Monday, February 19, 2007

Paquete RITA MARIA de 1953

No âmbito da renovação da frota mercante nacional a seguir à segunda guerra mundial, seguindo as directrizes do Despacho 100 do Ministro da Marinha Cte. Américo Thomaz, a Sociedade Geral de Comércio, Indústria e Transportes mandou construir nos estaleiros da CUF, em Lisboa, quatro navios mistos de passageiros e carga destinados principalmente à carreira de Cabo Verde e Guiné, o maior dos quais foi o RITA MARIA, de que apresentamos duas fotografias, na fase final da sua existência, com as cores da Companhia Nacional de Navegação.
O RITA MARIA foi lançado à água no estaleiro da Rocha em Outubro de 1952 e entregue à Sociedade Geral um ano depois, a 6 de Outubro de 1953.
Em 1959 foi alongado, com a inserção de uma nova secção no casco, por vante do casario. Em 1972 foi um dos navios da S.G. transferidos para a CNN.
O RITA MARIA completou a última viagem em 1977 e foi vendido no ano seguinte, sendo desmantelado parcialmente e transformado em batelão. Como tal operou no Tejo muitos anos ao serviço da empresa SOCARMAR.
O RITA MARIA transportava 70 passageiros.
Texto de L. M. Correia. Fotos de LMC (PB) e da colecção L. M. Correia - 19 Fevereiro 2007

21 comments:

Jose Angelo Gomes said...

Os navios tinham uma graciosidade que não se encontra nas construções de agora. Este, é particularmente bonito. Fui Trancas num parecido, e de muito boa memória para mim.

Creo que é dos rebitados não??

Raquel Sabino Pereira said...

Caramba! O desmantelamento de navios deve ser cá um negócio...

Raquel Sabino Pereira said...

Está farto de encalhes?? Já não pode mais ouvir falar em desmantelamentos de navios??? Então Mude de Iced Tea e vá ver as fotografias e o slideshow que coloquei hoje no Atlântico Azul, referentes à Nauticampo 2007!!!

Rafael Silva said...

Bonitos navios!

PauloMestre said...

Que pena me dá ver estas imagens e lembrar-me das N vezes que vi o casco triste e maltratado do batelão chamado RITA MARIA.

Os tempos finais do batelão RITA MARIA foram passados no local que se o conheceu bem: dentro das instalações da antiga CUF.

Passou vários anos dentro da Quimiparque, junto aos depósitos de cereal.

Depois desapareceu e nunca mais o vi... que pena, pois mesmo como um casco nu e abandonado, a beleza das suas linhas ainda se notava.

Paulo Mestre

Klatuu o embuçado said...

Ah, e para além de toda a pirataria... Que tal umas boas naves das Descobertas? e umas narrações de grandes combates marítimos? ;)

Abraço.

Klatuu o embuçado said...

P. S. É caso para dizer que neste País está tudo ao desmantelo... Bananas da república e outra frutaria!

mch said...

O "Rita MAria" faz lembrar o Álvaro de cAMPOS QUE na Ode MArítima compara o seu coração a um velho tramp-steamer.
Agora uma pergunta Luís Miguel: Para ingleses e franceses os navios são femininos. Para portugueses são masculinos. Tem alguma psicanálise disto?

LUIS MIGUEL CORREIA said...

Blue Moon,
Basicamente é uma questão de gostos. Acabamos por achar bonitos os navios da época em que os descobrimos... Para mim são os dos anos cinquenta e sessenta, início dos anos setenta, antes de se tornarem acaixotados...
O RITA MARIA era o maior dos quatro "paquetes" da Sociedade Geral. Com as alterações que sofreram ao longo dos anos,m acabaram por ficar todos diferentes uns dos outros...

LUIS MIGUEL CORREIA said...

Sailor Girl,
Mais do que desmantelamento, os navios acabam por ser reciclados...
Em Portugal ainda se desmancham navios em Alhos Vedros.

LMC

LUIS MIGUEL CORREIA said...

Sailor Girl,
O seu slide show está o máximo. Parabéns pelos slides, pelo show e pelo entusiasmo de sempre.

LUIS MIGUEL CORREIA said...

Rafael,
Eram engraçados, ficariam melhor com chaminés maiores... E foram construídos no estaleiro da Rocha...

LUIS MIGUEL CORREIA said...

Paulo,
A fase de batelão do RITA MARIA foi a menos interessante. Como paquete era bem mais engraçado, tanto com as cores da SG como da CNN...

LUIS MIGUEL CORREIA said...

Klatuu,
Aqui neste espaço navio-maritimo é mesmo mais Peace and Love... Combates só contra a apatia generalizada dos Portugueses acerca do Mar e dos Navios...

LUIS MIGUEL CORREIA said...

MCH,
O RITA MARIA já não é da época dos TRAMP-STEAMERS. Era um moderníssimo motor-ship...
Ainda me lembro da primeira vez que o vi, atracado em Alcântara em Setembro de 1963, eu a bordo do FUNCHAL, de regresso das Ilhas...
Os Ingleses de facto consideram os navios como género feminino, mas recentemente o Lloyd's List sugeriu que passassem a ser classificados como "IT", o que deu azo a indignações várias, inclusivé no Parlamento. Julgo que até Sua Majestade se pronunciou. Para mim, em Inglês, "A SHIP, SHE IS A LADY..."
Já o caso francês é variável, dependendo do nome do navio. Le paquebot FRANCE era masculino, já LA SAVOIE era feminino..., hoje o problrema tem tendência a morrer por si pois os franceses em termos de navios pouco lehor estão que nós.
Olhando bem, em Portugal seguiu-se a moda francesa, pois tão correcto é dizer "o navio-escola SAGRES", como "a barca de três mastros SAGRES". Mas é quase sempre feminino, excepto quando o tipo de navio é feminino, como a Fragata VASCO DA GAMA ou a Galera VIAJANTE... Assunto interessante....

LMC

LUIS MIGUEL CORREIA said...

MHC,
É do adiantado da hora, eu queria dizer que entre nós é quase sempre masculino, o navio...

PauloMestre said...

Só conheci o RITA MARIA como batelão, infelizmente.
A alma do RITA MARIA já tinha desaparecido à muito, depois de ter sido reduzido à misera condição de batelão.

Paulo Mestre

Paulo,
A fase de batelão do RITA MARIA foi a menos interessante. Como paquete era bem mais engraçado, tanto com as cores da SG como da CNN...

João Celorico said...

Venho aqui, já uns anos atrasado, mas não posso deixar de dizer quanta mágoa senti ao vê-lo como batelão de transporte de areias, lembrando-me do trabalho que me deu, e a outros, a implantação de toda a maquinaria da Casa das Máquinas, pois que depois do acrescento, foram substituidos os 2 motores "Atlas Polar Diesel" por apenas um "Sulzer" com dimensões que transformaram a Casa das Máquinas num autêntico ovo...

Cumprimentos,
João Celorico

Unknown said...

Nesse cheguei eu a Luanda em fevereiro de 1967.

Unknown said...

Nesse cheguei eu a Luanda em fevereiro de 1967.

Unknown said...

Nesse cheguei eu a Luanda em fevereiro de 1967.