Não falem mais do navio ATLÂNTIDA, que insultam o Mar Português e os valores associados à epopeia marítima e entretanto travestidos de tretas. Isto a propósito de uma notícia da Lusa que transcrevemos para a seguir comentar e sugerir uma solução:
"(Lusa) - O ferryboat ATLÂNTIDA, encomendado pelos Açores aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) e rejeitado em 2009, está avaliado em 29 milhões de euros, indica o último relatório e contas da empresa, consultado hoje pela Lusa. Segundo o documento, o navio, avaliado aquando da construção em mais de 40 milhões de euros, tinha um valor de mercado, a 15 de Junho de 2012, de menos 11 milhões de euros. O número, lê-se, é suportado pela avaliação efectuada por uma "entidade independente", que considerou 29 milhões de euros como o "valor real de mercado" do navio."
A notícia insere-se no actual número de folclore mediático associado ao desmantelamento dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo - processo em curso. Provavelmente a entidade independente é a mesma que andou a sacar ao Estado Português mais de 300.000 euros em pareceres associados à privatização do estaleiro cujo resultado está à visa. A verdade é que atracado no Alfeite a torrar ao sol da nossa ignorância marítimo-política, o ATLÂNTIDA vale menos de zero, vale o castigo que os envolvidos nesta fraude absurda merecem apesar de todas as impunidades neste país de alegres patetas. O pior é que se vão para a cadeia, aumentam os impostos aos escravos pagantes e portanto o melhor é mesmo não fazer nada e emigrar ou morrer.
O valor a que chegou a tal entidade independente é obviamente teórico. A realidade é que até agora ninguém pegou no navio que foi feito à medida para atracar e navegar entre os portinhos dos Açores e portanto não encaixa em mais lado nenhum, a não ser que seja rifado a preço simbólico, ou que o Estado Português pague a algum benemérito para este aceitar receber o navio.
Entretanto estes 29 milhões de há um ano estarão certamente reduzidos a metade com mais um ano de inactividade do navio e falta de solução do assunto. Se duvidam consultem a entidade independente.
Querem uma boa solução pragmática? Negoceiem um ajuste directo com a companhia grega Hellenic Seaways que tem sido quem mais tem lucrado com todo este processo, vendam-lhes o navio por 5 milhões de Euros a pagar em 3 anos, e depois promovam o afretamento do mesmo navio entretanto com bandeira grega e denominado HELLENIC ATLANTIS por três anos para fazer a navegação inter-ilhas nos Açores por 12 milhões. Vão ver que assim o assunto até se resolve e ficam todos a ganhar, isto é, a freguesia do costume. E Portugal ajuda a Grécia que tanto precisa. E mais não digo para não diminuir o nível literário aqui da peça.
Nota: Uma "entidade independente" acaba de avalizar esta solução para o n/m ATLÂNTIDA.
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