Paquete VERA CRUZ de 1952

A encomenda do navio de passageiros previsto no Despacho 100 para a linha do Brasil, atribuído à Companhia Colonial de Navegação foi concretizada a 9 de Agosto de 1949, com a assinatura, pela CCN e o estaleiro belga Société Anonyme John Cockerill, do contrato de construção do paquete VERA CRUZ.

De concepção muito avançada para a época, o VERA CRUZ foi o primeiro verdadeiro grande paquete português, pois todos os navios de passageiros anteriores, excepto o SERPA PINTO, eram unidades mistas de passageiros e carga. Pelas suas dimensões e características, o VERA CRUZ era um grande paquete de prestígio, cuja imponência e elegância representava condignamente Portugal em qualquer porto do mundo.
Com 21.765 toneladas de arqueação bruta, 185,75 m de comprimento, 23 m de boca e 15,8 m de pontal, o navio estava equipado com 2 grupos de turbinas a vapor Parsons, desenvolvendo a potência de 25.500 SHP e atingindo a velocidade máxima de 23 nós. O VERA CRUZ dispunha de alojamento para 1.242 passageiros instalados em 289 camarotes, distribuídos por três classes: 148 passageiros em 1ª classe, 250 em 2ª classe e 844 na 3ª classe. Tinha 350 tripulantes, dos quais 38 oficiais. Custou 408.000 contos em 1952, cerca de 2 milhões de Euros, mas se fosse construído agora custaria qualquer coisa como 300 milhões de euros.
As imagens que apresentamos do navio são o primeiro postal publicado pela CCN, com o VERA CRUZ ainda em construção, tendo sido utilizada uma fotografia de um modelo do paquete, e uma foto do VERA CRUZ feita no Funchal pela Foto Figueiras, em Abril de 1952, durante a viagem inaugural do navio. Brevemente voltaremos a falar do VERA CRUZ...
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