Esta imagem é a reprodução de um anúncio publicitário de introdução ao novo Paquete FUNCHAL, produzido pela Empresa Insulana de Navegação em 1961. A velha Insulana comemorava 90 anos de existência com dois novos navios de passageiros, o FUNCHAL, e o seu gémeo-miniatura PONTA DELGADA, ambos desenhados por Rogério de Oliveira em parceria com o Armador Vasco Bensaude. Um investimento total de 229 mil contos. Hoje o FUNCHAL não tem preço, mesmo se ninguém o quer.
O paquete FUNCHAL foi uma revolução positiva na carreira da Madeira e Açores, e logo em 1962 passou a incluir Tenerife nas suas viagens ao Funchal. Depois vieram os cruzeiros, as turbinas foram substituídas pelos motores Stork, a Insulana passou a CTM, o FUNCHAL passou a ser de George Potaminanos a partir de 1985, a longa história de muito sucesso nos cruzeiros teve uma pausa em 2010 quando o navio parou para modernização. Voltou de 2013 a 2015 mas não correu bem.
E lá está o FUNCHAL, atracado na Matinha, em silêncio comovente, ignorado por muitos, condenado por outros tantos e admirado por alguns que não se conformam com semelhante sorte. Dizem que é velho e tem todos os defeitos e mais alguns, mas essas características hoje serão a sua mais valia mais importante, pois fazem do FUNCHALINHO um navio único em contraste com a nova geração de gigantes com todos os seus confortos e potenciais de fazerem dinheiro a rodos. A grande diferença é que se gosta do FUNCHAL como um navio lindo e dos novos apreciam-se os confortos, os casinos, as lojas e os espectáculos mas ao desembarcar os «guestes» já não se lembram do nome do navio, quando muito pronunciam o nome do operador. O FUNCHAL ficou no coração de milhares de passageiros para sempre.
Em paralelo com as plataformas gigantes flutuantes que efectuam cruzeiros, há alguns navios icónicos que deslumbram os privilegiados que neles viajam. É o caso do SEA CLOUD de 1930 por exemplo, e não é o único. O FUNCHAL merece um futuro digno, há espaço para ele. Imaginem se em 1955, em vez de Bernardino Correia ter vendido o SERPA PINTO para desmantelar, o tinha reconstruido para cruzeiros. Hoje era o navio mais fabuloso do mundo dos cruzeiros, um tesouro temporal e estético. O FUNCHAL é um tesouro que ninguém quer. É pena...
Em paralelo com as plataformas gigantes flutuantes que efectuam cruzeiros, há alguns navios icónicos que deslumbram os privilegiados que neles viajam. É o caso do SEA CLOUD de 1930 por exemplo, e não é o único. O FUNCHAL merece um futuro digno, há espaço para ele. Imaginem se em 1955, em vez de Bernardino Correia ter vendido o SERPA PINTO para desmantelar, o tinha reconstruido para cruzeiros. Hoje era o navio mais fabuloso do mundo dos cruzeiros, um tesouro temporal e estético. O FUNCHAL é um tesouro que ninguém quer. É pena...
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