Bonita fotografia do paquete SANTA MARIA, da Companhia Colonial de Navegação a largar do Funchal para Tenerife em 12 de Janeiro de 1968, numa das suas viagens regulares à América Central.
Fotografia de João Pestana feita por encomenda da CCN, que depois utilizou esta imagem para imprimir um postal.
O SANTA MARIA foi construído na Bélgica em 1952-1953 para a linha do Brasil da CCN, substituindo o SERPA PINTO nesta carreira em Novembro de 1953.
O paquete mais antigo inaugurou então uma nova carreira para a América Central que seria mantida durante 20 anos, a maior parte dos quais precisamente com o SANTA MARIA.
O navio celebrizou-se com o assalto em 1961, mas não vamos aqui falar desse episódio agora. Importa referir que o SANTA MARIA era o navio de prestígio da Colonial, mantendo a linha da Venezuela e América até Abril de 1973.
Fazia 10 viagens redondas por ano, saindo de Lisboa para Vigo, Funchal e Tenerife antes de atravessar o Atlântico rumo a La Guaira, Curaçau, San Juan de Puerto Rico e Port Everglades (Florida), após o que atravessava novamente o Atlântico directamente para Tenerife, seguindo-se escalas em Funchal e Vigo.
A viagem redonda era muitas vezes efectuada por passageiros em regime de cruzeiro. E ao longo dos anos o navio efectuou também muitos cruzeiros, de Fim de Ano à Madeira, onde era presença habitual a 31 de Dezembro, bem como ao Mediterrâneo, Norte da Europa e Caraíbas.
Em 1973 o SANTA MARIA foi vendido para desmantelar na Ilha Formosa. Tinha apenas 19 anos de serviço e podia ter durado muito mais anos. Hoje ofereceram-me imagens da ultima largada do SANTA MARIA de Lisboa, ao fim do dia 1 de Junho de 1973. Assisti à partida da entrada do Museu de Arte Antiga. Não consegui ver mais de perto. Passados todos estes anos ainda sinto um aperto ao recordar essa despedida desnecessária num navio que tinha dado um excelente paquete de cruzeiros e podia ter navegado pelo menos mais 20 anos se fosse modernizado e recebesse máquinas novas, como aconteceu a outros da mesma época...
Foto da colecção LMC - Texto de Luís Miguel Correia de 11 Fevereiro 2007 editado a 22 de Janeiro de 2009