A polémica gratuita que se tem gerado em Lisboa acerca da correlação entre o Porto e a actividade portuária, por um lado, e a falta de compreensão e maritimidade de sectores silvestres e contestatários da capital é pobre de valores e conteudo. A questão não pode ser posta em termos de se querer ou não um porto em Lisboa, porque esse porto existe desde sempre, é uma infraestrutura natural de valor incalculável e a sua importância economica é inquestionável. Não nos podemos dar ao luxo de dispensar um porto como Lisboa. Temos mesmo a obrigação de potenciar as suas multiplas potencialidades, de efeito multiplicador aos mais variados níveis da economia. O grande problema reside na ignorância. Em argumentos fantasistas, como o tal muro fantasma de 6 metros de altura que ninguém sabe como surgiu associado ao futuro terminal de cruzeiros de Santa Apolónia. Terminal que já devia ter sido feito há muitos anos pois em termos de cruzeiros Lisboa tem vindo a perder posição no segmento mais remunerador, o dos embarques e desembarques de passageiros, isto é navios que iniciem e terminem os seus cruzeiros em Lisboa.
A falta de consciência como o problema tem sido abordado é absolutamente gratuita, como hoje em dia gratuitas são muitas outras manifestações de maritimidade, a começar pelo discurso recente do Sr. Primeiro Ministro, que parece ver um futuro radioso com Portugal a liderar as iniciativas marítimas Europeias, quando Portugal nem petroleiros tem, nem outros tipos de navios cuja existência, além de potencialmente remuneradora em termos económicos, tem um interesse estratégico associado ao abastecimento de bens essenciais ao País. Mas ninguém quer saber de navios. Diz-se que estragam a paisagem, que são uns monstros. Então e os direitos dos cidadãos que querem actividades marítimas, gostam de navios e apreciam a conjugação paisagística dos navios por entre as ruas da cidade ribeirinha?
A falta de consciência como o problema tem sido abordado é absolutamente gratuita, como hoje em dia gratuitas são muitas outras manifestações de maritimidade, a começar pelo discurso recente do Sr. Primeiro Ministro, que parece ver um futuro radioso com Portugal a liderar as iniciativas marítimas Europeias, quando Portugal nem petroleiros tem, nem outros tipos de navios cuja existência, além de potencialmente remuneradora em termos económicos, tem um interesse estratégico associado ao abastecimento de bens essenciais ao País. Mas ninguém quer saber de navios. Diz-se que estragam a paisagem, que são uns monstros. Então e os direitos dos cidadãos que querem actividades marítimas, gostam de navios e apreciam a conjugação paisagística dos navios por entre as ruas da cidade ribeirinha?
As duas fotografias que acompanham esta expressão particular de desagrado reflectem as duas posições. A primeira está desinfectada de quaisquer germes marítimos: não tem navios nem embarcações, apenas um Tejo lindo aberto aos cidadãos, disponível para uns chichis indiscretos aos Domingos de tarde...
A segunda inverte este cenário, com actividade marítima navios, guindastes e tudo o mais a que temos direito...
A segunda inverte este cenário, com actividade marítima navios, guindastes e tudo o mais a que temos direito...
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1 comment:
Subscrevo na íntegra.
Considero importante que a Comissão Interministerial para os Assuntos do Mar entre rapidamente em funcionamento, pois um dos (inúmeros) objectivos consiste em criar o Fórum Permanente para os Assuntos do
Mar, aberto a toda a sociedade civil, e promover, nesse
âmbito, o estabelecimento de um grupo de reflexão e
acompanhamento para os assuntos do mar, onde participem
personalidades de reconhecido mérito, organizações
não governamentais e entidades privadas.
Trata-se de um Fórum para o qual Luís Miguel Correia tem de ser convocado.
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