Esta semana estive nos estaleiros navais e Viana do Castelo onde já não ia há algum tempo, mas cuja evolução fui acompanhando das formas possíveis. Considero que o desmantelamento da empresa Estaleiros Navais de Viana do Castelo foi um crime desnecessário que nunca acreditei tivessem lata para levar adiante dada a importância económica e social da actividade aí desenvolvida para a cidade de Viana do Castelo e o Minho, tal como no Reino Unido, apesar de terem dado cabo da maior parte da indústria naval ninguém se atreveu a fechar os estaleiros Harland & Wolff em Belfast. Mas enganei-me,venceu a incompetência e a falta de visão e foi o que todos sabemos.
Entretanto abriu-se um novo capítulo na indústria naval de Viana do Castelo com o arranque da nova empresa do grupo Martifer, a West Sea Vianayards, e dentro do estaleiro fui encontrar o relançamento de toda uma actividade e gente com esperança e determinação.
O estaleiro apresentava, pela primeira vez em muito tempo, quatro navios nas suas instalações e em breve serão anunciados oficialmente os contratos para a construção de dois patrulhas oceânicos para a Marinha Portuguesa, havendo perspectivas de outras construções no futuro.
A reconstrução do ATLÂNTIDA e a sua modificação para navio de cruzeiros de luxo a iniciar agora, terá para já grande importância na actividade da empresa, que espera registar até ao final do ano a reparação de 20 navios e apresentar resultados positivos logo no primeiro exercício.
Fomos muito bem recebidos em Viana do Castelo, andámos por todo o lado e entre outros pormenores andei à procura da fronteira entre o passado recente, o estaleiro estatal, e a nova empresa.
Essa fronteira é como a linha do equador, está à vista mas não se tropeça na sua intangibilidade, mas a sensação de um grande desperdício absurdo ainda se sente em cada esquina do estaleiro, em paralelo com a vontade de recomeçar e voltar a desenvolver a arte de bem fazer navios que foi uma constante todos estes anos em Viana do Castelo.
Fotografias originais de Luís Miguel Correia obtidas em Viana do Castelo a 2 de Outubro de 2014.
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Grande LM
ReplyDeleteGostaria de saber qual o motivo que levou o NPO "Figueira da Foz" a entrar na doca seca?
Obrigado
Um abraço
LFM
Grande LF,
ReplyDeleteO motivo principal foi dar a possibilidade a um conhecido fotografo de marinha de fazer mais umas belas imagens.
O motivo secundário foi a "docagem de garantia" efectuada mais ou menos um ano após a entrega do navio pelo estaleiro construtor.
Abraço
LMC
ReplyDeleteDurante o primeiro ano de atividade o Navio é entegue à Marinha de forma "provisória"
Sendo o Estaleiro construtor responsável pela sua manutenção e garantia.
Ao fim de um ano o navio regressa ao estaleiro é feita uma revisão geral, corrigem-se os aspectos em falha, coisa normal de encontrar no primeiro ano de vida de um navio, e se o cliente estiver satisfeito da~se a entrega definitiva do navio à Marinha. juntamente com o plano de manutenção o plano de assistência logística integrada e garantias dos fornecedores do material instalado a bordo do mesmo.
Abraço
EX ENVC