório de saber e de preservação da maritimidade;
- Refiro a Marinha de Comércio, que subsiste entre nós com alguma actividade e com reserva de conhecimento mínimo do negócio dos transportes marítimos para que nesta área um hipotético ressurgimento não exija que se parta do zero marítimo;
- Lembro a Marinha de Pesca que continua a congregar empresários de sucesso e gente empreendedora;
- Chamo a atenção para a Indústria Naval, actividade de suprema importância ainda com alguma actividade em Portugal e com enorme potencial futuro, oxalá saibamos congregar nesta área o melhor de que fomos e somos certamente capazes.
Podia continuar a enumerar outras tantas actividades económicas potencialmente relevantes, ou referir as possibilidades económicas do desenvolvimento integrado das actividades marítimas em Portugal, de forma realista. Para que tal desígnio obtenha sucesso, precisamos de muita coisa: trabalho, técnicos com perfis adequados, empresários e empreendedores, dinheiro, dinheiro e mais dinheiro, e uma entidade oficial que não multiplique ainda mais as malhas da ignorância, burocracia e genuína incompreensão do Mar Português para que o mesmo não passe definitivamente de Mar Moribundo a Mar Morto.
Juntar o Mar à agricultura, não, Dr. Passos Coelho, não, não mesmo. Não serve o Mar, não serve o País.
Luís Miguel Correia
Imagem de LMC do paquete de bandeira portuguesa PRINCESS DAPHNE a navegar frente à Praça do Comércio, em Lisboa a 6 de Maio de 2011. O PRINCESS DAPHNE é operado a partir de Lisboa por uma empresa instalada em Lisboa desde 1985, cuja existência continuada deveria ser estudada como exemplo de que apesar do actual alheamento de facto, os assuntos do Mar podem ter tantas ou mais possibilidades entre nós do que no exterior.
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Caro amigo,tão bem como eu o Snr.sabe que existem países que nem Mar têm,contudo têm boas frotas e sempre embandeiradas com as bandeiras dos seus países...
ReplyDeletepor cá os nossos "governantes" nunca se preocuparam com a nossa marinha.
Saudações marinheiras.
José Castro
Caro José Castro,
ReplyDeletePreocuparam-se e demais... destruíram!...
Carlos