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Thursday, June 22, 2023

VASCO DA GAMA ex-INFANTE DOM HENRIQUE

Em Novembro de 1988 o grande paquete português INFANTE DOM HENRIQUE ressuscitou em Lisboa com o nome VASCO DA GAMA, dando início ao terceiro período da história do maior navio de passageiros português do século XX, depois da fase inicial, de 1961 a 1976, na carreira de África (CCN e CTM), e do período de exílio em Sines, de 1977 a 1986.
O armador George Potamianos que em 1986 havia comprado o navio ao Gabinete da Área de Sines procedeu à sua reconstrução, melhorando o navio em inúmeros aspectos. Em 1995 foi vendido a interesses noruegueses passando a chamar-se SEAWIND CROWN. Com este nome navegou até setembro de 2000, quando foi arrestado em Barcelona, por falência do armador Premier Cruises. Permaneceu em Barcelona refém da ineficaz justiça espanhola, acabando vendido para sucata. Fez-se ao mar pela última vez com o nome BARCELONA a 28 de dezembro de 2003 e navegou para o Extremo Oriente, tendo sido demolido na China em 2004.

S
everal images of the cruise ship VASCO DA GAMA ex-INFANTE DOM HENRIQUE taken at Lisbon in 1988 and 1989 following her rebuilding in Lisbon and Greece into a cruise ship.

She was sold in 1995 to Cruise Holdings, Bermuda, and renamed SEAWIND CROWN. As such she cruised until September 2000, and as the BARCELONA was broken up in China in 2004.





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Monday, November 21, 2022

Paquete INFANTE DOM HENRIQUE - uma fotografia com uma história


























Paquete INFANTE DOM HENRIQUE (1961-1988), fotografado por mim a 19 de Agosto de 1975, a partir da varanda da Estação Marítima da Rocha do Conde de Óbidos. 
Gosto especialmente desta fotografia, cujo suporte é um negativo 35mm a cores, das primeiras que fiz a cores, pois embora tenha começado a fotografar em 1970, a preto e branco, só me iniciei na cor, com diapositivos e negativos, em 1975. Desde então ainda não parei mais. 
O INFANTE DOM HENRIQUE (IDH), estava atracado ao cais da Colonial, adjacente à Rocha e concessionado à Companhia Colonial de Navegação (CCN) e, depois, de 1974 até 1985, à CTM - Companhia Portuguesa de Transportes Marítimos, que sucedeu à CCN. 
Fiz esta fotografia após registar a largada do navio inglês ORIANA (1960-2005), da P&O, que nesse ano cumpria um programa de cruzeiros para o mercado britânico, em conjunto com os navios ARCADIA e CANBERRA, que também fotografei em 1975.
O INFANTE DOM HENRIQUE era o nosso maior navio de passageiros e o mais emblemático, mas vivia tempos menos felizes, completava as últimas viagens na carreira de África, era parte de uma coreografia que se desvanecia depressa. O rival PRÍNCIPE PERFEITO já havia completado a última viagem, em Junho desse ano, e aguardava outro destino no Tejo. Seria vendido em Abril de 1976. O INFANTE sairia de cena em Janeiro de 1976, após cruzeiro de fim de ano à Madeira, prolongando depois a vida em Sines dando alojamento a pessoal do GAS e a curiosos. Seria resgatado por George Potamianos em Novembro de 1986, e renovado com o nome VASCO DA GAMA para cruzeiros internacionais, que fez até Setembro de 2000.
O paquete é apenas parte do encanto que retiro da imagem. Hoje não há como fazer um registo semelhante, pois as mudanças foram tão radicais como as decorrentes da tragédia de 1 de Novembro de 1755. Mudou tudo, o navio desapareceu, com a Marinha Mercante Nacional, o edifício da CCN foi demolido, passou o tempo. 
Ainda bem que fiz este "click". Foi o meu dia de folga, trabalhava como monitor na Colónia do jornal O Século, em São Pedro do Estoril, e nessa tarde atravessei o Mar da Palha num dos ferries da carreira do Montijo para passar perto do PRÍNCIPE PERFEITO, que também fotografei a cores, fundeado. Olho mais uma vez para a imagem e sinto os cheiros e a música de ruídos de operação portuária, com a descarga da bagagem dos passageiros do IDH, os caixotes que eram então carga de porão e verdadeiros "salvados" de vidas interrompidas em Angola. O cheiro era o perfume do fumo discreto do INFANTE, a nafta queimada pelas caldeiras que alimentavam as turbinas a vapor.  
Fotografia original de Luís Miguel Correia.
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Sunday, March 13, 2022

Lisboa como Porto e Cidade com gente e navios de passageiros




























Lisboa como Porto e Cidade, com gente e navios de passageiros nossos. Navios portugueses com o nome Lisboa inscrito nobremente à popa. 

Foi assim durante muitas décadas, nomeadamente no período que terminou em 1985, quando, em Setembro desse ano a popa do FUNCHAL viu o porto de armamento "LISBOA" ser tapado por uma chapa sobreposta, que ainda lá está, e passar a exibir Panamá. Em 2001 passou a ser Madeira, Lisboa ainda lá está por baixo, um dos segredos do FUNCHAL de que, se calhar mais ninguém se recorda.
 
Vem aí, de entrada o Paquete português VASCO DA GAMA, recordar estes tempos mais antigos sobre os quais escrevo. Mas já não há navios de passageiros portugueses com o nome da cidade de Lisboa à popa. Porque o registo convencional português, pela configuração legal inventada em 2018 acabou com os portos de registo tradicionais e adotou de forma híbrida a palavra PORTUGAL  para "porto de registo".

A primeira fotografia deste artigo mostra o PÁTRIA, a sair de Lisboa, com os passageiros no Cais da Rocha a despedirem-se. 
É uma fotografia do início da carreira daquele paquete, que fez viagens regulares a África de Janeiro de 1948 a Maio de 1973. Imagem sem data e sem autor conhecido, como acontece com tantas na minha coleção.
Viajei no PÁTRIA em 1972 e tenho gravado cada momento dessa coreografia de partida, largámos às 17h00, a 8 de Agosto de 1972, com uma hora de atraso por ter demorado um carregamento de batatas, o navio saiu cheio, com perto de 600 almas para alimentar. E a alimentação a bordo era magnífica, como tudo o resto.



























A segunda fotografia mostra o INFANTE DOM HENRIQUE (1961-1988), que foi o maior navio de passageiros português até à aquisição recente do novo VASCO DA GAMA.
As fotografias com a popa do FUNCHAL mostram os portos de registo, em 1991 e 2014: Panamá e Madeira. 
O VASCO DA GAMA também é da Madeira, isto é, está registado no MAR - Registo Internacional de Navios da Madeira, o que se conjuga bem, sendo a nacionalidade portuguesa, a bandeira é a nacional.
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Saturday, June 06, 2020

Porto de Lisboa: manhã de 19 de Agosto de 1966



Três grandes navios mercantes portugueses, todos novos à data desta imagem preciosa: FUNCHAL de 1961, atracado ao cais de Santos (cais privativo da Insulana); INFANTE DOM HENRIQUE, também de 1961, fundeado após ter chegado nessa manhã da sua última ida a Cádis para docar (a docagem seguinte será já na Lisnave Margueira); JECI, de 1966, a subir o Tejo pela primeira vez, vindo do Japão onde acabara de ser construído para a SOPONATA, nessa manhã de 19 de Agosto de 1966. 
A ponte Salazar acabara de ser aberta 13 dias antes, o paquete IMPÉRIO vinha também de entrada, procedente de Leixões, tendo largado no dia seguinte para África Oriental, como se pode ver numa outra fotografia da chegada do JECI que publiquei no meu livro SOPONATA 1947-1997
O INFANTE DOM HENRIQUE está fundeado a meio do Tejo, durante a estadia habitual entre viagens na carreira Lisboa - Beira (concluiu a viagem anterior a 3 de Agosto e no dia 8 fez um cruzeiro ao largo de Cascais para 1000 convidados do Ministro da Marinha em comemoração da inauguração da ponte sobre o Tejo), e saiu, a 26 de Agosto, para a Beira, com as escalas habituais pelo Funchal, Luanda, Lobito, Cabo e Lourenço Marques. Era frequente, durante as estadias, os nossos maiores navios de passageiros passarem um dia ou dois fundeados ao largo no Tejo, por falta de cais. Nessas situações, as tripulações seguiam de bordo para terra e vice-versa, nos rebocadores e lanchas da Companhia Colonial, o mais importante dos quais, o rebocador de alto-mar MONSANTO, se pode ver ao costado do paquete na imagem. 
O FUNCHAL estava imobilizado, com as caldeiras avariadas desde 3 de Julho de 1966, só tendo regressado à carreira das Ilhas e aos Cruzeiros, a 7 de Abril de 1967. Esteve atracado ao cais de Santos muito poucas vezes, pois o cais privativo da Insulana era nesta altura utilizado principalmente pelos paquetes CARVALHO ARAÚJO e LIMA, pelo cargueiro TERCEIRENSE e pelos navios de passageiros do serviço entre ilhas dos Açores, à data os navios CEDROS e PONTA DELGADA, que vinham a Lisboa regularmente para docagem e reparações. O FUNCHAL atracava habitualmente na Doca de Alcântara, cais sul, junto à ponte giratória da Rocha. Passou grande parte desta primeira imobilização técnica no Mar da Palha. Atracar em Santos para o FUNCHAL, só depois de o cais ter sido dragado recentemente.
O JECI (1966-1985) era em 1966 o maior navio português de sempre, (o que se alterou em 1969 com a aquisição do LAROUCO); seria em 1985 o maior navio até hoje demolido em Alhos Vedros, pela firma de sucateiros Baptistas.
Esta é uma das fotografias históricas que integram a colecção Luís Miguel Correia, e que tanto prazer me dão, a estudar e datar quando possível. Em alguns casos, levo anos até conseguir obter essas informações complementares, que tornam esta ou aquela imagem ainda mais rica. Espero que muitas delas venham a integrar livros novos num futuro próximo.
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Tuesday, February 18, 2020

INFANTE DOM HENRIQUE em Cape Town


Imagem curiosa do paquete português INFANTE DOM HENRIQUE (1961-1988) em manobra no porto da Cidade do Cabo (Cape Town), numa das escalas regulares da carreira da África Oriental. 
O fumo que parece sair da escotilha do porão n.º 1 é uma ilusão. Trata-se do fumo de um rebocador local, pertença dos Portos e Caminhos de Ferro da África do Sul. Os Sul Africanos tinham uma frota de rebocadores magnífica, com a particularidade de, até muito tarde, estas unidades utilizarem o carvão como combustível, dado que estava disponível localmente, ao contrário do petróleo. Já da chaminé do INFANTE não se vê grande fumo, embora fosse um navio a turbinas a vapor, era um navio discreto em termos de fumaradas, se calhar já a antever o actual movimento de madalenas ecologistas que descobriram nos navios de cruzeiros todos os males deste nosso mundo poluente.
O jornal I da última sexta feira tem cinco páginas dedicadas à campanha contra os paquetes em Lisboa. Artigos muito maus, parciais, a darem voz aos ecologistas zelotas que não sabem fazer o trabalho de casa e acabam a dizer asneiradas. Muito mau mesmo. 

Por aqui, ao contemplar o antigo INFANTE DO HENRIQUE, sinto saudades do perfume do fumo do navio, aquela fragância da nafta que quase se não sente já. Nos navios, como em tantos outros temas, há cheiros que marcam épocas.
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Tuesday, March 13, 2018

Era uma vez um grande paquete


Era uma vez um grande navio de passageiros que era o orgulho de toda a gente. Imponente, altivo e muito elegante, o antigo paquete português INFANTE DOM HENRIQUE era, quando entrou ao serviço em 1961, um navio ultra-moderno de grande categoria. Nesses tempos, havia um Menino de 5 anos que desejava crescer e vir a ser Comandante deste navio de sonho. Crescer, cresceu, e chegou até a ir para a Escola Náutica, mas já não chegou lá a tempo, o INFANTE só navegou uns escassos 14 anos com o nome original. Parou  em Janeiro de 1976 e só voltou a embarcar passageiros em Novembro de 1988, com o nome VASCO DA GAMA. De qualquer forma, o Menino cresceu e até se despediu deste Paquete de Sonho no ano 2000, quando fez um dos últimos cruzeiros do navio pelo Mediterrâneo, já o INFANTE se chamava SEAWIND CROWN.
Fotografia do paquete INFANTE DOM HENRIQUE tirada a 7 de Fevereiro de 1961, durante as primeiras provas de mar, restantes imagens relativas a publicidade no Diário de Lisboa, Setembro de 1961.

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Sunday, August 06, 2017

O magnífico paquete ANDREA DORIA de 1952



Orgulho da frota mercante italiana do pós-segunda guerra mundial, o paquete ANDREA DORIA entrou ao serviço em fins de 1952 e esteve em Lisboa no cruzeiro inaugural, numa escala de 1 a 3 de Janeiro de 1953, atracado à gare marítima de Alcântara. Foi uma visita do mais alto nível, com o ministro da Marinha Américo Thomaz e inúmeras outras individualidades a irem a bordo e recolher as melhores impressões. 
O armador português Bernardino Alves Corrêa gostou tanto da decoração e arranjos interiores do ANDREA DORIA que procurou reproduzir o que viu no futuro paquete INFANTE DOM HENRIQUE, o que efectivamente veio a acontecer, com o paquete português a ser encomendado em 1957, já depois da morte do fundador da Colonial.
Apesar do vanguardismo e qualidade geral do ANDREA DORIA, este navio estava destinado a uma vida curta, afundando-se a 26 de Julho de 1956 depois de abalroado pelo navio de passageiros sueco STOCKHOLM. 
O ANDREA DORIA visitou Lisboa sete vezes, em Janeiro de 1953 no cruzeiro inaugural, como referido acima, e a 5 de Abril, 15 de Maio, 16 e 30 de Dezembro de 1953, a 27 de Janeiro e 14 de Novembro de 1954 e a 19 de Dezembro de 1955, na viagem número 84. A última foi a 101.
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Wednesday, February 15, 2017

INFANTE DOM HENRIQUE travel tips

It was a great round voyage taking 45 days Lisbon to Lisbon on board the magnificent INFANTE DOM HENRIQUE, the proud flagship of Lisbon based Companhia Colonial de Navegação: Lisbon, Funchal, Luanda, Lobito, Cape Town, Lourenço Marques, Beira and back via the same ports. The first of such voyages started in Lisbon on 4 October 1961 and the next day, off Porto Santo island the INFANTE met the running mate PRÍNCIPE PERFEITO at sea returning from her second voyage. 
PRÍNCIPE was the flagship of Companhia Nacional de Navegação, the other, older Portuguese shipping concern running mail and passenger ships to West, South and East Africa.
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Monday, January 02, 2017

DOCA DE ALCÂNTARA: Agosto de 1975


Doca de Alcântara, 20 de Agosto de 1975, duas fotografias da navegação da época, com uma carga atmosférica que se perdeu depois, devido à desactivação gradual desta área portuária e posterior instalação dos postos de atracação para embarcações de recreio.
No centro da primeira imagem, vê-se o cargueiro PANARRANGE, de bandeira cipriota, a descarregar bagagens de retornados do Ultramar e por detrás, o paquete INFANTE DOM HENRIQUE, já com a chaminé pintada com as cores da CTM - Companhia Portuguesa de Transportes Marítimos, podendo em primeiro plano observar-se a proa do cargueiro FUNCHALENSE e parte de um arrastão búlgaro, em reparação na Lisnave - Rocha.
Na segunda foto, destaque para o PANARRANGE, que tem atracados pela popa os cargueiros MADALENA e JOÃO DA NOVA. No meio da doca, o rebocador MUTELA, da CTM, e à direita a popa do cargueiro CARACAS BAY, também em reparação na Lisnave da Rocha.
O PANARRANGE era um belo cargueiro de 10.433 TDW, de origem alemã, construído em Hamburgo no estaleiro Howaldtswerke no ano de 1954, para a companhia HAPAG, com o nome DARMSTAD. Estava equipado com uma turbina a vapor de 9000 shp, navegava a 16,25 nós, sendo considerado um cargueiro rápido para a época. Em 1970 integrou a frota da Hapag-Lloyd sendo vendido em 1972 à Nine Star Line, do Panamá, quando se passou a chamar TURBOSTAR. Em 1974 recebeu o nome PANARRANGE, com que navegou até Abril de 1977, quando foi adquirido por sucateiros espanhóis e desmantelado em Santander. Texto e fotos de Luís Miguel Correia publicadas originalmente neste blogue a 8 Janeiro 2007.
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Saturday, November 29, 2014

Recordando o INFANTE DOM HENRIQUE

Em dia de sol em Lisboa talvez para nos aquecer a alma e distrair dos pântanos político-económicos em que as últimas semanas de 2014 se têm caracterizado, proponho uma viagem e longo curso de Lisboa até à Beira e regresso, no nosso maior e mais belo navio de passageiros: o paquete INFANTE DOM HENRIQUE, navio-almirante da Companhia Colonial de Navegação. É um exercício impossível porque o navio desapareceu há muito mas imagine-se que este contemporâneo do FUNCHAL tinha tido melhor sorte, e ainda se
podia embarcar no Cais da Rocha numa das suas viagens redondas que hoje seriam um cruzeiro inesquecível: Lisboa, Funchal, Luanda, Lobito, Cidade do Cabo, Lourenço Marques e Beira. O regresso era feito pelos mesmos portos e a viagem redonda demorava 45 dias.
O INFANTE DOM HENRIQUE foi o maior dos quatro navios de passageiros construídos expressamente para armadores portugueses no ano de 1961, com os paquetes PRÍNCIPE PERFEITO, FUNCHAL e o inesquecível PONTA DELGADA, versão em miniatura do FUNCHAL.
Curiosamente apenas o INFANTE não foi projectado pelo Eng. Construtor Naval Almirante Rogério de Oliveira.
De todos estes paquetes, o FUNCHAL tem sido o mais feliz, apesar de diversos períodos de incerteza ao longo dos 53 anos de existência, ainda navega para agrado de muitos passageiros.
O PRÍNCIPE PERFEITO terminou a sua última viagem para a Companhia Nacional de Navegação em Junho de 1975 e foi vendido no ano de 1976, embora tenha levado depois uma existência apagada, com períodos de utilização estática como hotel-flutuante e muitos anos de imobilização na Grécia e um derradeiro encalhe fatídico na praia de Alang, India, local próximo de Diu, a 8 de Junho de 2001.
O INFANTE terminou a última viagem comercial em Lisboa em Janeiro de 1976 e foi vendido no ano seguinte para serviço estático em Sines, de onde regressou em 1986, depois de comprado pelo armador George Potamianos. Seria transformado em navio de cruzeiros, e navegou de 1988 a 2000 com os nomes VASCO DA GAMA e SEAWIND CROWN, acabando arrestado em  Barcelona de Setembro de 2000 e Dezembro de 2003, quando seguiu para a China para ser demolido, com o nome BARCELONA e bandeira da Geórgia. O saudoso (no ponto de vista dos Homens do Mar) Almirante Américo Tomás, grande patrocinador do ressurgimento marítimo português durante a Segunda República, que acompanhou a chegada do INFANTE ao Tejo em Setembro de 1961, no seu automóvel, desde o Guincho até Lisboa, teria morrido outra vez se sonhasse que o INFANTE ia acabar embandeirado numa antiga república Comunista...
Claro que se em 1974-75 não se tivesse entrado em espiral de desmaritimização a toda a força à vante, tanto o INFANTE como o PRÍNCIPE teriam sido viáveis como navios de cruzeiros, se devidamente geridos e reconvertidos, de preferência substituindo-se as máquinas a vapor originais por motores diesel e modernizando-se os alojamentos para passageiros. Ambos estes navios tinham grande prestígio na África do Sul, onde chegaram a efectuar temporadas de cruzeiros com bastante sucesso, e poderiam ter operado nesse mercado e no mercado europeu a partir de Inglaterra e Holanda, por exemplo, com algumas viagens oceânicas Europa - África do Sul, para as quais havia passageiros, e em cujo segmento passariam a não ter concorrência com a retirada dos paquetes da Union-Castle e Safmarine, em 1975-77, quando foram substituídos por porta-contentores.
Mas não foi assim, porque faltou a visão aos armadores portugueses e a vontade de preservar e desenvolver as actividades marítimas em Portugal, quadro que ainda se mantém, infelizmente.
A culpa não é exclusivamente atribuível aos personagens do 25 de Abril, pois a vontade de vender os paquetes e a venda efectiva da maior parte deles foi anterior, iniciada em 1970.
Portugal não soube preservar e desenvolver as políticas de negócio marítimo e Marinha Mercante, e da frota antiga salvou-se o FUNCHAL por milagre. É que quando o navio parou em Agosto de 1972 com a segunda avaria nas caldeiras, a primeira ideia da Administração da Empresa Insulana de Navegação foi ver-se livre do paquete. Esse rumor chegou ao Palácio de Belém, e o Presidente pegou no telefone, ligou para a sede da Insulana (então detida pela Sociedade Financeira Portuguesa) e disse que nem se atrevessem a pensar em vender o FUNCHAL depois de lhes acabar de ser atribuído direito de tráfego nas linhas de África pelo Governo. Alguém se pôs de pé e o FUNCHAL acabou remodelado para cruzeiros na Holanda e ainda navega...
Que pena que o mesmo não tivesse acontecido com o INFANTE DOM HENRIQUE, o PRÍNCIPE PERFEITO e diversos outros paquetes portugueses, mas como diz o Povo, Portugal pode ser um País de Marinheiros (será?) mas seguramente não tem sido uma terra de Armadores... Que fazem muita falta no actual contexto de vontade sebastiânica de regresso ao mar...
Hoje dava tudo para ir ao Cais da Rocha e embarcar no INFANTE DOM HENRIQUE, acreditem. Mas, nem tudo é mau, está lá o FUNCHAL no qual vou embarcar a 28 de Dezembro para o cruzeiro de fim de Ano à Madeira. O navio está quase cheio, mas ainda pode fazer a sua reserva aqui...
Fico à sua espero a bordo do FUNCHAL, vai gostar do navio, do ambiente, da viagem e do final do ano na baía do Funchal, e bem precisamos de entrar o ano de 2015 com o pé direito...
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Sunday, April 20, 2014

Cruzeiro da Páscoa do INFANTE DOM HENRIQUE

"O INFANTE DOM HENRIQUE fez cruzeiros de Fim de Ano à Madeira em 1973, 1974 e 1975 e de 5 a 14-04-1974 fez um cruzeiro da Páscoa ao Mediterrâneo, com partida e chegada a Lisboa e escalas em Nápoles, Génova, Cannes e Gibraltar" - Luís Miguel Correia in livro Companhia Colonial de Navegação 1922-1974 (em preparação).
Assistir à chegada do FUNCHAL ontem, o qual concluiu em Lisboa o "Cruzeiro da Páscoa" fez-me recordar outra chegada de um cruzeiro da Páscoa no mesmo local, a Gare Marítima da Rocha, há 40 anos, em vésperas de consolidação do processo de Desmaritimização. 
O protagonista foi então o saudoso paquete INFANTE DOM HENRIQUE, então o nosso maior navio de passageiros e os 800 passageiros que esgotaram a lotação do navio reduzida para este cruzeiro. 
Em 1974 a frota de paquetes portugueses estava já muito reduzida, dos 26 paquetes operacionais em 1966 só restavam o INFANTE, o PRÍNCIPE PERFEITO (que à data estava imobilizado em Lisboa), o FUNCHAL, o UIGE, o NIASSA, o ANGRA DO HEROÍSMO e o IMPÉRIO (ambos já vendidos para a sucata), o TIMOR (que seria vendido nesse ano para Singapura), o RITA MARIA, e o PONTA DELGADA. 
O INFANTE DOM HENRIQUE fazia essencialmente a carreira de Angola e a Companhia Colonial procurava organizar alguns cruzeiros no mercado português no sentido de melhorar a exploração comercial deste magnífico paquete, com cada vez menos passageiros a utilizarem as linhas de África.
Embora o INFANTE já pertencesse à CTM desde 4 de Fevereiro de 1974, fez o cruzeiro da Páscoa com as cores e a bandeira da CCN. Assisti à partida e chegada deste cruzeiro do INFANTE, como então fazia sempre que possível no que tocava às saídas e chegadas dos navios de passageiros portugueses, em especial o SANTA MARIA, abatido precocemente um ano antes. Estava previsto um outro grande cruzeiro do INFANTE no Verão de 1974, que devido às alterações vividas depois com a mudança de regime a 25 de Abril acabou por não se realizar, o mesmo acontecendo a dois grandes cruzeiros previstos para o Verão de 1975 à União Soviética, em pleno PREC, um seria um cruzeiro ao Báltico até Leninegrado, o outro faria todo o Mediterrâneo até Odessa. A necessidade de evacuar militares e civis de Angola e Moçambique nesse Verão quente acabou por levar ao cancelamento destes cruzeiros.
Tanto a largada como a chegada do INFANTE no cruzeiro da Páscoa de 1974 foram efectuadas na Rocha, então com um ambiente muito mais marítimo, cheio de gente, no cais e na varanda, com a estação marítima aberta a toda agente e muitos navios à volta. Outros tempos, o que torna ainda mais notável a chegada do FUNCHAL, ontem, a Lisboa vindo do cruzeiro da Páscoa de 2014, organizado e operado pela nova empresa Portuscale. O FUNCHAL foi contemporâneo do INFANTE DOM HENRIQUE, entrou ao serviço um mês depois do INFANTE, em Novembro de 1961 e a sua sobrevivência e reconstrução, o ano passado, deve-se a diversos factores, com destaque para a iniciativa e energia do armador Rui Alegre.
Fotografias: De cima para baixo, o INFANTE DOM HENRIQUE atracado ao cais da Rocha em dia de partida para a África Oriental; o FUNCHAL atracado à Rocha, ontem, no regresso do Cruzeiro da Páscoa 2014, o cartaz do cruzeiro deste ano.
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Wednesday, December 18, 2013

DOCA DE ALCÂNTARA em 1975


Embora tenha feito as minhas primeiras fotografias de navios em 1970, só a partir de 1975 consegui equipamento de qualidade que me passou a possibilitar cobrir a navegação e a vida portuária de Lisboa com regularidade, o que hoje me permite observar as mudanças e sentir alguma nostalgia dos tempos iniciais. 

Estas duas imagens foram registadas na manhã de 20 de Agosto de 1975: saí de casa na Infante Santo ao amanhecer, atravessei as Janelas Verdes, desci as escadinhas da Rocha e fui a bordo do paquete INFANTE DOM HENRIQUE fotografar o terceiro maior navio de passageiros do mundo então ainda em actividade, o navio inglês ORIANA, de 1960, que pouco depois atracou ao cais da Rocha. Tudo  a pé.
A manhã estava linda e não resisti a fazer estas duas imagens, pelo caminho. A primeira mostra uma panorâmica da Doca de Alcântara, com o cargueiro grego PANARRANGE como tema central. Estava atracado logo à entrada da doca a descarregar carga - caixotes vindos de Angola, território então a caminho da independência. Em reparação pela Lisnave (Rocha), pode ver-se o arrastão búlgaro MELANITA, tipo de navio que passou a utilizar Lisboa para reparações e estadias após o 25 de Abril. No canto direito pode ver-se a proa do FUNCHALENSE (de 1968) e atracado no cais da CTM, do lado do rio, podem ver-se o paquete INFANTE DOM HENRIQUE, então a fazer as últimas viagens na carreira de África, e pela sua proa, os mastros do PORTO, também da CTM. Pela popa do PANARRANGE, que era um cargueiro a vapor interessantíssimo, tendo pertencido originalmente à companhia Norddeutscher Lloyd, pode ver-se uma das pequenas lanchas da CTM, CARCAVELOS ou MONFORTINHO, ambas herdadas da CCN, e ainda a popa do MADALENA. Pelo meio é pródiga a presença de batelões e outras unidades auxiliares que então enchiam de vida o Porto de Lisboa. Não há vestígios de contentores, cuja operação na altura estava confinada a Santa Apolónia.

A segunda imagem foi tirada da ponte móvel, a segunda que existiu, inaugurada em 1927. As linhas alemãs do PANARRANGE destacam-se nesta imagem, também muito rica de pormenores curiosos: pela proa do PANARRANGE podem ver-se dois batelões da CTM, que aqui deixo para o nosso Amigo Nuno Bartolomeu identificar. A jusante deste grande cargueiro (que estava fretado à CTM), podem ver-se os cargueiros MADALENA e JOÃO DA NOVA, da CTM. A manobrar na doca pode ver-se o rebocador MUTELA, já com as cores da CTM, que manteve até 1979, quando foi vendido à Socarmar. O MUTELA iria ser pouco tempo depois um auxiliar precioso para um primeiro salto qualitativo das minhas fotografias, pois comecei a embarcar nele com frequência e a fotografar a navegação do meio do rio ao mesmo tempo que admirava a mestria do Mestre Zé, sempre pronto a fazer um desvio de rota para o LMC fotografar melhor este ou aquele navio...

Voltando à descrição desta fotografia, ressalta o cargueiro holandês CARACAS BAY, em reparação pela Lisnave, de que não tenho recordações especiais, e ainda os edifícios da CCN, demolidos recentemente para darem espaço a mais contentores. A revolução dos transportes marítimos dos anos sessenta, com a especialização dos navios, o aparecimento da contentorização e a proliferação de graneleiros cada vez maiores ainda mal se fazia sentir em Portugal, que andava atrasado e entretanto perdeu os comboios do progresso marítimos graças à DESMARITIMIZAÇÃO que se iniciava então...
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Monday, November 25, 2013

PRÍNCIPE PERFEITO e INFANTE DOM HENRIQUE


Postal do paquete PRÍNCIPE PERFEITO, editado pela Companhia Nacional de Navegação, com a particularidade de apresentar o selo dos correios de Angola, com este paquete e o INFANTE DOM HENRIQUE.

O PRÍNCIPE PERFEITO e o INFANTE DOM HENRIQUE foram os dois últimos grandes paquetes construídos propositadamente para a carreira de África, o primeiro para a Companhia Nacional de Navegação e o INFANTE para a  Colonial. Entraram ao serviço em Junho e Outubro de 1961 e vieram reforçar a capacidade de transporte de passageiros entre a Metrópole, Angola e Moçambique, que na década de 1950 registou um grande crescimento na procura, obrigando a viagens especiais a Angola dos paquetes VERA CRUZ e SANTA MARIA e ao transporte de centenas de passageiros nas cobertas em condições francamente más. 
Na realidade o PRÍNCIPE e o INFANTE deviam ter sido construídos logo no início da década de 1950, quando o Governo, leia-se o ministro da Marinha Américo Tomás, deu indicação às empresas nesse sentido. Querendo fugir a um investimento tão elevado, a CNN tentou enganar a situação com a construção do NIASSA, o mesmo fazendo a Colonial com o UIGE, bons navios mistos que prestaram grandes serviços ao País, nomeadamente como transportes de tropas e material de guerra, mas que não deram resposta cabal à procura de passagens para África. 
O PRÍNCIPE e o INFANTE acabaram por fazer a linha de África apenas durante 14 anos, sendo ambos retirados dessa carreira em 1975 e abatidos. Podiam e deviam ter sido convertidos para fazerem cruzeiros, mas os valores da Desmaritimização então no seu inicio levaram a soluções mais fáceis de abate e destruição da nossa frota mercante...
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Thursday, August 29, 2013

N/T INFANTE DOM HENRIQUE at Luanda




The Portuguese passenger and mail liner INFANTE DOM HENRIQUE, flagship of Companhia Colonial de Navegação, Lisbon, photographed in Luanda, Angola, in 1970, her decks full of happy passengers bound for Lobito, Cape Town, Lourenço Marques and Beira. She was the largest and most luxurious liner ever built for the Europe - East Africa service, and the largest Portuguese passenger ship ever.
The INFANTE DOM HENRIQUE was a magnificent ship. She operated mostly as a mail liner from October 1961 until January 1976 and also did several cruises including one to Brasil from Lisbon in 1972. After 17 months in lay up in Lisbon, the INFANTE was towed to Setubal and converted to accommodation ship duties at Sines where she stayed from November 1977 until November 1986.
Purchased by Lisbon Greeks interests, she was refitte and renamed VASCO DA GAMA for international cruises. Sold again and renamed SEAWIND CROWN in 1995. Seized in Barcelona in September 2000 and scrapped in China in 2004.
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Friday, October 19, 2012

Revisitar o paquete INFANTE DOM HENRIQUE

Foi o maior navio de passageiros português e cruzou os oceanos Atlântico e Indico de 1961 a 1976 com o nome INFANTE DOM HENRIQUE. Seguiu-se um desterro caro e triste em Sines e um verdadeiro renascimento como VASCO DA GAMA em 1988. 
Enquanto navegou, o INFANTE foi um daqueles navios únicos que com a sua presença dignificam de uma forma especial o nome de Portugal por todos os portos das suas navegações. Infelizmente foi desaproveitado pelo nosso País e uma das vítimas mais estúpidas do processo de Desmaritimização iniciado em 1975. Resta a memória de tantos passageiros e tripulantes de outros tempos e a possibilidade de revisitar o navio na sala da Marinha Mercante do Museu de Marinha de Lisboa, onde está exposta uma belíssima maquete do INFANTE e duas importantes obras de arte concebidas para a decoração original do navio: o painel de esmaltes de Ramos Chaves sobre cartão de Manuel Lapa, que integrou até 1976 o salão de jantar da primeira classe, e o Estaleiro de Naus, políptico do pintor Júlio Pomar que sobressaia no salão de música da primeira classe do INFANTE DOM HENRIQUE.



Os elementos decorativos do paquete INFANTE DOM HENRIQUE serão amanhã, 2o de Outubro, pelas 11H00, tema de uma conversa informal no Museu de Marinha, promovida pelo respectivo Grupo de Amigos e proferida por Teresa Tavares, que investigou o assunto no respectivo mestrado.
Mais informações aqui. Mais elementos relativos ao N/T INFANTE DOM HENRIQUE aqui.
Depois da palestra, porque não uma visita à sala da Marinha Mercante? Mesmo ali no nosso Museu de Marinha... 


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Wednesday, October 17, 2012

Interiores do paquete INFANTE DOM HENRIQUE

A próxima conversa informal a decorrer no Museu de Marinha no Sábado dia 20 de Outubro terá como tema os paineis artísticos e a decoração do antigo paquete português INFANTE DOM HENRIQUE, construído em 1961 para a Companhia Colonial de Navegação e que foi o maior navio de passageiros português.
As conversas informais são promovidas pela GAMA - Grupo de Amigos do Museu de Marinha. A entrada é gratuita.
Se gosta do antigo INFANTE recomendamos o postal original editado pela CCN para distribuir aos passageiros a bordo, que pode ser adquirido aqui.
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Monday, June 18, 2012

Porto de Lisboa: Abril de 1972

Porto de Lisboa visto de uma das gruas do estaleiro da Rocha, então sob administração da Lisnave, com o cargueiro francês VAUCLUSE em primeiro plano a ser alongado dentro da doca seca nº 1. 
Esta imagem foi tirada a 3 de Abril de 1972 da parte da tarde. Em segundo plano distingue-se a proa do paquete norueguês BLACK PRINCE atracado à Estação Marítima da Rocha enquanto o FUNCHAL está atracado ao cais da Lisnave dentro da Doca de Alcântara a terminar a reparação preparativa para a viagem presidencial ao Rio de Janeiro, iniciada a 10 de Abril de 1972. Atracado ao cais da CCN pode ver-se o paquete INFANTE DOM HENRIQUE e no cais da Estação Marítima de Alcântara distinguem-se os paquetes ingleses BRASIL STAR e ORSOVA.
O estaleiro da Rocha da Lisnave especializou-se na reconstrução de navios por alongamento dos cascos respectivos, tendo essa técnica sido concretizada pela primeira vez em 1959 com o paquete RITA MARIA da Sociedade Geral. Em 1972 efectuaram-se neste estaleiro os alongamentos (jumboizing) de quatro navios de carga geral da companhia francesa Messageries Maritimes, um dos quais foi o VAUCLUSE, que se pode observar na imagem e que esteve no estaleiro de 23 de Março a 26 de Abril de 1972.
Esta belíssima imagem, enviada por Nuno Bartolomeu retrata uma época em que eu passeava por estes cais praticamente todos os dias para ver os navios. Foi um período de grande movimento marítimo, com destaque para a derradeira fase de grande expansão da marinha mercante portuguesa.
Port of Lisbon on 3rd April 1972 with the Messageries Maritimes cargo liner VAUCLUSE undergoing a jumboizing operation inside the no. 1 dry dock at Rocha Lisnave shipyard. She was one of four sister ships jumboized by Lisnave in 1972.
Inside the Alcântara dock the passeger liner FUNCHAL is being refitted in order to sail to Rio de Janeiro with Portuguese President admiral Thomaz. Her hull has just been sandblasted and repainted in royal blue and her boilers have been refurbished. FUNCHAL sailed to Brazil on 10 April.
Alongside the Rocha Passenger Terminal the bow of BLACK PRINCE can be seen while Portuguese flagship INFANTE DOM HENRIQUE is at the CCN berth loading to sail to East Africa. Furthr donriver, at the Alcântara Passenger Terminal to British Passenger ships can be seen clearly: Blue Star Line's BRAZIL STAR and P&O's ORSOVA. Click on the image to enlarge it...
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Saturday, May 05, 2012

Porto de Lisboa novamente

Mais imagens portuárias de Lisboa na década de 1960: o paquete INFANTE DOM HENRIQUE larga do cais da Rocha para mais uma viagem a África. Este navio, o maior dos paquetes portugueses, largava habitualmente pelas 12H00 rumo ao Funchal, onde fazia escala na arde do dia seguinte. De seguida fazia escalas em Luanda e no Lobito, em Cape Town, Lourenço Marques e Beira, regressando ao Tejo pelos mesmos portos. O navio completou a última viagem a Moçambique em Dezembro de 1975.
Em baixo, a Baixa Pombalina vista a partir do rio, com a estação fluvial de Sul e Sueste em primeiro plano. Inaugurada a 28 de Maio de 1932 este edifício encontra-se classificado e foi desenhado pelo arquitecto Cotineli Telmo. Imagens cedidas por Nuno Bartolomeu.
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Friday, August 05, 2011

Estação Marítima da Rocha

Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos: um dos mais importantes edifícios de entre os que integram o património do Porto de Lisboa.
A primeira fotografia, de Novembro de 2008, mostra o seu aspecto presente, quase sempre despida de navios, de portas fechadas à sua função de entrada nobre da cidade de Lisboa, a tal capital do Império ao tempo da sua inauguração em 1948.
Um Império antigo, herança dos tempos em que Lisboa era o centro do mundo marítimo, quando o comércio internacional tinha a sua maior referência logística no Tejo.
O Tejo ainda por cá está e apesar da nossa actual triste condição de protectorado europeu, é pouco provável que o sindicato internacional de credores se lembre de nos subtrair esta dádiva da natureza, atendendo ao défice de cultura marítima que caracteriza a Europa nos tempos que vão correndo. Daqui partiu a Armada Invencível, cheia de navios portugueses às ordens de Castela, daqui partiram muitas vezes os mais belos navios portugueses do século XX, que a segunda fotografia - datada de Abril de 1962 - mostra: da esquerda para a direita, os paquetes VERA CRUZ, INFANTE DOM HENRIQUE e SANTA MARIA, então os maiores navios de passageiros nacionais, atracados precisamente ao cais da Rocha, com o INFANTE a largar para África.
O que é que esta geração sem vergonha fez de um património tão rico? Bolas para isto tudo e para esta gente indigna.
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