Friday, April 04, 2008

CAIS DA ROCHA a 26-08-1967

Fotografia do Cais da Rocha em 26 de Agosto de 1967, tirada de bordo do navio de passageiros CANBERRA, da P&O atracado junto à Estação Marítima. Pela proa pode ver-se atracado na Ponta da Rocha o paquete americano ATLANTIC da American Export Lines numa das suas últimas viagens, pois foi retirado do serviço em Outubro de 1967.
Em primeiro plano os guindastes eléctricos MAGUE adquiridos na década de sessenta, ainda com a cor cinzenta original. Podem observar-se ainda os rebocadores a vapor da AGPL CABO RASO e CABO ESPICHEL, com as suas duas chaminés tão características. Estes rebocadores foram construídos em Belfast em 1928 para o Porto de Lisboa e havia um terceiro semelhante, o CABO SARDÃO que se perdeu no Tejo em 1940. Estes dois últimos eram gémeos, ambos com 900 HP enquanto o CABO ESPICHEL era maior e mais potente, com 1.500 HP e maiores dimensões, ainda que em termos de aspecto fossem muito parecidos.
Merece destaque especial a actividade de construção naval do estaleiro da AGPL, então explorado pela Lisnave, vendo-se a fragata NRP ALMIRANTE GAGO COUTINHO atracada ao cais das carreiras em aprestamento. Atracada ao costado da GAGO COUTINHO vê-se a draga a vapor ENG. MATOS, do Porto de Lisboa.
Na muralha interior da Ponta da Rocha estão atracados os três rebocadores principais da Sociedade Cooperativa dos CATRAEIROS do Porto de Lisboa, o FOZ DO LIMA, o ÁTOMO, ambos construídos em Viana do Castelo, e o LIBERTADOR, construído na Holanda.
Uma bela fotografia de Michael Sutcliffe a quem agradeço uma vez mais a sua disponibilidade de a partilhar.
Text by Luís Miguel Correia. Image copyright M. Sutcliffe. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia

10 comments:

Ricardo Matias said...

Já agora pela popa da Gago Coutinho o arrastão do bacalhau, Santa Mafalda da Empresa de Pesca de Aveiro, então em apprestamento.

ml said...

E já agora ... essa "coisa do passado" que é uma fragata do Tejo,magnífica, entrando na "Doca do Espanhol" à vela, com o seu bote a reboque! Que saudades...

PS: Bela foto e excelente "legenda" que nos permite "viver" o que se estaria a passar nos cais, no estaleiro e, claro, a bordo dos diversos tipos de embarcações. Parabéns.

LUIS MIGUEL CORREIA said...

Michael Sutcliffe informa que o navio é o CANBERRA. O que depois dele informar me parece óbvio se ampliando a imagem se observar os vidros no tombadilho à proa, característica única do CANBERRA.
O único encontro entre o CANBERRA e o ATLANTIC em Lisboa nesse ano de 1967 foi a 26 de Agosto, pelo que a fotografia fica datada...

Luis Filipe Morazzo said...

O arrastão que está pela popa da Gago Coutinho, e sem querer ser indelicado com o companheiro Ricardo Matias, no meu entender trata-se do Altair, um pouco mais pequeno que o Santa Mafalda que ele indicou.

Saudações marinheiras

Luis Filipe Morazzo

Ricardo Matias said...

O nosso amigo Luis Morazzo tem melhor vis�o do que eu, de facto vendo melhor, n�o pode ser o Santa Mafalda porque nesta data ainda estava na carreira e s� foi lan�ado a 30 Dezembro. Por outro lado o aspecto � de um dos arrast�es congeladores, com casco pintado de preto e chamin� da Companhia Portuguesa de Pesca, s� pode ser o Altair, entregue em 15 de Junho, j� que o gemeo Almourol, ainda estava em aprestamento na Figueira da Foz, nesta data.

Ricardo Matias

Luis Filipe Morazzo said...

Gostaria de aproveitar para saudar o excelente fair-play do companheiro Ricardo Matias. Ele demonstra estar dentro do verdadeiro espírito de uma plataforma como esta, em que todos devem aprender com todos.

Obrigado companheiro

Saudações marinheiras

Luís Morazzo

LUIS MIGUEL CORREIA said...

Luís Filipe,

O Ricardo Matias é um excelente amigo, sempre pronto a ajudar e a partilhar informações e aqueles desenhos preciosos, alguns dos quais feitos de propósito para os meus livros...

É claro que vamos sempre aprendendo uns com os outros, ainda bem que asim é...

Um abraço e agora vou estudar a história do N/V VINTE E OITO DE MAIO, não vá o diabo....

Luis Filipe Morazzo said...

Caro LMC

Em relação ao “28 de Maio” estamos conversados, nem mesmo a Inês te vai poder safar de teres que ir à oral, já agora aproveita também para fazeres uma pequena revisão sobre o 1º navio escola “Sagres”, aquele de 1858, parece-me que não o conhecias lá muito bem, acontece aos melhores. Mas como estamos sempre a aprender uns com os outros, gostaria de te perguntar, se o rebocador “Cabo Sardão” da antiga AGPL era igual aos outros dois? “Cabo Espichel” e “Raso” e já agora, em que condições se afundou?

Obrigado e até breve

Saudações marinheiras

Luís Filipe Morazzo

LUIS MIGUEL CORREIA said...

LFM

Ao CABO SARDÃO aconteceu o que acontece normalmente ao Benfica, meteu água, ehehehe...

LUIS MIGUEL CORREIA said...

Luís Filipe,

O CABO SARDÃO era gémeo do CABO RASO. Ambos construídos no estaleiro Harland & Wolff em Belfast no ano de 1928 para a AGPL. Tinham as mesmas características: 297 toneladas de arqueação bruta e máquinas de tripla expansão a vapor com 900 HP.
Afundou-se em 1940 no Tejo durante uma manobra com um navio e foi retirado do fundo mas não voltou ao serviço. Depois de ser abatido ficou só o CABO RASO, que ainda conheci ao serviço...

Quanto ao diversos navios SAGRES, estou farto de saber que antes dos Navios-escola houve uma corveta que foi também utilizada para instrução. Acontece que habitualmente se considera o actual NE SAGRES o segundo por alusão ao anterio que se encontra na Alemanha com o nome original...