Thursday, April 03, 2008

MAIS UMA PONTE PARA O TEJO

Está anunciada a localização da terceira ponte sobre o Tejo de Lisboa, a construir no corredor Chelas - Barreiro.
Lamentamos sinceramente esta opção que parece inserir-se na política de desmaritimização automática de Lisboa.
Além do impacto visual e ambiental (a obra vai passar junto aos guindastes de contentores que se vêm na imagem), a ponte vai prejudicar gravemente a operacionalidade do Porto de Lisboa, ao reduzir a bacia de manobra no Canal de Cabo Ruivo junto ao Terminal de contentores de Santa Apolónia e estrangular o Mar da Palha como fundeadouro principal do porto.
Depois das consequências nefastas para a actividade portuária da Ponte Vasco da Gama, que reduziu a operacionalidade das Calas do Tejo, nomeadamente a Cala de Samora e aumentou o açoreamento do rio, vai-se avançar com mais uma ponte sem altura suficiente para permitir navegação no Mar da Palha. Mas no fundo a verdade é que muito poucos ainda se preocupam com as actividades marítimas de Lisboa e o seu Porto.
E aqui para nós, o que valia a pena era fazer-se no meio do Mar da Palha uma ilha artificial cheia de palmeiras de betão estilo Dubai para criar uma nova centralidade imobiliária no Tejo...
Texto e imagens /Text and images copyright L.M.Correia. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia

3 comments:

Luis Daniel Vale said...

Não adianta Luís Miguel, está tudo maluco com as pontes. Quando for a Viana repare na que construiram sobre a entrada da marina... é verdade, barquinhos que queiram entrar ou sair têm que esperar que o funcionário (durante apenas determinadas horas do dia) vá abrir uma ponte móvel construída para encurtar um caminho que se fazia a pé à volta em cerca de 3 minutos. Agora faz-se em 30 segundos! Fantástico não é? Só não é para os que aguardam pacientemente a sua abertura. No Verão é ver os donos dos iates que escalam Viana atónitos por terem que aguardar que alguém vá abrir a ponte para entrarem/saírem da marina...

É no Burkina Fasso? Não, é no tal país de marinheiros.

LUIS MIGUEL CORREIA said...

País de Marinheiros???? Onde????

joão coelho said...

Julgo que não temos grandes alternativas a relação a pontes no Tejo..Repare-se em cidades situadas junto a rios, com foz próxima, por. ex. Londres e Nova Iorque, as pontes são mais do que as mães..
Na minha modestissíma opinião, o problema está na falta de aproveitamento da margem sul do Tejo, desde a Trafaria até não sei onde. No pós-25 de Abril, meteu-se um cais para contentores na zona Alcantara/Rocha do Conde Óbidos, que, em conjunto com o outro terminal da Matinha trouxe, para dentro da cidade!,o trânsito de camiões pesados que se conhece...cortando, entretanto, o acesso dos cidadãos à orla maritima..
Confunde-me que ninguém se lembre de aproveitar, ao menos algumas zonas na margem sul para actividades comerciais que, dotadas de bons acessos, aliviariam Lisboa de muita chatice.
Obrigado

Saudações atlânticas

João Coelho

PS - Ainda estou à espera que Malheiro do Vale me diga como se manobra para atracagem no porto de Viana...