Monday, May 21, 2007

CORVO BAPTIZADO EM VIANA



O dia 18 de Maio último foi de festa nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, com a cerimónia de baptismo do porta-contentores celular CORVO, destinado ao armador Mutualista Açoreana de Transportes Marítimos e à linha regular Continente - Açores.
Muitos convidados ligados aos transportes marítimos e ao mar, para além de uma representação significativa da Família Bensaude, cujo grupo empresarial é proprietário da Mutualista Açoreana, dando continuidade a uma tradição de armadores de navios portugueses desde o século XIX, com destaque para as antigas empresas INSULANA e PARCERIA GERAL DE PESCARIAS.
Na ocasião o Presidente do Conselho de Administração da Mutualista Açoreana, Eng. Joaquim Bensaude elogiou a indústria naval portuguesa e os Estaleiros Navais de Viana do Castelo "cujo prestígio ultrapassou há muito a nossa terra". No seu oportuno discurso, o Eng. Bensaude reafirmou a vontade de a sua empresa continuar a singrar nas rotas do mar português: "Este CORVO, será o 5º navio com este nome, propriedade da Mutualista Açoreana, evocando a mais pequena, mais isolada e menos habitada ilha da Região Autónoma dos Açores.
Hoje poderá ser um símbolo - o da confiança dos nossos Clientes e o de querermos continuar de forma moderna, com qualidade e inovação, a participar nesta actividade tradicional, que é o Transporte Marítimo de Mercadorias, que outrora, em vários períodos da nossa História, foi determinante para o abastecimento do País e por ventura da Europa, tendo sido igualmente uma fonte de oportunidades para o desenvolvimento económico, sócio-profissional e humano de muitos Portugueses e vital para o abastecimento regular à Região Autónoma dos Açores."
No seu discurso o Presidente da Mutualista Açoreana considerou incontornável o relançamento das actividades marítimas em Portugal: "Portugal está hoje integrado, para além do aspecto geográfico, no grande espaço que é a União Europeia. Nós somos dos que pensam que há que ter coragem e perspectivar também a longo prazo, dado que, eventualmente a oportunidade / necessidade da Europa - e naturalmente Portugal - ter que se voltar novamente para este vasto palco que é o Mar, é incontornável, pois para além do desenvolvimento concreto e prático das chamadas Autoestradas Marítimas Europeias, por saturação das vias rodoviárias, muito mais evidente para além dos Pirinéus (mas que também afectará o nosso comércio externo), há as incertezas das fronteiras europeias de leste e ameaças ao Sul. A nós empresários, gestores, de empresas privadas e da "coisa pública", trabalhadores, responsáveis pelo ensino, académicos dos sectores correlacionados com a actividade marítima, logística e portuária cabe a grande responsabilidade, no provar e conseguir influenciar a sociedade em geral, para que o interesse pelo MAR não fique apenas pelo Turismo. A procura constante por fazer bem feito, com profissionalismo, competência utilizando modernos meios tecnológicos, procurando inovar, tendo a possibilidade de utilizar os mais modernos métodos de gestão, organização, produção, desenvolvendo competências próprias e , na busca de uma razoável competitividade é uma atitude fundamental. Ao fazer esta reflexão, estou consciente que muito pouco ou quase nada mudará se o Estado naturalmente não assumir o dever de ser o nosso maior aliado. (...) Temos vontade de continuar a contribuir para a manutenção, modernização e prestígio do transporte marítimo de pavilhão Nacional. Queremos continuar a criar empregos, proporcionar formação complementar e perspectivar carreiras profissionais, no mar e em terra, para os jovens que abracem a vida marítima. (...) Este é um ano que todos esperamos também seja marcante, para os sectores relacionados com as actividades marítimas, em Portugal.
Portugal assume a Presidência da União Europeia no próximo mês de Julho. A nova Política Marítima Europeia deverá ser ratificada internamente, depois da auscultação pública e das reflexões estratégicas; aguardamos pela definição e implementação das novas políticas e de ver consagrados, com justiça, no orçamento do Estado os precários apoios aos Armadores."
O Blogue dos Navios e do Mar regista com gosto este dia feliz na história da Mutualista Açoreana, da Marinha de Comércio Portuguesa e dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo. Pela negativa registe-se a ausência muito notada de quaisquer membros do Governo na cerimónia, apesar de expressamente convidados.

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3 comments:

Raquel Sabino Pereira said...

O Blogue «Atlântico Azul» associa-se no reconhecimento do mérito e da coragem destes Grandes Portugueses da Nação!...

LUIS MIGUEL CORREIA said...

Sailor Girl,
É caso para admirar a coragem dos sobreviventes de um sector que chegou a ser dos mais importantes da economia nacional em meados do século XX... Nos tempos em que se faziam asa coisas a "bem da nação"...

mch said...

Parabens por reportagem Luis Miguel
e associo-me aos votos de que a Figueira da Foz possa ter a encomenda do navio seguinte
Pedirei que coloquem em SP