Showing posts with label VIANAYARDS - ENVC. Show all posts
Showing posts with label VIANAYARDS - ENVC. Show all posts

Friday, December 09, 2016

SPITSBERGEN ex-ATLÂNTIDA


Tenho adiado falar do belíssimo novo paquete norueguês SPITSBERGEN pelo que este navio e a sua triste história associada à origem portuguesa representa para os figurantes ilustres do País de Marinheiros de primeira água deste Portugal cada vez mais azul, pois a saga do ex-ATLÂNTIDA traduziu-se no mais completo atestado de tudo o que em Portugal deixou de funcionar no que se refere aos navios e ao mar com a desmaritimização destes 40 anos. 

O meu amigo Mike Louagie acaba de publicar no seu blogue as impressões de viagem no SPITSBERGEN, com um texto simpático, apesar de repetir que o navio foi vendido aos Noruegueses por 18 milhões o que está longe de ser verdade, Aqui fica o convite, cliquem na ligação a seguir
e digam lá se o último navio de passageiros dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo não é uma beleza? Que falta ele faz nos Açores... Devo acrescentar que este navio custou a cada contribuinte português SETENTA EUROS. Isto noves fora os milhões gastos no afretamento de ferries aos gregos estes anos todos. 
Texto e imagens /Text and images copyright L.M.Correia. Favor não piratear. Respeite o meu trabalho / No piracy, please. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia

Wednesday, April 27, 2016

DE VIANA PARA O MUNDO

Dos cerca de 200 navios construídos nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo a partir de 1948 - o primeiro foi o bacalhoeiro SENHORA DOS MAREANTES (1948-1993) - muitos ainda navegam justificando o que um dia gostaria fosse título de um livro meu DE VIANA PARA O MUNDO: um livro com as características e a história de todas as unidades construídas pelos ENVC até ao NRP FIGUEIRA DA FOZ, que foi a última construção daquele estaleiro que ao longo de 70 anos se afirmou como o melhor e mais diversificado estaleiro português de construção naval da era moderna.
Um desses filhos pródigos de Viana do Castelo esteve em Lisboa o passado dia 20 de Abril de 2016, o navio-químico de bandeira inglesa STOLT OSPREY (IMO 9147461 - 3726 GT, 5846 DWT) que é a construção n.º 194 dos ENVC. 
Sétimo de uma série de 8 químicos construídos em 1996/1998 em Viana do Castelo para interesses alemães, com o nome original MULTITANK BALEARIA (1998-2005), chamou-se BOW BALEARIA (2005-2015) antes de adoptar a designação actual em 2015. Os seus irmãos foram as construções 184 - MULTITANK BRITANNIA, 185 - MULTITANK BAHIA, 186 - BRASILIA, 192 - MULTITANK BOLOGNIA, 193 - MULTITANK BADEGNIA    e 195 MULTITANK BATAVIA. 
O MULTITANK BALEARIA tem 99.9 m de cff, 16,5 m de boca e teve o primeiro bloco assente na doca a 15 de Maio de 1997, foi posto a flutuar na doca (lançamento) a 22 de Novembro do mesmo ano e entregue ao armador a 23 de Março de 1998. 

As fotografias mostram o actual STOLT OSPREY ex-MULTITANK BALEARIA, a entrar em Lisboa carregado de produtos químicos, escoltado por uma lancha da Polícia Marítima, não em homenagem a um dos muitos "navios que Viana construiu para o mundo", mas por transportar uma carga considerada perigosa. 
Votos de vida longa à construção 194 e desejos de que o sucessor dos ENVC, agora a dar os primeiros passos na construção naval, um dia possa apresentar resultados de produção semelhantes, e recuperar a aceitação e o prestígio que os Estaleiros Navais de Viana do Castelo em tempos proporcionaram à Indústria Naval nacional.
Texto e imagens /Text and images copyright L.M.Correia. Favor não piratear. Respeite o meu trabalho / No piracy, please. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia

Wednesday, October 08, 2014

NRP FIGUEIRA DA FOZ em Viana do Castelo


Patrulha oceânico NRP FIGUEIRA DA FOZ (P361), segunda unidade da classe VIANA DO CASTELO, fotografado na Doca 2 do estaleiro de Viana do Castelo a 2 de Outubro de 2014 durante a docagem de garantia. 

Está previsto o início da construção de mais duas unidades desta classe em Março do próximo ano neste estaleiro agora sob gestão da West Sea (Grupo Martifer). 
As máquinas principais e outros equipamentos já se encontram há anos no estaleiro.
Texto e imagens /Text and images copyright L.M.Correia. Favor não piratear. Respeite o meu trabalho / No piracy, please. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia



Sunday, October 05, 2014

Estaleiros de Viana do Castelo

Esta semana estive nos estaleiros navais e Viana do Castelo onde já não ia há algum tempo, mas cuja evolução fui acompanhando das formas possíveis. Considero que o desmantelamento da empresa Estaleiros Navais de Viana do Castelo foi um crime desnecessário que nunca acreditei tivessem lata para levar adiante dada a importância económica e social da actividade aí desenvolvida para a cidade de Viana do Castelo e o Minho, tal como no Reino Unido, apesar de terem dado cabo da maior parte da indústria naval ninguém se atreveu a fechar os estaleiros Harland & Wolff em Belfast. Mas enganei-me,venceu a incompetência e a falta de visão e foi o que todos sabemos.
Entretanto abriu-se um novo capítulo na indústria naval de Viana do Castelo com o arranque da nova empresa do grupo Martifer, a West Sea Vianayards, e dentro do estaleiro fui encontrar o relançamento de toda uma actividade e gente com esperança e determinação. 
O estaleiro apresentava, pela primeira vez em muito tempo, quatro navios nas suas instalações e em breve serão anunciados oficialmente os contratos para a construção de dois patrulhas oceânicos para a Marinha Portuguesa, havendo perspectivas de outras construções no futuro. 
A reconstrução do ATLÂNTIDA e a sua modificação para navio de cruzeiros de luxo a iniciar agora, terá para já grande importância na actividade da empresa, que espera registar até ao final do ano a reparação de 20 navios e apresentar resultados positivos logo no primeiro exercício.

Fomos muito bem recebidos em Viana do Castelo, andámos por todo o lado e entre outros pormenores andei à procura da fronteira entre o passado recente, o estaleiro estatal, e a nova empresa. 
Essa fronteira é como a linha do equador, está à vista mas não se tropeça na sua intangibilidade, mas a sensação de um grande desperdício absurdo ainda se sente em cada esquina do estaleiro, em paralelo com a vontade de recomeçar e voltar a desenvolver a arte de bem fazer navios que foi uma constante todos estes anos em Viana do Castelo. 






 
Fotografias originais de Luís Miguel Correia obtidas em Viana do Castelo a 2 de Outubro de 2014.
Texto e imagens /Text and images copyright L.M.Correia. Favor não piratear. Respeite o meu trabalho / No piracy, please. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia

Tuesday, July 29, 2014

Gregos falharam pagamento do ATLÂNTIDA

A companhia de navegação grega Thesarco Shipping não cumpriu com o prazo contratual para pagamento do navio de passageiros RoRo ATLÂNTIDA, pelo que a Administração dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) decidiu alargar até amanhã, quarta-feira, o prazo de venda do navio, que fazia parte de uma encomenda de duas unidades destinadas ao Governo Regional dos Açores.
A administração dos ENVC notificou nesta segunda-feira a Thesarco Shipping de que têm até quarta-feira, às 15:00, para efectuar o pagamento dos cerca de 13 milhões de Euros relativos ao pagamento do ATLÂNTIDA.
A proposta grega foi a mais elevada das três que se apresentaram ao concurso público internacional lançado pela administração dos ENVC em Março, que tinha como único critério a melhor proposta financeira. Em caso de incumprimento do novo prazo o programa de procedimento prevê a possibilidade de adjudicação do navio ao segundo classificado, a Mystic Cruises, do grupo Douro Azul (cruzeiros turísticos) por um valor que ronda os nove milhões de euros, mais exactamente 8,750 milhões.
A proposta mais baixa, de quatro milhões de euros, foi de um grupo de holandeses, especialistas na operação de navios hoteis e de alojamento relacionado com projectos de desenvolvimento industriais. 
O navio foi colocado à venda pela administração dos ENVC através de concurso público internacional lançado a 11 de Março. Concorreram três empresas, a Mystic Cruises, do grupo Douro Azul (cruzeiros turísticos), o consórcio MD Roelofs Beheer BV e Chevalier Floatels BV (empresas holandesas representadas por um grupo espanhol) e os gregos da Thesarco Shipping. Esta empresa grega é conhecida internacionalmente por um sem número de alegadas más práticas relacionadas com o exercício da sua actividade, nomeadamente na operação de navios de carga a granel, como o Blogue dos Navios e do Mar alertou há algum tempo (ver aqui). Se a Douro Azul acabar por ficar com o navio perspectiva-se a sua reconversão para navio de cruzeiros de luxo para operar no Amazonas, o que irá obrigar a um grande investimento e ao desmantelamento parcial do navio.
Fotografia do ATLÂNTIDA em Viana do Castelo em 5 de Abril de 2008, durante os trabalhos de construção.
Texto e imagens /Text and images copyright L.M.Correia. Favor não piratear. Respeite o meu trabalho / No piracy, please. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia

Sunday, February 16, 2014

Recordando os Estaleiros Navais de Viana do Castelo


Recordando os Estaleiros Navais de Viana do Castelo como homenagem pelas centenas de navios aí construídos, muitos a navegar testemunhando uma arte de bem fazer navios cada vez menos praticada entre nós.

Fotografias registadas nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo a 15 de Março de 2007 por Luís Miguel Correia. Esperemos que o sonho industrial de fazer navios em Viana se recupere com o tempo.
Texto e imagens /Text and images copyright L.M.Correia. Favor não piratear. Respeite o meu trabalho / No piracy, please. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia

Wednesday, December 18, 2013

N/M LOBITO e os ENVC

A construção nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo do n/m LOBITO, de 9.500 TDW., para a Companhia Colonial de Navegação, em 1957-1959, foi um marco importante na história da indústria naval portuguesa e dos estaleiros de Viana, de que foi a construção nº. 42. Testemunhando essa importância, reproduz-se aqui o folheto produzido para a inauguração do navio. Uma delícia em termos de design e comunicação, um folheto simples, com textos bem escritos e boa imagem para a época.
Ver a história do navio aqui...












Texto e imagens /Text and images copyright L.M.Correia. Favor não piratear. Respeite o meu trabalho / No piracy, please. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia

Saturday, December 07, 2013

SEM NAVIOS NÃO HAVERÁ MAR PORTUGUÊS....

 Não resisto a comentar e reproduzir na integra este artigo de opinião de Carvalho da Silva publicado no JORNAL DE NOTÍCIAS, pela sua oportunidade e razão, numa altura em que os nossos protectores germânicos já estão a desenvolver projectos de navios especiais destinados à exploração do futuro mar português.
 É o reconhecimento do problema da DESMARITIMIZAÇÃO para o qual venho alertando tudo e todos desde que comecei a escrever sobre estes temas na REVISTA DE MARINHA em 1981...
"Nas últimas décadas, assistimos ao aniquilamento de capacidades instaladas em actividades no sector do mar - transportes marítimos, reparação naval, pescas - no contexto de uma política de desindustrialização. Entretanto, os mesmos governantes que "apadrinharam" tal rumo não se cansaram de fazer discursos sobre a importância do mar. E diga-se, por uma questão de dar "mérito" a quem o tem, que o actual presidente da República é o campeão desses discursos.
Sem dúvida, o mar significa para o nosso país uma possibilidade de criação de actividades múltiplas, produtoras de imensa riqueza. Portugal tem extensa costa e imensa zona marítima. Mas não se vai para o mar, desenvolver o fundamental dessas actividades, a nado.
Os transportes marítimos estão em crescimento e vão continuar a crescer para se resolverem problemas ambientais e de custos de circulação de produtos e de bens no mundo. Vai ser preciso construir barcos, reparar, adaptar e modernizar os que existem. A proteção da costa e das nossas águas vai exigir novas e inovadas frotas. A pesca, não estou a ver que se faça à cana, com os portugueses empoleirados nas falésias. Noutras actividades novas, como a produção de energia, a investigação e o turismo ligados ao cuidado e ao usufruto do mar, por muito que se possa trabalhar em terra, será sempre indispensável utilizar barcos.
Como podemos admitir a destruição dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo? Como é possível o presidente da República não ter uma palavra de alerta forte, que ponha termo às trapalhadas e aos envolvimentos em negócios suspeitos ou de mera contabilidade mesquinha, em que o Governo está envolvido?
Exige-se rigor, defesa dos interesses dos portugueses e do país. Todos sabemos que a União Europeia tem seguido políticas de desindustrialização, aplicadas em vários países, secundarizando criminosamente atividades como a construção e a reparação naval. É vergonhoso ver o ministro do sector a proteger-se nessa orientação, que jamais devíamos seguir, para justificar o negócio de ocasião que oferece à Martifer, empresa que parece estar em grande fragilidade financeira.
A Lisnave, durante muitos anos líder mundial na reparação naval, não foi esfrangalhada por não ter futuro, mas sim porque a desactivação da Margueira - com o Estado a executar uma cláusula estabelecida com Salazar, pois os direitos dos capitalistas são sempre adquiridos - propiciou uma forte base de capitalização à família Melo que, entretanto, entrou em força na formação e "rentabilização" do "mercado da saúde". Outros estaleiros foram desactivados em resultado de comportamentos de incúria e, às vezes, como aconteceu noutros sectores de actividade, para propiciar negócios de oportunidade.
Desde o início dos anos 2000, a postura dos governos foi de grande desleixo para com os interesses dos Estaleiros de Viana. Sucederam-se administrações que ou embarcaram no afundamento da empresa ou quiseram agir e não encontravam condições e meios da parte das tutelas.
Dói, e obriga-nos à revolta, ver, durante dois anos, o Governo a não arranjar dinheiro para a empresa cumprir encomendas, mas, de um dia para o outro, encontrar 30 milhões para despedir e destruir a empresa.
Dói ouvir a comunicação social noticiar este desastre camuflado no anúncio da "criação de cerca de 400 postos de trabalho", a face mentirosa desse processo destrutivo. A certeza que o Governo apresenta é a de despedir 609 trabalhadores qualificados. Tudo o resto é mais que nebuloso, incerto e precário.
Um governante que põe em andamento um caso destes, e nele utiliza a mentira e a manipulação, e outros que anunciam desemprego como algo empolgante deviam de imediato ser suspensos de funções e ser-lhes instaurado um processo com intenção de despedimento a ser executado em prazo muito curto.
Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo têm capacidades adquiridas, têm trabalhadores qualificados e são necessários ao desenvolvimento económico, social e cultural da região e do país. Os trabalhadores e os seus sindicatos, a população da cidade e da região, as suas organizações e instituições merecem o apoio de todos os portugueses, na luta pela sua defesa."
Ora aqui está finalmente alguém que não tendo água salgada nas veias percebe o óbvio que parece escapar a todos os ilustres promotores do nosso folclore MARítimo contemporâneo. Não há MAR SEM NAVIOS.... Um texto a dar a estudar às criancinhas nas escolas de todo o País. - LMC
Texto e imagens /Text and images copyright L.M.Correia. Favor não piratear. Respeite o meu trabalho / No piracy, please. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia