Wednesday, December 19, 2018

FUNCHAL vai voltar aos cruzeiros como «party boat hotel»


O grupo hoteleiro Signature Living anunciou esta manhã em Liverpool que vai transformar o FUNCHAL em «party boat hotel» para 600 passageiros jovens e utilizar o navio em viagens festivas de Liverpool para Ibiza e Maiorca. O FUNCHAL foi adquirido em leilão no dia 5 de Dezembro último e está prevista a entrega do paquete por volta de 15 de Janeiro. 

Inicialmente circulou a informação de que o FUNCHAL seria utilizado em Londres como hotel flutuante, mas o plano original terá sido revisto, sendo objectivo da Signature Living inaugurar os cruzeiros na Primavera de 2019 depois de se proceder à reconversão e actualização técnica do antigo paquete português. 
Para já o FUNCHAL permanece atracado à ponte-cais da Matinha em Lisboa.
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Tuesday, December 11, 2018

PAQUETE PONTA DELGADA DE 1961



PONTA DELGADA (1961-2001)

Recordando o Paquete PONTA DELGADA, o «irmão» em miniatura do FUNCHAL.

Características técnicas:
Navio de passageiros e carga a motor, construído de aço, em 1960-1961. Nº oficial: H 480; Indicativo de chamada: CSHL. Arqueação bruta: 1.054 toneladas; Arqueação líquida: 476 toneladas; Porte bruto: 430 toneladas. Deslocamento leve / máximo: 746 / 1.176 toneladas. Capacidade de carga: 1 porão para 359 m3 de carga geral. Comprimento ff.: 67,17 m; Comprimento pp.: 60,00 m; Boca: 10,20 m; Pontal: 6,25 m; Calado: 3,51 m. Máquina: 1 motor diesel Sulzer de 7 cilindros, modelo 7 TAD 36; potência de 1.575 bhp a 260 rpm; 1 hélice. Velocidade: 13.5 nós (máx. 14 nós). Passageiros: 400 (74 - turística, 64 – 3ª classe, 262 sem acomodação. Tripulantes: 32. Custo: 27.347.000$00.

História:
O PONTA DELGADA foi construído em Lisboa por NAVALIS – Sociedade de Construção e Reparação Naval SARL. (construção nº 191), por encomenda da Empresa Insulana de Navegação, destinando-se a substituir o ARNEL (1.026 TAB / 1955) no serviço de cabotagem nos Açores. O contrato de construção foi assinado a 10-03-1960 com o Estaleiro Naval da CUF, que em 30-12-1960 deu lugar à NAVALIS. A quilha foi assente a 14-11-1960 e o casco lançado à água em 3-04-1961, sendo madrinha a Sr.ª. Dª. Maria Madalena Pinto Basto Bensaude. O PONTA DELGADA foi entregue à EIN em 27-12-1961, sendo seu primeiro comandante o capitão Armando Gonçalves Cordeiro. O navio foi visitado pelo Ministro da Marinha, almirante Fernando Quintanilha a 3-01-1962 e registado na capitania do porto de Lisboa a 12-01-1962. Em 17-01 saiu de Lisboa para Ponta Delgada (19-01) na sua primeira viagem e em 30-01 iniciou a cabotagem largando de Ponta Delgada para as ilhas do Grupo Central. Em Agosto de 1966 o PONTA DELGADA efectuou um cruzeiro Lisboa – Funchal – Lisboa fretado à Federação Portuguesa de Vela. Por fusão das empresas Insulana e Colonial em 4-02-1974, foi criada a CTM – Companhia Portuguesa de Transportes Marítimos SARL, para quem transitou nesta data a propriedade do PONTA DELGADA, ao qual foi então atribuído o nº. oficial I 463. O navio assegurou o serviço de passageiros entre as ilhas dos Açores durante 22 anos. Imobilizado em Lisboa de 5-12-1983 a 14-05-1984, o PONTA DELGADA regressou aos Açores onde operou até 19-10-1984, regressando a Lisboa (22-10) onde ficou imobilizado. A 16 e 17-08-1985 o PONTA DELGADA foi fretado para ser efectuada a bordo a rodagem de um filme, efectuando a última saída para o mar com as cores da CTM. Em 23-09-1985 foi vendido à COMTRAMAR – Companhia de Transportes Marítimos, de Lisboa, por 15.000.000$00, permanecendo imobilizado em Lisboa. Em 5-07-1986 o navio efectuou um cruzeiro Lisboa – Sesimbra – Lisboa, após o que sofreu uma modernização no estaleiro na Lisnave – Rocha, sendo adaptado para cruzeiros costeiros.  Em 8-08 saiu para Portimão para efectuar cruzeiros na costa do Algarve, regressando a Lisboa a 26-09-1986. Funcionou como bar e restaurante atracado na doca de Alcântara até 01-1987. Em 10-1987 o PONTA DELGADA teve a chaminé aumentada e modernizada em Lisboa. Fretado à companhia grega Marine Faith, do Pireu, o PONTA DELGADA saiu de Lisboa a 5-01-1988 com destino a Moçambique, escalou Las Palmas, Tenerife, Dacar e Walvis Bay, entrando no Maputo a 4-02. Em 9-02 foi entregue ao Governo Moçambicano, iniciando a 17-02 a primeira de uma série de viagens na costa de Moçambique, onde operou até 18-08. No regresso de Moçambique fez escalas em Walvis Bay, Dacar e Funchal, onde esteve de 25-09 a 6-12, entrando em Lisboa pela última vez em 8-12-1988. Após 13 anos imobilizado em Lisboa acabou abandonado e vandalizado no cais do Poço do Bispo, onde se afundou a 3-06-2001 por alagamento do casco. Em Dezembro de 2007 começou a ser desmantelado no local do afundamento.
Mais referências LMC ao Paquete PONTA DELGADA aqui e aqui.

Tuesday, December 04, 2018

Paquete FUNCHAL: 5 de Dezembro

O Paquete FUNCHAL costumava largar de Lisboa a 5 de Dezembro para os portos do Brasil, em viagem posicional durante os muitos anos em que, como navio de cruzeiros, operou no mercado brasileiro nos meses de Inverno. Amanhã, dia 5 de Dezembro de 2018, vai ser leiloado, numa sessão de abertura de propostas de compra e tudo será possível após quatro longos anos de imobilização ao cuidado de uma pequena tripulação tão cheia de dedicação como de desanimo.
Uma das entidades que recentemente considerou a compra do FUNCHAL para utilização como residencial para estudantes, a Associação Montepio, desistiu de comprar o navio, assustada com a perspectiva de custos elevados. Espero que alguns empreendedores ligados à hotelaria tenham a coragem de comprar o FUNCHAL, de forma a que o Boogie Man turco que há dias levou o PORTO não sacie a sua cupidez sucateira com esta obra prima da construção naval do século XX.
Quem eu gostava mesmo de ver amanhã a comprar o FUNCHAL era o meu amigo George P. Potamianos, mas infelizmente a história não se repete e o homem que em 1985 salvou o FUNCHAL já não está entre nós, nem deixou descendentes à altura. Vamos ver o que acontece.
Como nota de rodapé, verifico que involuntariamente colaboro com o anúncio de venda do FUNCHAL, publicado a 10 de Novembro na imprensa de Lisboa e reproduzido acima: é que a fotografia do navio é minha. Ninguém ma pediu nem pagou a sua utilização. Assim vão os tempos.
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