Há dias, assisti a uma palestra promovida pelo Sindicato dos Engenheiros de Máquinas da Marinha Mercante comemorativa do centenário do sindicato. O ambiente era de algum desalento face à realidade marítima nacional em contraponto com as carreiras que a maior parte dos presentes, oficiais de Marinha Mercante reformados, viveram, quer na marinha de pesca quer no comércio.
De entre os intervenientes falou o ainda Presidente do IPTM, com anúncio oficial de extinção por parte do actual Governo. O Dr. João de Carvalho, antigo oficial de Marinha Mercante e gestor experimentado com muitos anos de actividade ligada ao "shipping" nacional referiu que nos últimos 30 anos a frota da marinha de pesca se reduziu em 30 por cento e a da marinha de comércio em 80 por cento, acentuando que hoje Portugal gasta anualmente 500 milhões de euros em pagamentos de fretes a navios estrangeiros. No processo de desmaritimização associado à nossa decadência marítima perderam-se 50.000 postos de trabalho. João de Carvalho chamou poesia à politica oficial para a Marinha Mercante, que em meu entender é nula. Nula porque a actual política oficial do Mar não contempla a Marinha Mercante, que está em vias de desaparecer de vez. O desmembramento do IPTM é no nosso entender, um disparate e parece que resulta de uma decisão precipitada, como aliás parece ter acontecido há meses com o anúncio oficial de extinção da PARQUEXPO, de que não se ouviu mais falar.
A actual política do Mar esquece-se sempre da Marinha Mercante desde há décadas. Por ignorância inocente ou resultado de interesses inconfessáveis? Como é possível descurar sistematicamente assuntos tão importantes e estratégicos como os Transportes Marítimos? Volta Américo Thomaz, fazes muita falta na Junta Nacional da Marinha Mercante.
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1 comment:
Caro Luis Miguel
è que essa gente parece que nunca passaram nas provas da disciplina de História de Portugal, e desconhecem que até à revolução dos cravos vermelhinhos, Portugal possuia uma muito razoávvel Marinha Mercante e também das pescas tripulada por bons e experimentados profissionais,e ainda armadores virados para a "frentex".
Digam lá o que disserem, que os dois foram uns "mauzões", mas o Tomás e o Tenreiro foram os unicos que viraram Portugal para o mar, ers, sempre novas construções a deslixar na carreira ou mesmo adquiridas em segunda mão no estrangeiro.
Saudações maritimo-entusiásticas
Rui Amaro
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