Construído em 1907 em Inglaterra para a companhia alemã HAPAG, com o nome WESTERWALD, o LIMA recebeu este nome em 1916 após requisição pelo Governo português. Foi o primeiro navio dos Transportes Marítimos do Estado a ser vendido, tendo sido comprado pela Empresa Insulana de Navegação em Dezembro de 1922 para substituir o FUNCHAL (I) na carreira das Ilhas.
Em Novembro de 1961 foi substituído no serviço de passageiros e correio da Insulana pelo então novo FUNCHAL (II), continuando a operar, principalmente como navio de carga, embora tivesse continuado a transportar passageiros sempre que necessário. Foi retirado do serviço finalmente em 1968, efectuando um cruzeiro de despedida de Lisboa às Berlengas a 9 de Junho que seria a viagem nº 550.
Regressado ao Tejo o LIMA permaneceu imobilizado e em Setembro a EIN adquiriu à CNN o LÚRIO que se passou a chamar FAIAL o qual veio efectivamente substituir o LIMA em termos definitivos.
Acontece que o velho paquete tinha alma eterna e ainda voltou aos Açores, na viagem nº 551, saindo de Lisboa pela última vez a 24 de Outubro de 1968. Fez escalas nos portos de Setúbal e Leixões e nos Açores esteve na Graciosa (Santa Cruz), na Praia da Vitória,e Ponta Delgada, concluindo uma carreira extraordinária de 61 anos de mar ao entrar em Lisboa pela última vez no dia 21 de Novembro de 1968. Seguiu-se a venda a um sucateiro de Alcântara que, diz-se ter enriquecido com o desmantelamento do LIMA no cais de Xabregas, em 1969, tal a quantidade de bronze, cobre e metais valiosos que havia a bordo. O último Chefe de Máquinas do LIMA reformou-se com a venda do navio e alguém me contou um dia que sem dizer nada em casa todas as tardes se metia no seu automóvel e estacionava no cais de Xabregas horas a ver o fim triste do seu paquete...
Fotografia do LIMA com o aspecto final após modernização em 1946 enviada simpaticamente por Nuno Bartolomeu. A velha Empresa Insulana de Navegação poucos anos sobreviveu ao LIMA: em Março de 1970 foi vendida pela Família Bensaude ao então major António Figueiredo, que havia herdado do Pai a Empresa de Tráfego e Estiva, que viria a transformar num grande grupo económico ligado ao mar. Em 1974, com a fusão com a Companhia Colonial de Navegação para formar a CTM - Companhia Portuguesa de Transportes Marítimos, acabou definitivamente a INSULANA, primeira companhia de navegação a comemorar um centenário de existência, em 1971. Passam 140 anos em Outubro próximo da partida da primeira viagem da Insulana, em Outubro de 1871, com o paquete ATLÂNTICO, aos Açores. Há que comemorar o acontecimento e a história da Insulana e da sua frota que esteve associada aos Açores e ao desenvolvimento das Ilhas durante 104 anos.
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1 comment:
Desculpe a observação mas a Insulana não foi comprada pelo António Champalimaund em 70 ou 71?
Eu fui tripulante do
Muxima em 71 e 72,fiz a viagem inaugural e o patrão conhecido era ele e não outro.
Cumprimentos
José Ernesto
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