Thursday, March 28, 2013

Uma belíssima história da Cunard Line e navios respectivos


CUNARD LINE - A Fleet History
Autor: Peter Newall
Edição de Ships in Focus Publications, Preston, 2012
ISBN 978-1-901703-24-5
Acabou de sair em Inglaterra o livro mais recente de Peter Newall, intitulado CUNARD LINE – A Fleet History e editado pela SHIPS IN FOCUS PUBLICATIONS.
Trata-se do trabalho mais completo e abrangente até agora dedicado à Cunard e aos seus mais de 300 navios desde o vapor UNICORN de 1840 ao actual QUEEN ELIZABETH de 2010. Ao contrário do que acontece com outros livros dedicados à companhia Cunard, normalmente centrados nos navios mais famosos do século XX, Peter Newall apresenta-nos um trabalho profundo e exaustivo que acaba por ser um historial da navegação transatlântica moderna, pois a Cunard Line, ou melhor The British and North American Royal Mail Steam Packet Company, como se denominava a companhia quando foi constituída a 23 de Julho de 1839, é uma das primeiras empresas de navegação formadas para operar no Atlântico Norte com navios a vapor, e a que mais sucesso teve, pois, passados 174 anos, continua a ser uma referência no mundo dos navios de passageiros, com a sua frota de QUEENs.
Mas a historia da Cunard – o nome actual só foi utilizado a partir de 1880 com a transformação da firma original na Cunard Steamship Co. Ltd., é muito mais que uma história de navios e navegação de passageiros. Até há poucas décadas a Cunard era uma transportadora de cargas importante, chegou à fase da contentorização com uma participação co-fundadora na Atlantic Container Lines, para além de agrupar diversas outras companhias como a Port Line ou a Brocklebank, e teve inclusive navios frigoríficos, petroleiros e graneleiros. Peter Newall apresenta uma história detalhada de todo este mundo fascinante feito de um passado diverso e glorioso até ao momento actual da companhia como parte do Grupo Carnival.
Peter Newall começa por apresentar a história da companhia, num texto de leitura compulsiva, informativo sem floreados. Segue-se a apresentação individual dos navios agrupados segundo as diversas épocas: primeiro os primeiros vapores de rodas de pás, depois os navios do serviço expresso, seguidos dos paquetes utilizados nas carreiras secundárias, passando por um capítulo com as unidades transferidas da White Star Line para a Cunard White Star Ltd., a 1 de Janeiro de 1934. De referir ainda os capítulos dedicados aos navios de cruzeiros recentes, a partir de 1971 com o CUNARD ADVENTURER, diversos capítulos dedicados ao serviços de carga nomeadamente as carreiras para o Mediterrâneo, etc...
CUNARD LINE é antes de mais a história dos navios que foram propriedade ou operados pela Cunard para terceiros, nomeadamente o Governo Britânico durante as guerras mundiais. Cada navio é apresentado com uma ficha técnica e histórica e as mais de 700 fotografias, muitas inéditas complementam esta obra prima enciclopédica. A maior parte das imagens pertencem à colecção Newall Dunn, mas contribuíram com imagens para este livro diversos fotógrafos de marinha internacionais, incluindo o português Luís Miguel Correia, com diversas das suas imagens de paquetes da Cunard, com destaque para uma a toda a mancha da página 2, com o QUEEN ELIZABETH 2 no Tejo.
Nenhuma outra companhia de navegação ou cruzeiros tem tantos livros publicados como a Cunard. Muitos são excelentes, outros nem tanto, enquadram-se em abordagens mais oportunistas de criadores de textos a metro, muitas vezes apoiados pela própria Cunard e seus gurus de marketing, imagem e tretas do costume. O trabalho do meu Amigo Peter Newall prima pela grande qualidade e isenção. Se não se tivesse revestido de uma edição independente não teria a qualidade e interesse que nos proporciona a sua leitura e consulta, pois é essencialmente um livro de consulta enciclopédico. Valha-nos isso neste mundo de aparências.
CUNARD LINE – A Fleet History é um livro verdadeiramente indispensável, tanto para os estudiosos mais sérios sobre a história marítima contemporânea, como para os entusiastas de navios para quem o nome CUNARD é sinónimo de magia.
O livro pode ser adquirido em Portugal na Livraria dos Navios e do Mar

(http://shipsandtheseabookshop.blogspot.pt/ao preço de € 49,50.
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CUNARD LINE - A Fleet History (Peter Newall)

CUNARD LINE - A Fleet History
Author: Peter Newall
Published by Ships in Focus Publications, Preston, 2012
ISBN 978-1-901703-24-5
The latest book by Peter Newall, CUNARD LINE - A Fleet History has just been published in England by SHIPS IN FOCUS PUBLICATIONS.
This is the most complete and comprehensive work so far devoted to Cunard and its more than 300 ships, starting with the paddle steamer UNICORN from 1840, up to the present QUEEN ELIZABETH of 2010. Unlike what happens with other books devoted to Cunard, normally focused on the most famous ships of the twentieth century, Peter Newall presents us with a thorough and comprehensive work that turns out to be a history of modern transatlantic shipping because the Cunard Line, or The British and North American Royal Mail Steam Packet Company, as the company was called when it was incorporated on July 23, 1839, was one of the first shipping concerns established to operate on the North Atlantic run with steamers, and the more successful of them all as after 174 years, Cunard remains a reference in the world of passenger ships, with its fleet of Queens.
But the history of Cunard - the current name was only used from 1880 following the formation of the Cunard Steamship Company Original Co. Ltd., is much more than a history of passenger ships and navigation. Until a few decades ago Cunard was an important cargo carrier, participating as co-founder in the set up of Atlantic Container Lines, besides several other group companies like Port Line or Brocklebank, and even had reefers, tankers and bulk carriers in its fleet. Peter Newall presents a detailed history of all this fascinating world made of a diverse and glorious past up to the present cruise brand as part of the Carnival Group.
Peter Newall begins by presenting the history of the company, in a text that leads to compulsive reading, informative without frills. It goes on with the presentation of all individual vessels in the fleet, grouped according to the different periods: the transatlantic paddle steamers, the early transatlantic screw ships, Atlantic express liners, intermediate liners, the White Star Line ships transferred to Cunard White Star Ltd.,on January 1, 1934. Note also the chapters on the more recent cruise ships, starting with the CUNARD ADVENTURER in 1971, with several other chapters devoted to freight services including the old Mediterranean run, etc ...
CUNARD LINE is primarily the story of the ships that were owned or operated by Cunard for others, namely the British Government during the world wars. All ships have their main technical data and history featured and illustrated with more than 700 photographs, many previously unpublished, complementing this masterpiece Cunard encyclopedia. Most images belong to the Newall Dunn collection, but many independent shipping photographers have contributed with their best images for this book.
CUNARD LINE - A Fleet History is a truly indispensable book either for the more serious maritime history scholars or for the countless ship enthusiasts for whom the name CUNARD is synonymous with magic. LMC
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A CIC, os navios, as pessoas...

Os meus escritos recentes sobre a situação dos navios da Classic International Cruises atraíram alguns comentários criteriosos e interessantes, a que o facto de serem anónimos não diminui o peso:
Comentário 1 - "Anonymous said...
A facilidade com que se fala de algumas coisas é estonteante!
O Montepio, passa as hipotecas de largos milhões sobre os navios, para as novas empresas, cujo capital social é apenas de €500 por empresa, e assim limpa a face. Num universo de 45 pessoas que trabalhavam nos escritórios em Lisboa, apenas 4 dessas mesmas estão a trabalhar na nova empresa, tendo as outras sido pura e simplesmente abandonadas à sua sorte sem terem recebido, ordenados em atraso, compensações, subsídios de férias e/ou natal.
A nova empresa está a tentar negociar todas as dívidas anteriores, para pagar apenas 30% dos valores em dívida, esperando claro continuar a trabalhar com os mesmos fornecedores.
A nova empresa aparentemente não pretende operar no futuro quaisquer cruzeiros à partida de Lisboa, e o público Português, que tanto ajudou a construir a CIC.
Como é que isto é possível, só mesmo em Portugal. Herança deixada pelo falecido George Potamianos? Acredito que já deve ter dado pelo menos 30 voltas no caixão...March 19, 2013 at 10:49 PM
Comentário 2 - Anonymous said... 
É tudo muito bonito, mas os tripulantes continuam sem emprego, pois os navios voltam para Lisboa apenas com tripulação mínima e até mesmo esses à chegada são dispensados pois continua a não haver trabalho. E pergunta-se quando é que está previsto o tão anunciado regresso ao mar? Alguém sabe?March 20, 2013 at 10:24 PM
Comentário 3 - Anonymous said...
Isto foi apenas um esquema para se apoderarem da CIC, se a companhia não (prestava) porque emprestaram tanto dinheiro? e depois tiram o tapete? assim é mais barato paga-se aos fornecedores a 30% e já está. ficou muita gente a arder. e os sindicatos? tanto barulho nos jornais afirmando que iam fazer arresto para pagar os salários. já se calaram? porquê? e o tal Alegre ? parece que a navegação é outra , nem todos somos parvos .March 28, 2013 at 2:33 AM
Reflexão de LMC acerca dos comentários 1, 2 e 3 e de outros indícios possíveis: Luis Miguel Correia said...
Muito interessantes e credíveis os comentários anónimos. Uma tragédia o desaparecimento da CIC. E entretanto houve estragos irremediáveis associados aos nichos de mercados tradicionais em que as empresas do falecido George Potamianos operavam, caso da Austrália, onde o ATHENA vai ser substituído já em 2013-14 pelo ASTOR sob operação da Cruise & Maritime, ou a França onde o PRINCESS DANAE gozava de grande popularidade. O grande teste está associado ao tempo, o tempo irá dar razão ou não aos mais criticos. Uma coisa é pegar nos navios, trazê-los para Lisboa, etc, outra é ser ARMADOR numa área muito competitiva que requer entre outras qualidades grande conhecimento dos mercados e experiência na área dos cruzeiros. 
É claro que os milhões do Montepio só serão recuperáveis a médio prazo se entretanto a futura operação conseguir voltar a operar com os navios de forma a que o valor de cada um deles ajude a cobrir o passivo. A actual tendência do mercado de cruzeiros internacionais de concentração cada vez maior das empresas e grupos operadores e crescimento de tonelagem dos navios novos torna a vida cada vez mais difícil aos poucos operadores mais tradicionais e independentes, caso da empresa que agora vai gerir os quatro navios que acabaram por ficar ligados ao Montepio. Não deve ser boa a sensação de um banco ficar com quatro navios velhos ao colo. Para já pelo menos de tudo isto denota-se alguma sorte para os navios, cujo destino imediato mais provável teria sido a sucata. O FUNCHAL nos seus 52 anos de existência nunca tinha passado por um período tão difícil, por uma imobilização tão prolongada. 
Vamos ver como decorrem os próximos meses, se os navios acabam por ser vendidos no mercado internacional à medida que os seus valores respectivos se consolidarem. O FUNCHAL, por exemplo, como está e onde está, para sucata valerá menos de 2 milhões de USD, quando, renovado e a operar poderá voltar a valer pelo menos dez vezes mais...
Vejo tudo isto com muita apreensão, para usar uma frase enfatisada por George Potamianos numa das últimas tardes que passámos juntos a falar de navios na sua sala da 24 de Julho com vista para a Rocha, meses antes de nos deixar...
Vejo com apreensão o desperdício de recursos humanos entretanto operado com o abandono à sua sorte do elemento humano, neste caso os tais 40 elementos sem emprego ou garantia de alguém vir a repor os seus direitos. Mas, como alguém me dizia há dias, o epilogo mais natural teria sido os navios terem entretanto acabado todos na sucata e pelo menos o facto de isso não se ter verificado é positivo. Mesmo apesar dos sacrifícios humanos e de tudo o resto. Mesmo apesar da apreensão deste observador que acompanhou o nascimento e evolução da empresa desde a origem de tudo com o primeiro afretamento do FUNCHAL na Suécia em 1976 passando depois pela sua compra em 1985 e pela radicação de GPP em Portugal, a compra de mais navios, os anos de sucesso, enfim, testemunhei tudo isto e muito mais. Impressionou-me por exemplo, no funeral do meu Amigo não ter visto praticamente ninguém, e muito menos nenhum dos tantos amigos da onça que todos os verões passavam pela 24 de Julho a pedir borlas para umas férias no mar. Que mundo cão este. Vejo tudo isto com enorme desgosto apesar de até agora ter sido poupado a ver o FUNCHAL sair do Tejo na ponta de um cabo de reboque a caminho das praias de Aliaga na Turquia, para onde foi há meses o COSTA ALLEGRA. Entretanto, meus amigos, mesmo os que estão encalhados com o naufrágio da CIC, o que lá vai, lá vai, o que importa agora é que o futuro ainda não se perdeu. Independentemente de todo este processo e das controvérsias nas perspectivas de cada qual, o FUNCHAL, pela primeira vez desde 1985 é português e um empresário e empreendedor português está a interessar-se pelos transportes marítimos de passageiros em Portugal e a arriscar o seu capital e o seu crédito, os seus recursos e o seu tempo, para que a sua nova empresa tenha sucesso. É esse sucesso que todos devemos desejar, que Portugal merece. E aqui um pequeno reparo num dos nossos dramas: quase não há armadores em Portugal porque a cultura marítima desapareceu das nossas prioridades com a  desmaritimização das últimas décadas. Agora que acaba de aparecer um, vamos desejar o melhor e contribuir para esse sucesso tão necessário com tudo o que estiver ao nosso alcance. Para já nada paga a alegria de ver o FUNCHAL voltar à vida ou assistir ao regresso dos outros navios da frota... Goste-se ou não o regresso de Portugal ao mar passa por tudo isto. Que haja muita gente a identificar oportunidades nos transportes marítimos a partir de Portugal, e de preferência, a partir de Lisboa, o melhor porto do mundo, o centro do mundo marítimo, como gostava de dizer GPP é o nosso desejo para esta Páscoa e para as próximas...
March 28, 2013 at 3:23 AM
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Friday, March 22, 2013

Oportunidade de trabalho em paquetes






A companhia de navegação e cruzeiros Carnival UK, operadora das "marcas" Cunard e P&O Cruises a partir de Southampton está à procura de colaboradores, sugerindo o desafio de uma vida mais invulgar a trabalhar num dos seus grandes paquetes. Pode ser uma oportunidade para quem se sentir tentado a mudar de vida. Não custa nada espreitar o site e analisar as possibilidades... Aqui.
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Wednesday, March 20, 2013

Tantos Navios, Tanto Mar...

Identificar o nome esquecido do navio que há 50 anos levou uma Família de Açorianos para o Canadá deu direito a um agradecimento especial e tudo. É o lado humano do mundo dos navios e o que me faz continuar a investigar estas histórias, para deixar um legado na cultura dos navios e do mar. Apesar de cada vez mais questionar o sentido deste meu trabalho de toda a vida. 

Mas vale a pena, depois quando menos se espera, saber que se contribuiu com conhecimento para melhorar a vida de amigos desconhecidos. Vale a pena quando alguém inesperadamente me diz: "sou oficial da Armada por sua causa, o meu Pai deu-me um dos seus livros quando tinha 12 anos e acabei por entrar para a Marinha"; 
Ou então a versão mercante: "sou oficial da Marinha Mercante por causa dos seus artigos na Revista de Marinha quando era criança, na altura recortava as fotografias todas dos navios. Mais tarde entrei para a Escola Náutica";
Ou ainda um jornalista que quando adolescente viu à venda uma REVISTA DE MARINHA com o velho MADEIRENSE na capa e comprou, e redobrou e entusiasmo pelos navios e começou a fotografar essas criaturas errantes e a escrever também, e um dia me bateu à porta em Lisboa para conhecer o "Luís Miguel Correia"...
Tem valido a pena, mas nem sabem quantas dificuldades e sacrifícios. 
E tanto ainda por fazer, tantos livros para escrever e acabar...
Tudo isto num contexto deprimente de Desmaritimização, essa atitude criminosa de afastamento dos negócios do Mar que gerou a actual cultura de Regresso ao Mar sem nexo prático algum. Até ver...
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Qual o navio que saiu para Santa Maria a 18 de Março de 1963?

A mensagem electrónica com origem no Canadá pedia o seguinte: "Há anos que tento obter a informação com o nome do navio que saiu de São Miguel no final do dia 18 de Março de 1963 com destino a Santa Maria. Será que nos consegue ajudar?"
Em cinco minutos fui capaz de esclarecer a curiosidade de António Tavares, que em criança embarcou no tal navio com a família a caminho de uma vida melhor no Canadá. Uma consulta a uma série de documentos sobre a história da Empresa Insulana de Navegação (documentos que aguardam oportunidade para fazer um livro sobre esta empresa e os seus navios - isto é, um mecenas que apoie a iniciativa), mostrou que o navio em causa foi o pequeno Paquete PONTA DELGADA, que de facto largou a 18-03-1963 para Santa Maria regressando dessa ilha a 20. Alguns dos passageiros ficaram apenas horas em Santa Maria, pois embarcaram num avião para Montreal e uma nova vida no Canadá. 
António Tavares lembrava-se do mau tempo na viagem e do desembarque difícil em Vila do Porto, ter de saltar para uma lancha de noite, agarrado por um adulto, enfim o ritual da viagem que lhes mudou a vida. Só faltava mesmo era saber a identidade desse navio.
O PONTA DELGADA era na altura um navio de passageiros novo, tinha entrado ao serviço em Janeiro de 1962 e serviu os Açorianos durante mais de vinte anos, tendo ganho um lugar na história dos transportes marítimos entre as Ilhas difícil de substituir. Navegou nos Açores pela última vez em 1984 e depois foi vendido no ano seguinte em Lisboa.
 Família Tavares reunida ontem, dia 19 de Março de 2013, para comemorar os 50 anos da sua chegada ao Canadá. O bolo tem um aspecto delicioso e as três bandeiras dizem tudo: Açores, Portugal, Canadá. E também o PONTA DELGADA, pequeno corsário das Ilhas nessa viagem há exactamente 50 anos.


O paquete português PONTA DELGADA a sair do porto de Ponta Delgada na década de 1960, com as cores originais da Empresa Insulana de Navegação. O PONTA DELGADA operou nos Açores de Janeiro de 1962 a Outubro de 1984. Fez muita falta pois nunca mais houve ligações entre as ilhas durante todo o ano com navios de passageiros nos Açores.
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Tuesday, March 19, 2013

Livro MEMÓRIAS DO FUNCHAL


Título: MEMÓRIAS DO FUNCHAL - O Bilhete - Postal Ilustrado até à Primeira Metade do Século XX / Title: REMINISCENCES OF FUNCHAL - Illustrated Postcards up to the Mid 20th Century. Author: José Manuel Melim Mendes. Hardback, 280 pages, 210x297mm, 415 illustrations, English and Portuguese text. ISBN: 978-989-20-0931-5 Price: €60,00. Para encomendar / To order your copy email to LINERBOOKS@gmail.com

MEMÓRIAS DO FUNCHAL é um livro excelente sobre a bela cidade do Funchal, capital da ilha da Madeira e local de rara beleza e interesse histórico e cultural.

O livro conta-nos a história do Funchal através da colecção de postais ilustrados sobre a Madeira do Engenheiro José Manuel Melim Mendes e foi publicado para assinalar os 500 anos da cidade.

Estas memórias funchalenses são seguramente o mais bonito e bem concebido livro publicado com base numa colecção de postais ilustrados no decorrer dos últimos anos. A escolha dos postais foi criteriosa, o plano de livro é muito equilibrado e sensato, cada capítulos inclui um texto histórico muito informativo, bem escrito e correcto.

Sendo o Funchal uma grande cidade marítima e atlântica, não podiam faltar os navios e o mar neste livro e de facto esses elementos estão presentes e cumprem na perfeição a função de nos fazer viajar nesse Funchal de um passado não tão longínquo como as imagens fazem acreditar, cheio de magia.

De facto estas Memórias do Funchal trazem-nos à memória muitos dos navios que frequentaram a Baía do Funchal no período em apreciação, destacando a escolha do autor em termos de postais de navios na Madeira, editados pelas companhias armadoras, que são por si verdadeiras obras de arte.

Um livro a não perder...  Ver aqui

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Monday, March 18, 2013

MSC PREZIOSA no Tejo

Aspectos da largada de Lisboa de um dos maiores navios de passageiros italianos (registo panamiano), a manobrar para largar, na tarde de 16 de Março. Trata-se do novo paquete MSC PREZIOSA, a fazer-se ao mar.

O MSC PREZIOSA é o quarto e último navio da classe MSC FANTASIA, de 139.000 TAB e está a afazer neste momento o cruzeiro pré-inaugural, iniciado em St. Nazaire, onde foi construído, e com destino a Génova, futuro porto de armamento, com escalas por Lisboa, Cádis, Casablanca, Valência, Barcelona e Marselha.

Com a entrada ao serviço do PREZIOSA, a MSC Cruises passa a ser o terceiro maior operador de cruzeiros e o primeiro dos armadores independentes, pois tanto a Carnival Cruise Lines como a Royal Caribbean são as empresas originais de dois grupos com o mesmo no,e que entretanto foram comprando todos os outros armadores à volta...



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Rebocador POSEIDON na Navalrocha




Rebocador português POSEIDON atracado ao cais de aprestamento do estaleiro naval do porto de Lisboa, actualmente concessionado à firma Navalrocha. O POSEIDON encontra-se no estaleiro desde 27 de Janeiro ultimo, para reparação. Faz parte de um grupo de três unidades gémeas construídas nos antigos estaleiros da Foznave, na Figueira da Foz.
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Sunday, March 17, 2013

Golden Age of Cruising









 If there was ever a Golden Age of Cruising it is now with the most incredible ships and all kinds of operations.
Visiting the new MSC Crociere flagship MSC PREZIOSA just adds to this feeling. And she is a precious giant floating resort and cruise liner. Yes she is very much a ship, beautiful, full of life and hightech. 
MSC PREZIOSA was delivered by STX Europe in St. Nazaire on 14 March and Lisbon was the first port of call ever on the shake downcruise now in course with ETA in Genova on 22 March and the christening ceremony on 23rd with Sofia Loren and the high profile officers of MSC and the world of cruising.
The new MSC PRZIOSA is a magnificent, beautiful giant: 139.000 GT, 3500 pax, 23 knots... All this at the cost of 550 million Euros.
PREZIOSA is the fourth sister ship in the MSC FANTASIA class and the 12th new ship built in France for MSC in ten years: total cost 6 billion euros and as a result MSC is now the third largest cruise company and the largest independent cruise operator.

MSC PREZIOSA made her inaugural call to Lisbon on 16 March 2013.

She berthed at the Santa Apolónia Cruise Terminal with GRAND HOLIDAY to her stern. 

She is now doing the positioning cruise from St. Nazaire to Genova calling at Cadiz, Casablanca, Valencia, Barcelona and Marseilles.

She will be back in Lisbon this November ona transtalantic "Grand Voyage" to Brazil.

All photos taken in Lisbon on 16 March 2013 by Luís Miguel Correia.














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ARION em Lisboa

O paquete português ARION regressou a Lisboa no dia 15 deste mês de Março depois de ter sido libertado dos arrestos que pendiam sobre esta antiga unidade da Classic International Cruises no porto montenegrino de Bar, no mar adriático.
O processo e as negociações com as autoridades locais foram conduzidas no  Montenegro pelo novo armador, Rui Alegre, com pleno êxito.
O navio saiu de Bar a 9 de Março pelas 12h00 e entrou no Tejo precisamente às 10H31 de 15, atracando no antigo cais da pedra, em Santa Apolónia, depois de ter sido recebido festivamente com bandeiras, apitos e jactos de água por dois rebocadores da companhia Svitzer, que escoltaram o ARION de Alcântara até Santa Apolónia.
Entretanto está em curso o resgate dos paquetes ATHENA e PRINCESS DANAE, que ainda estão presos em Marselha, mas já se encontram de novo guarnecidos por tripulações portuguesas. Estes navios deverão vir para Lisboa no decurso das próximas semanas. 
O resgate destes navios e do FUNCHAL que terão agora um futuro promissor em mãos portuguesas deve-se à acção de uma nova empresa constituída em Lisboa na sequência de acordo entre o banco Montepio Geral, principal credor das empresas ligadas à CIC e aos herdeiros de Goeorge Potamianos, e o empresário Rui Alegre, que neste processo vem sendo apoiado pelo oficial da marinha mercante Cte. António Caneco. Assim, foi constituída no dia 27 de Fevereiro deste ano a empresa PORTUSCALE CRUISES - Cruise Management Lda., que já tem escritório a funcionar no Chiado, em Lisboa, e inclusive já deu emprego a diversos colaboradores da CIC, que se encontravam desempregados desde Novembro quando foi fechado o escritório da Av. 24 de Julho.


A prioridade da nova empresa é retomar a actividade de cruzeiros internacionais o mais depressa possível, pondo a navegar os quatro navios após as indispensáveis reparações e alterações e a conclusão da reconstrução do FUNCHAL.
Os navios vão continuar com bandeira portuguesa e foram entretanto constituídas na Madeira a 11 de Janeiro último, quatro novas companhias para as quais está a ser transferida a propriedade dos paquetes: Islands Cruises, Coral Cruises, Pearl Cruises e South Coast Cruises.

As iniciativas associadas aos navios da ex-CIC e às novas empresas de Rui Alegre são uma notícia extremamente positiva no panorama da economia do mar em Portugal, de que tanto se fala ultimamente, mas de forma geralmente vazia e idiota, sem consequências práticas. Investir em navios e desenvolver a marinha mercante de passageiros, isso sim é falar de regresso ao mar. Parabéns aos envolvidos que tão bem estão a recuperar a herança de um grego amigo de Portugal - George Potamianos.





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