Cacilheiro TRAFARIA PRAIA a sair de Lisboa no Sábado 4 de Maio de 2013 com destimo a Veneza onde vai servir com pavilhão de Portugal na bienal de Veneza.
O TRAFARIA PRAIA foi adaptado para a nova função no estaleiro da Navaltagus, no Seixal, concretizando o plano da artista Joana Vasconcelos que desenvolveu a ideia original de transformar o TRAFARIA PRAIA numa obra de arte. O navio segue a reboque do PRINCETON, um rebocador inglês.
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O cacilheiro de Joana Vasconcelos iniciou sábado o seu caminho marítimo para Veneza, numa viagem de 14 dias que terminará nos Giardini, onde será ornamentado com têxteis e azulejos da artista, para representar Portugal na Bienal deste ano.
A artista plástica Joana Vasconcelos assinalou a partida do cacilheiro "Trafaria Praia", um antigo cacilheiro que foi alvo de remodelação, e do seu projeto artístico - que consiste numa intervenção têxtil no interior e um painel de azulejos em redor, com uma vista panorâmica de Lisboa.
O "Trafaria Praia", que será rebocado por um navio especial até ao destino final, partiu pintado de novo mas despido de têxteis e de azulejos, que seguirão para Veneza num camião e só serão montados na cidade italiana.
"Tudo por uma questão de segurança", explicou a artista aos jornalistas.
Para Joana Vasconcelos, o momento da partida do seu cacilheiro é "um sonho", por se tratar de um trabalho "que tem sido constante ao longo do ano e sempre feito por etapas".
"De repente, o momento de vê-lo sair. Muitas vezes pensei: será que este momento alguma vez vai chegar?", desabafou.
Segundo a artista, este trabalho começou a ser realizado em junho do ano passado. Partiu hoje, deverá chegar a Veneza no dia 28 de maio e regressar a 24 de novembro.
Joana Vasconcelos reconhece que esta sua obra foi a forma que encontrou para fazer a sua própria navegação artística, cumprindo uma diáspora que está inscrita na alma portuguesa.
"Como portuguesa e lisboeta, há sempre a diáspora da navegação e eu tinha de fazer uma navegação minha. Esta foi uma forma de fazer a minha própria navegação artística, rumo à bienal de Veneza", disse a artista.
Quanto ao nascimento da ideia da obra, Joana Vasconcelos explica-o com o gosto que tem por Lisboa e pela praia e com as suas próprias memórias de infância.
"É a memória que nós temos destes cacilheiros maravilhosos que nos levavam à praia e a fazer a ligação entre as duas margens. Também o facto de o cacilheiro ser um ícone da identidade de Lisboa, como o são os monumentos ou o elétrico", explicou.
A artista acrescentou que o facto de não haver pavilhão de Portugal na bienal de Veneza foi o que a levou a "juntar o útil ao agradável" e fazer daquele cacilheiro um pavilhão flutuante, que encerra em si mesmo a instalação artística da autora, mas que será também espaço de várias mostras e apresentações como a cortiça, os azulejos, produtos gourmet, a vida portuguesa da Catarina Portas, concertos e conferências.
"Vamos poder ser visitados pelo mundo inteiro", sublinha a autora, que se mostra entusiasmada com a forma como a sua obra foi recebida pela Câmara de Veneza, que disponibilizou um pontão para o cacilheiro a preço simbólico, e a autorizou a ficar nos Giardini, uma zona nobre da exposição internacional de arte de Veneza e com uma "visibilidade incrível".
Joana Vasconcelos confessou-se ainda agradavelmente surpreendida por lhe terem sido autorizadas pela organização da bienal as quatro saídas diárias que pediu, sem grande esperança.
Assim, o cacilheiro vai deslocar-se durante a exposição, transportando um máximo de 75 passageiros, estando previstas quatro saídas por dia, a última das quais - às 18:00 - incluirá sempre um concerto (no deck do cacilheiro) no final.
Quanto aos apoios financeiros, Joana Vasconcelos não fala em números, mas adianta que foi apoiada pela Secretaria de Estado da Cultura naquilo que foi possível, mas "principalmente pelos privados, que se associaram ao projeto e tornaram-no possível".
O pavilhão flutuante de Portugal abre ao público no dia 01 de junho, na Bienal de Arte de Veneza 2013.
in Diário de Notícias Lisboa
O grupo Transtejo disponibilizou à artista Joana Vasconcelos um antigo cacilheiro, o “Trafaria Praia”, para servir de representante oficial de Portugal, como Pavilhão Flutuante, na 55ª Bienal de Veneza, que decorre este ano. A par da disponibilização deste navio emblemático, o Grupo Transtejo abraçou desde logo o projeto, garantindo ainda o respetivo apoio técnico.
Durante a Bienal de Veneza, o “cacilheiro-obra de arte” vai acolher diversos eventos, incluindo o porto de honra aquando da inauguração. Outros acontecimentos incluem o lançamento do catálogo que acompanhará a obra e uma monografia dedicada à artista com destaque para as habituais festividades dedicadas a Lisboa e a Veneza.
A opção por este antigo cacilheiro prende-se com a sua estética e acima de tudo por ser um dos mais típicos cacilheiros que circulou no rio Tejo.
O Trafaria-Praia foi construído em 1959, pelo Estaleiro Schell & Johnhk, em Hamburgo. Com capacidade para 293 passageiros, estava afeto à Ligação Fluvial Trafaria - Porto Brandão - Belém, tendo saído de serviço no fim de 2011. Atualmente encontrava-se em abate operacional, ou seja, aguardava decisão definitiva de abate.
Na Bienal de Veneza o “cacilheiro-obra de arte” vai navegar na lagoa de Veneza durante o horário de abertura ao público da Bienal, transportando “passageiros-visitantes” entre os Giardini (uma das principais áreas do evento) e a Punta della Dogana (centro de exposições da Fundação François Pinault). Percursos alternativos a este incluem uma volta à ilha de San Giorgio a partir dos Giardini.
Sobre a Bienal de Veneza
A Bienal de Veneza, fundada em 1895, é o mais importante evento dedicado à arte contemporânea da atualidade. A cada dois anos, no início de Junho, reúnem-se em Veneza múltiplos artistas e demais agentes (comissários, críticos, galeristas, colecionadores, administradores, políticos), transformando a cidade italiana na capital artística mundial. Assim, a presença na Bienal de Veneza constitui, hoje, a principal instância de afirmação de artistas a nível internacional.
"Só vou conseguir fazer este projeto se Portugal quiser", diz Joana Vasconcelos ao Expresso. O montante disponibilizado pela Secretaria de Estado da Cultura, através da DGArtes, para a representação portuguesa atingiu o valor mínimo, 170 mil euros, mas o projeto idealizado pela artista custa muitíssimo mais. "O orçamento ainda não está fechado dada a sua dimensão", sublinha Joana.
Por isso, só com a ajuda de entidades privadas será possível concretizá-lo. Nos últimos meses a artista tem-se desdobrado em contactos mas o barco ainda não navega. Do seu lado, Joana Vasconcelos conta já com a ajuda técnica, o know how e o "empenho" da Secretaria de Estado dos Transportes, Secretaria de Estado do Mar, Ministério da Defesa, Ministério da Economia e Ministério dos Negócios Estrangeiros. Falta o dinheiro!
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