Tuesday, August 28, 2018

Os paquetes da Sud Atlantique e Chargeurs Réunis em Lisboa

Imagens de anúncios de partidas de navios relativas às companhias francesas Chargeurs Réunis e Sud Atlantique, inseridos no Diário de Lisboa em 1952, quando estas empresas faziam a renovação da frota de navios de passageiros após a guerra.

Esta fotografia do LAENNEC foi tirada em Lisboa, com o navio a largar do Cais da Rocha, auxiliado pelo rebocador LIBERTADOR, dos Catraeiros, na altura o rebocador privado mais moderno, se excluirmos os das grandes companhias armadoras portuguesas. Fotografia original do meu amigo N. de Groer.


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A companhia francesa CHARGEURS RÉUNIS


Fascinam-me estes cartazes antigos das grandes companhias de navegação, quase todas desaparecidas na vertigem das últimas décadas. Neste caso uma edição da famosa empresa de navegação francesa Compagnie des Chargeurs Réunis, que foi constituída em 1872 e com os anos se tornou uma das mais importantes companhias marítimas europeias e acabou em 2005 por integrar a actual CGM - CMA, de Marselha, a terceira maior companhia de porta-contentores do mundo, depois da Maesk e da MSC.
Lembro-me de ver os paquetes da Cie. des Chargéurs Réunis nos primeiros anos da década de 1960, quando faziam escala no Funchal no decurso de viagens regulares à África Ocidental. Em Lisboa só me recordo de ver cargueiros desta empresa, que ainda cheguei a fotografar, mas ao longo de muitos anos a companhia manteve linhas de passageiros e carga para a América do Sul, em conjunto com a sua associada Cie Sud Atlantique, serviço que passou a ser efectuado pela Cie des Messageries Maritimes na década de 1960 e se manteve até 1972, com o paquete PASTEUR de 1966.

Mais imagens da Cie des Chargeurs Réunis aqui e aqui.
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Sunday, August 26, 2018

Veleiro ANIXA da Associação David Melgueiro


A Associação David Melgueiro tem o seu veleiro ANIXA baseado na Marina de Oeiras, de onde o vimos sair na tarde de 22 de Agosto de 2018, aproveitando para algumas fotografias, tiradas na Barra do Tejo e frente a Carcavelos. 
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O MITO DO V IMPÉRIO e o Mar Português


Estivemos no lago do Campo Grande, em Lisboa e verificámos in loco a pujança desta verdadeira incubadora marítimo-turística de raiz municipal, com uma frota de embarcações modernas disponíveis para quem queira ser capitão de um meio náutico nacional por uma mera taxa de €7,00 por hora. E de imediato se nos acercou da alma a essência do mito do Quinto Império e a quase certeza de que o Mar Português voltará a cumprir os seus desígnios universalistas. 
Entretanto, agora a observar as imagens, verificamos que as mesmas não apresentam bandeira portuguesa, será um mero expediente de poupança ou uma questão de competitividade? Mais uma oportunidade para o próximo relançamento do Registo Convencional de Navios. A Economia Azul no seu melhor.

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Saturday, August 25, 2018

Porta-contentores LEONIE P


O estaleiro J. J. Siettas, de Hamburgo, construiu o primeiro porta-contentores em 1966 tendo-se especializado ao longo dos anos seguintes em séries de navios, dos quais alguns navegaram com bandeira portuguesa. Os navios saídos deste estaleiro tinham linhas tipicamente alemãs, cheias de personalidade e embora o estaleiro tenha perdido a  sua independência num processo de falência em 2012 (foi comprado por interesses russos) navegam ainda centenas de navios com origem nestes estaleiros, caso dos gémeos portugueses MONTE BRASIL e MONTE DA GUIA.
A Transinsular está a operar em regime de fretamento, na linha de Cabo Verde, o porta-contentores alemão LEONIE P, (construção n.º 1048 do estaleiro J. J. Siettas, construído em 1997), que fotografei a sair a barra do Tejo na tarde de 22 de Agosto deste ano. Além do inconfundível estilo Siettas, gostei muito das cores do navio, a fugir à pouca imaginação actual dos cascos azuis. Trata-se de um navio com 139,1 m de comprimento ff, 24,2 m de boca, capacidade para 910 TEU, com 9991 GT e 13.059 TDW, equipado com duas gruas de 45 T e com a velocidade de 19 nós. Foi lançado à água a 7 de Setembro de 1997 e entregue aos armadores a 14-11-1997, chamando-se então HERM KIEPE (1997-2013).
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Thursday, August 23, 2018

SMOKING IS SO RELAXING

Laurence Dunn foi um grande artista, escritor e fotógrafo britânico que tive o privilégio de conhecer em Londres há muitos anos.
 O último de muitos livros excelentes sobre navios que publicou foi MEDITERRANEAN SHIPPING (Carmania Press, London, 1999). Na página 39 de MEDITERRANEAN SHIPPING, a certa altura Laurence Dunn diz, a propósito de uma chaminé de um paquete a deitar fumo que 

«Smoking is so relaxing (...) When early motorships made smoke, publicity photographs were suitably doctored»

Não fumo mas gosto de ver e sentir navios fumadores, fumantes, o que lhes queiram chamar. Apesar dos arrepios das primas donas fundamentalistas que por aí grassam e que não gostam de nada no final de contas, para além das suas sabedorias correctamente políticas. Ou será que são politicamente correctas? Ou correcticamente polémicas?
Saudades mesmo, tenho do fumo dos navios com turbinas a vapor. Alguém ainda se lembra desse perfume da nafta? O vento levou...
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Linha Funchal - Portimão


As viagens entre a Madeira e o Algarve, reiniciadas a 2 de Julho último com o ferry VOLCAN DE TIJARAFE, estão a ser um sucesso, com grande afluência de passageiros e viaturas e grande entusiasmo de muitos madeirenses.

A Empresa de Navegação Madeirense (E.N.M.) ganhou o mais recente concurso público internacional promovido pelo Governo Regional da Madeira para concessão do serviço público de transporte marítimo de passageiros e veículos por ferry entre a Madeira e o Continente, com operação sazonal no período de Verão, com 12 viagens por ano, de Julho a Setembro para os anos de 2018 a 2020, com um subsídio anual de 3 milhões de euros.
A decisão foi anunciada a 10 de Maio último, dando conclusão a um processo demorado e complexo que acabou por não atrair quaisquer operadores internacionais, dada a natureza do mercado madeirense, considerado de pequena dimensão e muito marcado pela sazonalidade.
O Grupo Sousa, proprietário da Empresa de Navegação Madeirense, foi o responsável pela única proposta apresentada a concurso, estimando resultados negativos da ordem dos 5 milhões de euros ao longo dos três anos da operação, calculando transportar cerca de 7500 passageiros em cada ano.
De 2 de Julho a 19 de Setembro a E.N.M. assegura 12 viagens em rotação semanal com saídas do Funchal todas as segundas-feiras, e de Portimão às terças. Está a ser utilizado o navio espanhol VOLCAN DE TIJARAFE, afretado ao armador Armas, das Canárias, o qual operou anteriormente uma carreira Canárias - Madeira – Portimão de Junho de 2008 a Janeiro de 2012, e que então acabou em termos no mínimo polémicos. Construído em Vigo em 2008, o VOLCAN DE TIJARAFE efectuou anteriormente esta linha por operação directa da Armas: é um navio moderno, de 19.976 GT, 3.400 TDW, 154 metros de comprimento, 23 nós de velocidade e lotação para 856 passageiros, dos quais 206 em camarotes, transportando ainda 300 viaturas ligeiras. As viagens Funchal – Portimão são complementadas com ligações às Canárias (Las Palmas e Tenerife).
A dimensão do mercado madeirense foi sempre problemática no que toca às carreiras regulares de transporte marítimo com o Continente, estabelecidas em 1875 pela antiga Empresa Insulana de Navegação, cuja operação foi subsidiada pelo Estado Português até 1914, e mantidas pela Insulana até 1974 e depois pela sucessora desta, a CTM – Companhia Portuguesa de Transportes Marítimos, até Outubro de 1975, quando o paquete FUNCHAL foi retirado. Efectuaram-se depois, a título experimental em 1978, oito viagens com o paquete NIASSA, que não tiveram continuidade.
Em 1974, o então Secretário de Estado da Marinha Mercante, Eng. Gonçalves Viana tinha preparadas medidas para a implementação de um serviço ferry regular entre o Continente, a Madeira e os Açores, que previa a compra de um navio próprio moderno e um subsídio indemnizatório do respectivo serviço público, mas o Governo que integrava caiu e a iniciativa não teve continuidade, tornando a Madeira e os Açores os únicos arquipélagos europeus sem ligações ferry para passageiros e viaturas em toda a Europa, o que acabou por gerar na opinião pública madeirense um movimento de pressão a que entretanto foram sensíveis os principais partidos regionais, e culminou agora no restabelecimento da carreira para Portimão, ainda que a título experimental. De lamentar neste processo que o Governo da República tenha recusado apoiar a iniciativa, apesar do tão propalado desejo de promoção das actividades marítimas a que chama Economia Azul.
Em complemento da actividade da Empresa Insulana, a Empresa de Navegação Madeirense e a sua associada Empresa de Transportes do Funchal asseguraram até 1990 uma carreira semanal de carga e passageiros Funchal – Lisboa, com os navios mistos de carga e passageiros MADEIRENSE e FUNCHALENSE, que transportavam cada um 12 passageiros em viagens muito agradáveis efectuadas aos fins de semana.
A retoma da linha Funchal – Portimão é um passo importante para a diversificação dos meios de transporte de acesso à Madeira, como alternativa à via aérea. Há agora que dar continuidade ao projecto, alargar o apoio político que devia ser consensual e ter a ambição necessária para logo que possível ampliar a carreira numa perspectiva de operação por todo o ano, com meios próprios e apoios suficientes. 
Uma futura carreira regular permanente deveria no nosso entender ligar o Funchal a Lisboa, cujo porto, em decadência acentuada, vítima de pressões autárquicas e imobiliárias, tem vindo a perder a vocação centenária de Grande Porto Nacional, sem que se contabilizem os prejuízos nem as responsabilidades por essa vertente nefasta de desmaritimização.
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Friday, August 10, 2018

ORONSAY atracado no cais da Rocha em Lisboa


Durante uma escala em Lisboa, Arne Sognnes aproveitou para fotografar navios na zona do cais da Rocha e Doca de Alcântara. Esta imagem do paquete inglês ORONSAY foi registada a 26 de Janeiro de 1970, vendo-se à popa, o VERA CRUZ da Companhia Colonial de Navegação, que então fazia a carreira de Angola e fretamentos militares para transporte de tropas. O VERA CRUZ havia chegado a Lisboa a 23 de Dezembro com passageiros.
Em 1970, a vedação que separava a zona reservada do cais da Rocha era um varandim semelhante aos que ainda hoje se podem observar na varanda adjacente à estação marítima, o que permitia fazer este tipo de fotografias sem quaisquer restrições.
O paquete ORONSAY era o segundo de três navios muito semelhantes construídos entre 1948 e 1955 para a Orient Lines, de Londres, ORCADES, ORONSAY e ORSOVA, e absorvidos na frota da P&O na década de 1960. Nesta escala o navio vinha de Southampton em viagem regular com destino à Austrália, via canal do Panamá. Saiu ao final desse dia para as Bermudas e Canal do Panamá, atravessando de seguida o Pacífico.
Texto de /Text copyright L.M.Correia. Foto de Arne Sognnes. Favor não piratear. Respeite o meu trabalho / No piracy, please. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia

Thursday, August 02, 2018

GANDA (III) pintado por Gordon Ellis


Um Amigo acaba de me chamar a atenção para esta pintura de Gordon Ellis do navio de carga e passageiros GANDA, construído na Escócia em 1947-48 para a Companhia Colonial de Navegação e que conheci muito bem com as cores originais e depois na fase da CTM. 
Dado o meu grande interesse pela história e navios da Companhia Colonial, foi uma boa surpresa. Conhecia uma outra do mesmo autor utilizada pela CCN para edição de um postal do navio, cujo original pertence actualmente ao Museu de Marinha de Lisboa, mas esta é nova para mim. O original está na Escócia, possivelmente foi encomenda do estaleiro na altura.
Gordon Ellis pintou a frota nova da Colonial até à década de 1960. Natural de Liverpool, nasceu em 1920 e trabalhava no estaleiro John Brown em 1947 quando os paquetes PÁTRIA e IMPÉRIO foram lá construídos para  CCN. Pintou igualmente o GIL EANNES novo. Faleceu em 1979.


História e características principais do GANDA (1948-1981)
Navio de carga e passageiros a motor, construído de aço, em 1946-1948. Nº Lloyd's: 5125893. Nº oficial: H 354; Indicativo de chamada: CSEC. Arqueação bruta: 5.895 toneladas; Arqueação líquida: 3.311 toneladas; Porte bruto: 9.418 toneladas; Deslocamento máximo: 13.114 toneladas; Deslocamento leve: 3.696 toneladas. Capacidade de carga: 5 porões servidos por 5 escotilhas, com 15.122 m3. Comprimento ff.: 135,00 m; Comprimento pp.: 128,75 m; Boca: 17,98 m; Pontal: 7,79 m; Calado: 8,21 m. Máquina: 1 motor diesel Doxford de 4 cilindros, com 5.074 bhp; 1 hélice de 4 pás fixas. Velocidade: 14,00 nós (15.40 nós vel. máx.). Passageiros: 12 em 10 camarotes. Tripulantes: 32. Navio gémeo: AMBOIM. Custo: £405.750 libras, cerca de 41.104.000$00.

O GANDA foi construído no estaleiro The Burntisland Shipbuilding Co. Ltd., em Burntisland, Escócia, (construção nº 313), tendo sido encomendado pela Companhia Colonial de Navegação em 1946. A quilha foi assente a 14-12-1946 e o navio foi lançado à água em 30-09-1947 (Madrinha Dª. Inês de Freitas Menezes). O aprestamento foi concluído em 02-1948 e nas provas de mar efectuadas a 16-02 o GANDA alcançou a velocidade de 16 nós. Entregue à CCN a 26-02-1948, o navio seguiu de Burntisland para o canal de Bristol indo carregar carvão a Newport, largando a 9-03 para Lisboa onde entrou pela primeira vez a 12-03-1948. Registado em Lisboa a 21-04, saiu no dia seguinte para Leixões, Gloucester, New York, Norfolk e Filadélfia. A 9-06 iniciou uma segunda viagem aos EUA e só entrou na carreira de África Oriental a 26-07 na terceira viagem. Fez também viagens apenas à costa ocidental, com escalas nos portos de Angola e em São Tomé. Em 1972 passou a escalar regularmente portos do Mediterrâneo no prolongamento da carreira da África Oriental e a 4-02-1974 passou a integrar a frota da CTM – Companhia Portuguesa de Transportes Marítimos sendo-lhe atribuído o valor de 41.103.695$65. Registado como propriedade da CTM em Lisboa a 10-07-1974, com novo nº. Oficial I – 471, mantendo o indicativo de chamada. Em 1975 foi pintado com as cores da CTM e casco azul-escuro com linha de água verde; em 1979 o casco passou a ser preto com linha de água a vermelho. Nos últimos anos foi empregue na linha da América do Sul e fez diversas viagens aos Açores e Madeira. Entrou em Lisboa pela última vez a 1-05-1980 e foi desarmado, permanecendo fundeado no Mar da Palha até ser vendido à firma Baptista & Irmãos por 12.800.000$00, a 18-11-1981, tendo esta firma recebido autorização do Governo para a compra por Despacho de "Sua Excelencia o Sr. Secretário de Estado dos Transportes Exteriores e Comunicações de 28-10-1981." O GANDA foi registado uma última vez na capitania do porto de Lisboa a 30-11-1981 a favor da firma Baptista & Irmãos "para efeitos de propriedade e posterior demolição." Procedeu-se de imediato ao desmantelado no cais novo do estaleiro de Alhos Vedros, concluindo-se os trabalhos a 3-05-1982, conforme verificado pelo cabo do mar da delegação marítima do Barreiro, pelo que se cancelou o registo em 1982.
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Wednesday, August 01, 2018

AMERICAN PRESIDENT LINES

Bem sugestivo este cartaz editado pela American President Lines há cerca de 60 anos, destacando o perfil de um dos navios mistos de passageiros e carga da companhia que então asseguravam um serviço regular à volta do mundo. Claro que estamos a considerar um mundo totalmente diferente do actual. Os navios eram outros, menos especializados, com empresas mais pequenas e com forte identidade nacional, que se tem vindo a perder.
Vocacionada essencialmente para as carreiras transpacificas, a American President Lines tinha sede em São Francisco e dispunha de uma frota de navios de passageiros e de cargueiros, muitos dos quais transportavam 12 passageiros em acomodações de luxo e eram preferidos por viajantes sem pressa e que apreciavam a vida de bordo e o mar.
Na fase final dos serviços de passageiros, os três últimos paquetes da APL visitaram Lisboa, no início da década de 1970, no decorrer de grandes cruzeiros: PRESIDENT WILSON, PRESIDENT CLEVELAND e PRESIDENT ROOSEVELT.
Os dois primeiros acabaram por ser vendidos ao chinês C.Y. Tung, de Hong Kong, e o ROOSEVELT foi comprado pela Chandris em 1970 e transformado no ATLANTIS (1970-1972), que depois teve diversos nomes, com destaque para EMERALD SEAS (1972-1982) e OCEAN EXPLORER I (1998-2004), designação com que esteve em Lisboa a servir de hotel flutuante no Verão de 1998.
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