Tuesday, September 09, 2008

Recordando o GALP SINES

Navio-tanque GALP SINES de 1982 navegando em lastro no Canal de Cabo Ruivo a 5-10-1991, numa das inúmeras viagens entre Lisboa e Sines.
Após 22 anos ao serviço da Sacor Marítima, para quem foi construído em 1982 pelos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, foi vendido a interesses indianos e registado nas ilhas Marshal em 2003 com o nome W.S. PROVIDER. O ano passado foi revendido para os Emirados Árabes Unidos (Emirates Shipping Co. Ltd., de Sharjah) e navega actualmente com bandeira do Panamá e o nome ESRAA.
O navio não foi substituído na frota da Sacor Marítima por tonelagem própria, o que lamentamos. Sob a capa do liberalismo económico, Portugal tem vindo a destruir as actividades marítimas, tendo-se começado pelos navios e empresas, estando agora em curso as escolas, estando próximos de uma verdadeira desmaritimização efectiva. Que ráio de gente tão zelosa desse valor patriótico chamado analfabetismo marítimo.
Texto e imagens /Text and images copyright L.M.Correia. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia

10 comments:

CAP CRÉUS said...

Não raras vezes, estava eu à janela da casa da minha avó e via passar, não só os Navios da Sacor, mas também os da CTM. O movimento no Tejo não se compara com o que é hoje...

LUIS MIGUEL CORREIA said...

Isso deve-se a vários factores:

os navios hoje são maiores e portanto são necessários menos para transportar as cargas...

Os navios portugueses quase desapareceram.

Anonymous said...

Foi certamente uma das mais lucrativas unidades da marinha mercante nacional, vendeu-se a galinha dos ovos de ouro e agora dá-se a ganhar a outros...

Várias familias continuam a aguardar as prometidas fotos do Galp Funchal, última compra da pré-extinta Sacor...

ncm

LUIS MIGUEL CORREIA said...

As fotografias prometidas do GALP FUNCHAL estão em reclassificação num estaleiro de Singapura. Assim que os diversos trabalhos em curso obtiverem as necessárias certificações, publicaremos algumas imagens...
Foi uma boa experiência um belo dia ir a Sines e embarcar para o largo ao encontro do N/T GALP FUNCHAL. pela pntura tinha um excelente aspecto, mas pelos vistos, quem vê caras não vê corações...

Luis Daniel Vale said...

Obrigado pela foto do Galp Sines, meu primeiro navio, no qual embarquei como praticante em Leixões, 1993.

Quanto à pintura do Galp Funchal, passadas poucas semanas estavamos no Dubai em doca seca a repintar...

Abraço

Luis Daniel Vale said...

Já agora, tenho vindo a reparar que quanto mais se "desmaritimiza" mais aparecem "estruturas", "comissões", "foruns", "estudos", etc. tudo com o nobre intuito de potenciar o tal cluster do mar... no papel!

LUIS MIGUEL CORREIA said...

Malheiro do Vale,

Por essa altura eu viajei no GALP LEIXÕES na carreira Cabo Ruivo - Sines - Cabo Ruivo, tive um camarote de praticante que cheirava a gasóleo e aquilo ficou-me entranhado na pele, não havia sabonete que me valesse. Mas o navio era fiche...
Também tem os dias contados na SM

LUIS MIGUEL CORREIA said...

Concordo consigo, Malheiro do Vale, quanto mais comissões menos realizações. Quando o Governo quer manter um assunto encalhado cria uma comissão para estudar o caso...

A nossa história marítima é feita de alguns altos e muitos baixos. Estamos a pairar num baixo...

No século XVI, quando começámos a não ter gente para ir para o mar, fomos buscar pilotos à Inglaterra e Holanda para os navios da carreira da India (foi assim que eles aprenderam as rotas e os negócios). Agora deviamos ir buscar treinadores marítimos à Grécia, à Noruega, ÀS fILIPINAS, ETC...para criar armadores nacionais, escolas de negócio marítimo, etc...

ncm said...

Davam uma bela prenda de Natal...

LUIS MIGUEL CORREIA said...

Prenda de Natal só com um chumbo nos pés e postos borda fora para lá do Bugio...