Wednesday, April 09, 2008

Paquete FUNCHAL em Lisboa

FUNCHAL atracado na Doca de Alcântara a 6 de Fevereiro de 1972, durante a grande reparação preparatória para a viagem presidencial ao Brasil em Abril e Maio de 1972.
O Paquete FUNCHAL, último sobrevivente da antiga frota de navios de passageiros portugueses - eram 26 em 1966, entrou hoje de manhã pelas 07h20 em Lisboa procedente de Nápoles e da Austrália, com passageiros numa grande viagem posicional pelo canal do Suez, de regresso à Europa após mais uma série de cruzeiros de inverno para o mercado Australiano.
O FUNCHAL está atracado no Cais da Rocha e larga pelas 17h00 para o Havre.
Construído na Dinamarca em 1961 para a antiga e saudosa Empresa Insulana de Navegação, o navio destinou-se de início a ligar Lisboa aos arquipélagos dos Açores, Madeira e Canárias. Em 1962 era o maior, mais rápido, melhor e mais luxuoso paquete a ligar a Península Ibérica (Lisboa) ao porto de Tenerife, com duas escalas regulares mensais. Passados 47 anos o FUNCHAL continua a navegar graças ao armador Sr. George Potamianos que tem uma grande dedicação e gosto pelo FUNCHAL a ponto de ter decidido investir o que for necessário para que o navio continue em serviço após o SOLAS 2010.
O antigo armador Sr. Vasco Bensaude nunca iria imaginar que após tantos anos o seu belo FUNCHAL ainda estaria a navegar com o nome original e a fazer cruzeiros na Austrália...
Text by L. M. Correia. Image copyright Mike Taplin. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia

4 comments:

paulorenato said...

Sempre bonito o nosso Funchal,de qualquer angulo,sempre elegante.Mesmo com as cores da antiga CTM na chamine que eu nao apreciava muito era bonito.Sr.Luis quando o Funchal foi ao Brasil em 72 alem do azul do casco tambem mudaram as cores da chamine?,eu era miudo nessa altura e lembra-me de o ver em P.Delgada com o casco azul mas com a chamine da Insulana,gostaria de saber,obrigado

LUIS MIGUEL CORREIA said...

O casco do FUNCHAL foi efectivamente pintado de azul escuro para a viagem presidencial ao Brasil em Abril e Maio de 1972. A Chaminé manteve da cor original da Insulana. Regressado do Brasil a 10 de Maio fez 2 viagens às Ilhas com o casco azul (de 15 a 21-05-1972 com escalas no Funchal e em Ponta Delgada, e 23 a 30-05-1972, em que além dos portos anteriores visitou também a Horta e Angra do Heroísmo). Durante a estadia em Lisboa de 30 de Maio a 2 de junho o casco foi de novo pintado de preto, mas sem a risca branca original na linha de flutuação.
O amarelo da chaminé só foi alterado em Junho de 1973 na sequência da transformação do FUNCHAL em navio-motor, quando passou a fazer cruzeiros turísticos. A chaminé passou a ter um amarelo mais forte, por sinal mais atraente. Depois em Julho de 1974 esse amarelo deu lugar ao laranja com as riscas da CTM, que não beneficiou nada o navio...

paulorenato said...

Obrigado!
Nao a como falar com quem sabe!!!Fiquei a saber um pouco mais sobre o FUNCHAL e para lhe ser sincero nem reparei que na primeira vez que o vi de casco branco,o amarelo da chamine era outro,mas tambem nao admira era miudo ainda e o navio por esta altura jah nao ia a S.Miguel ah muito tempo.

joão coelho said...

LMC,você é que é tem culpa..não resisto ao ver o "Funchal" nas suas cores originais. Ainda fiz a viagem S.Miguel/Faial nele, uma noite apenas, mas deu para saborear, estava habituado ao "Lima", ao "Carvalho Araújo" e, mais tarde, ao "Angra". O "Funchal" era um luxo, mas com má reputação para mares mais puxados...Dizia-se que não usavam os estabilizadores para poupar combustível, não sei se era verdade, mas facto é que passou por alguns bocados menos agradáveis, nomeadamente no Inverno. Num deles,uma jovem passageira instalou-se no deck, numa cadeira de viagem - apesar dos avisos da tripulação - e morreu com uma pancada da mesa de pingue-pongue (imagine-se!) que, com a balanço, se soltou das correntes que a prendiam. O "Funchal" tinha também problemas com a máquina, julgo que foi o primeiro paquete português dotado de turbinas, e alguma falta de experiência, aliada às disputas com os navios da CNN e CCN na rota Lisboa-Funchal - a ideia era bater o recorde de 24 horas naquele percurso - levaram a que a propulsão fosse substituída por equipamento mais convencional, na Dinamarca.

Saudações atlânticas