Frente e verso de uma "fotografia oficial" do lugre-motor MARIA DAS FLORES, construído na Murraceira para o armador PESCAL - Empresa de Pesca Comercial e Industrial, S.A.R.L., em 1946.
Este lugre de 3 mastros com casco de madeira foi desenhado pela Sociedade de Construções Metálicas, de Lisboa, que, como a PESCAL, era uma empresa ligada a Bernardino Alves Corrêa, fundador e presidente da Companhia Colonial de Navegação.
O MARIA DAS FLORES foi construído pelo mestre José Maria Lopes de Almeida no estaleiro do Bico da Murtosa, no interior da ria de Aveiro. Estava previsto o seu lançamento à água a 26 de Fevereiro de 1946, mas registaram-se mudanças nas marés e o mestre do estaleiro mandou meter na água o navio a 18 de Fevereiro desse ano, data do lançamento.
O delegado do Governo junto dos organismos das pesca, comandante Henrique Tenreiro nunca perdoou esta situação e após ser lançado à água o MARIA DAS FLORES ficou encalhado, por falta de água suficiente na ria.
A história do salvamento do MARIA DAS FLORES, protagonizada pelo capitão da Marinha Mercante Manuel Bento dava para se escrever um livro, mas esse é assunto para outros "posts". Digamos que com muito esforço e engenho, o MARIA DAS FLORES foi safo em Maio de 1946 e veio a reboque para Lisboa onde se concluiu o aprestamento deste bacalhoeiro.
O navio teve uma carreira relativamente curta, afundando-se em Setembro de 1958 na Terra Nova, com água aberta.
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