Numa das minhas travessias do Tejo em estilo de patrulha fotográfica, tive oportunidade de registar estas imagens contrastantes no passado dia 5 de Abril: dois navios atracados ao mesmo terminal, em Alcântara, dois porta-contentores, o AÇOR, de nacionalidade e bandeira portuguesa, da Mutualista Açoreana (Grupo Bensaude) e o TINGLEV MAERSK, da Maersk Line (Grupo A.P. Moller), de nacionalidade dinamarquesa.
Sem querer comparar o incomparável, estas imagens permitem diversas reflexões:
Por um lado a sobrevivência de alguns armadores privados portugueses suportados por nichos de mercado (o transporte marítimo Continente - Regiões Autónomas), e integrados, todos eles em grupos económicos de importância em termos nacionais;
Por outro lado, a maior empresa de navegação do mundo (com um porta-contentores de novo no Tejo após diversos meses de ausência), com uma dimensão e um poder difíceis de imaginar em Portugal.
Constituída em 1920, a Mutualista Açoreana faz parte do Grupo Bensaude há mais de 50 anos sendo actualmente uma referência nos transportes marítimos portugueses. Dispõe de 2 porta-contentores próprios que asseguram uma carreira semanal entre o Continente e os Açores. A família Bensaude preserva assim uma actividade económica tradicional. De facto os Bensaude estão ligados à navegação e pescas em Portugal há mais de 150 anos.
A Maersk nasceu em 1904 quando um jovem empreendedor dinamarquês, Arnold Peter Moller, de 28 anos, comprou em segunda mão o vapor SVENDBORG, de 2200 TDW. Hoje o grupo A.P.Moller opera 550 porta-contentores, dos quais 220 são navios próprios, 260 navios-tanques e plataformas, dos quais 140 próprios, emprega 110.000 pessoas e os seus negócios estão espalhados por 125 países, um dos quais é Portugal. O grupo estende as suas actividades noutros sectores para além da navegação, caso dos estaleiros navais, aviação e cadeias de hipermercados. Os negócios de transporte marítimo têm sido consolidados com a compra dos seus concorrentes mais próximos, caso das companhias Sealand, P&O, Nedlloyd e Safmarine, numa lógica global.
Sem querer comparar o incomparável, estas imagens permitem diversas reflexões:
Por um lado a sobrevivência de alguns armadores privados portugueses suportados por nichos de mercado (o transporte marítimo Continente - Regiões Autónomas), e integrados, todos eles em grupos económicos de importância em termos nacionais;
Por outro lado, a maior empresa de navegação do mundo (com um porta-contentores de novo no Tejo após diversos meses de ausência), com uma dimensão e um poder difíceis de imaginar em Portugal.
Constituída em 1920, a Mutualista Açoreana faz parte do Grupo Bensaude há mais de 50 anos sendo actualmente uma referência nos transportes marítimos portugueses. Dispõe de 2 porta-contentores próprios que asseguram uma carreira semanal entre o Continente e os Açores. A família Bensaude preserva assim uma actividade económica tradicional. De facto os Bensaude estão ligados à navegação e pescas em Portugal há mais de 150 anos.
A Maersk nasceu em 1904 quando um jovem empreendedor dinamarquês, Arnold Peter Moller, de 28 anos, comprou em segunda mão o vapor SVENDBORG, de 2200 TDW. Hoje o grupo A.P.Moller opera 550 porta-contentores, dos quais 220 são navios próprios, 260 navios-tanques e plataformas, dos quais 140 próprios, emprega 110.000 pessoas e os seus negócios estão espalhados por 125 países, um dos quais é Portugal. O grupo estende as suas actividades noutros sectores para além da navegação, caso dos estaleiros navais, aviação e cadeias de hipermercados. Os negócios de transporte marítimo têm sido consolidados com a compra dos seus concorrentes mais próximos, caso das companhias Sealand, P&O, Nedlloyd e Safmarine, numa lógica global.
Text and images copyright L.M.Correia. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Thanks for your visit and comments. You are most welcome at any time - Luís Miguel Correia
4 comments:
Luis Miguel,
Onde foi tirada esta foto com o casco do Açor B a aparentar tão mau aspecto???
:(
FGD
E no meio dos dois navios referidos está um porta contentores feeder "Herrentor" igual a dois navios que inicialmente constituiram as carreiras da Boxline para a Meadeira e Açores, o "Diamante" e o "S.Rafael" em 2001
Até parece impossível a Mutualista, tão ciosa dos seus navios, apresentar as obras-vivas tão mau tratadas.
Penso que esta fotografia foi tirada dias antes de o navio docar.
Para mim não tem outra explicação.
Meus Amigos,
A fotografia do AÇOR B foi tirada no dia 5 de Abril no cais de Alcântara. Não acho que o navio esteja assim tão mau. Tem o casco relativamente bem pintado, mas de facto aparenta necessidade de ir à doca seca ou pelo menos alguma atenção relativamente às obras vivas. Como o navio estava em lastro vê-se tudo.
Sou do tempo em que os nossos navios eram pintados da borla do mastro até às obras vivas todas as estadias. Era um gosto ver os navios da Colonial a serem pintados, por exemplo. Já os da Insulana normalmente só retocavam a pintura e depois havia os mais diversos tons de preto, por exemplo no casco do FUNCHAL, que metia dó. Mas ao longe não se notava.
Nessa época havia muito pessoal, tripulantes, etc..., e a companhia tinha gente nas oficinas de terra só para pintar os navios (às vezes eram apanhados a dormir nos camarotes nas horas de serviço...). Hoje a realidade é totalmente diferente: tripulações reduzidas ao mínimo, estadias curtas, e por aí fora. Por outro lado desapareceu um aspecto fundamental nas nossas tripulações: brio. Hoje não há brio pelos navios, a malta está-se nas tintas, nem fardas se usam mais. Às vezes é olhar por exemplo para as bandeiras, e vê-las sujas, quantas vezes negras de fumo...., em especial aquelas em que sobressai o branco, caso da Transinsular ou Portline.
Nos navios da Mutualista, por exemplo, a bandeira nacional está sempre içada na cangueja, quando a bandeira só se mete na carangueja quando o navio sai ou entra o porto ou saúda outro em alto-mar, por exemplo. Quando o navio fundeia ou se passam cabos a terra, desce a bandeira da carangueja e a mesma ou outra é içada na popa. Falo de um pormenor a que ninguém liga, mas isso denota perda de tradições e costumes que há alguns anos faziam parte da vida a bordo.
Quanto ao aspecto exterior dos nossos navios, já andaram piores, e hoje a qualidade das tintas é muito boa. Os navios não precisam de ser docados duas vezes por ano como há quarenta anos, etc...
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