O título deste artigo pode dar a entender que o autor (LMC) terá entrando em desvario profundo, pois hoje na maior parte das necessidades de transporte marítimo, é impossível cumprir este título pela razão simples de que não temos navios.
O título é reproduzido de um anúncio da antiga CTM - Companhia Portuguesa de Transportes Marítimos, publicado até 1985 nas páginas da Revista de Marinha. Trata-se de um trabalho criativo do designer Pepe Duarte, que integrava os quadros da CTM, vindo da Insulana e marcou a comunicação visual destas empresas durante cerca de 15 anos.
A CTM fazia apelo a que se utilizassem os navios nacionais e mantinha de forma esforçada uma série de serviços de linhas internacionais, o mesmo fazendo outras empresas da época, como a CNN ou a Econave.
Na prática, os carregadores portugueses marimbaram-se sempre para a importância de apoiarem e acarinharem uma frota de navios mercantes portugueses ao serviço da economia nacional. Em muitas circunstância o Estado fazia o mesmo, apesar de existir legislação proteccionista dos navios portugueses, muitas vezes ignorada.
Hoje levantar esta ideia pode até ser visto como revivalismo ou nostalgia do passado, pois já ninguém concebe sequer que Portugal volte a participar nos transportes marítimos mundiais com frota própria, tal a tacanhês e afastamento real do mar e suas actividades económicas que caracterizam os nossos governantes e entidades privadas. Faltam armadores, iniciativas, financiamentos, saber, tripulações... E entretanto continuamos a utilizar a via marítima para a maior parte das nossas necessidades de transportes, gastando milhões às centenas em fretes pagos a estrangeiros. Mas ninguém parece preocupado com esta realidade. Tenho pregado este problema até à exaustão toda a minha vida.
Voltando à CTM, a empresa nasceu a 4 de Fevereiro de 1974, em má hora, resultando da fusão da Companhia Colonial de Navegação (1922-1974) com a Empresa Insulana de Navegação (1871-1974). Chegou a ter cerca de 40 navios, incluindo navios de passageiros, cargueiros e algumas unidades especializadas - porta-contentores, graneleiros - além de unidades auxiliares - rebocadores e batelões. A virose da Desmaritimização tolheu a CTM em cerca de 11 anos, acabando o Governo por optar pela sua liquidação em Maio de 1985, seguindo-se a venda de todos os navios e mais património.
A imagem mostra o navio de carga e passageiros GANDA de 1948, com as cores da CTM a chegar a Lisboa em 1976, com as cores iniciais desta empresa. Atracado na Rocha pode ver-se o paquete CRISTOFORO COLOMBO. Tenho vindo a publicar a história de alguns navios da CTM
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