Uma das petições públicas de temática marítima aberta a assinaturas de aderentes, a decorrer na internet, pretende a implementação de um serviço de passageiros por mar entre o Continente, a Madeira e os Açores. Defendo que as nossas ilhas devem ter este tipo de ligação desde que comecei a publicar artigos de opinião, na Revista de Marinha, em 1980.
Assinei a petição com o seguinte comentário: Sugiro que em vez de petições os promotores desta ideia:
1) estudem as condições de mercado com vista a implementar-se uma linha de passageiros e carga RoRo entre o Continente e os Açores;
2) Caso consigam a viabilização do empreendimento, recomendo que formem uma sociedade anónima e angariem accionistas junto das populações locais. Não concordo com o Estado a fazer de armador (mal) e a subsidiar fantasias à custa dos contribuintes. Portugal só consegue voltar a ter uma presença no mercado de transportes marítimos com empreendedorismo associado a muito trabalho, dinheiro, dinheiro e mais dinheiro...
Quero com isto dizer que a ideia é boa, duvido que nas circunstâncias actuais seja viável, até porque não vejo nenhuma entidade empresarial aberta a encarar a iniciativa em moldes sólidos. Noutros países com componente insular existem companhias de navegação cuja massa accionista são os habitantes da(s) ilha(s) beneficiada(s) com a iniciativa. Podia-se começar por aí, apesar de a complexidade do empreendimento quanto a mim obrigar à reformulação total dos serviços actuais, com os porta-contentores. Se fosse implementada uma racionalização dos operadores e navios actuais a servir os Açores, e alguma entidade, de preferência privada tivesse abertura para participar na carreira, o investimento seria provavelmente superior a 200 milhões de euros... E tenho muitas dúvidas quanto à rentabilidade da linha, devido à sazonalidade, dispersão da população por 9 ilhas, etc...
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5 comments:
Caro Luís Correia.
Gostava de saber o que acha do subsídio à mobilidade marítima entre a Madeira e o Continente para os madeirenses, proposto pelo CDS e aprovado na Assembleia da República?
As viagens são asseguradas regularmente uma vez por semana pela Naviera Armas que além de passageiros transporta carga rodada.
Evidentemente que o subsídio é só para os passageiros madeirenses.
Aguardo!
Obrigado pela assinatura na Petição.
Um abraço
Paulo Farinha
Caro Farinha,
Sou contrário às políticas que levam à mentalidade de subsidio-dependência. Trata-se de um mal nacional que castrou a nossa mentalidade no sentido inverso da necessidade de empreendedorismo e de iniciativas válidas com reflexos no tecido produtivo.
O subsídio de 30 euros é só para Madeirenses? Isso não descrimina negativamente outros residentes? Vivem num paraíso no meio do Atlântico, deviam era ter um imposto por mais valia territorial, não?
Por mim a verba do subsídio ia para o financiamento de um terceiro submarino...
Voltando aos 30 euros, Farinha, quem tem dinheiro para viajar seja do Funchal para o Continente ou de Lisboa para Viana do Castelo,precisa mesmo dos 30 euros para alguma coisa? Não será tudo isso demagogia?
E depois são as empresas que aguentam tudo e mais alguma coisa com uma carga fiscal danada. Sabe quanto me custa pagar os impostos todos que nunca acabam????
Abraço Amigo do
LMC
Caro Luís Correia
Vou confronta-lo com o seguinte.
O subsídio de 30:00€ é só para madeirenses, seja de avião ou de barco no caso da Madeira.
Nos Açores o subsídio de mobilidade também existe, não sei os montantes.
Por exemplo um passageiro canariano nas Canárias que embarque no ferry da ARMAS com destino a Huelva-Espanha, acomodado em poltrona paga com subsídio apenas 40:00€, sem subsídio 80:00, portanto o subsídio é de 50%.
Um passageiro madeirense que viaje para o Continente no ferry ARMAS acomodado em poltrona numa viajem mais curta do que para Huelva, paga 85:00€, o subsídio de mobilidade recentemente aprovado mas que ainda não é praticado é de 30:00€, portanto com subsídio fica em 55:00€, em percentagem 35%.
Quanto a paraíso, vai me desculpar mas é nas Canárias, sempre, ou sejam, ilhas afortunadas.
Portugal após o 25 de Abril, orientado por Mário Soares, abandonou Timor, e entregou indevidamente Cabo Verde, e São Tomé e Príncipe. Este político é o responsável do desmoronamento de Portugal, ainda está a tempo de lhe pedir contas caro amigo Luís Correia.
Restam as ilhas da Madeira e dos Açores que de modo algum se tratam de paraísos, pode crer! e acredite que são uma mais valia para Portugal.
Um abraço
Paulo Farinha
Ro-Ro porquê?
Para rentabilizar?
A minha sincera opinião é que quanto menos gente a conspurcar, melhor.
Já basta o que por lá vai, e os próprios Açorianos a dar cabo daquilo.
Este mundo está cheio de esquemas...
O que vale é que há sempre a possibilidade de o último a ir embora apagar a luz...
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