A empresa Douro Azul anunciou hoje, oficialmente, que os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) estão fora do negócio para a construção dos dois primeiros navios-hotel, um negócio global de 50 milhões de euros.
A garantia foi dada hoje à Lusa por fonte oficial do grupo turístico, acrescentando que a decisão final, a tomar nas próximas horas, "está agora limitada aos estaleiros portugueses da Navalria, de Aveiro, e aos holandeses da De-Hoop".
No entanto, a mesma fonte não quis adiantar pormenores sobre esta exclusão, que acontece poucos dias depois da demissão do administrador da Empordef, Luís Miguel Novais, denunciando "inércia" na tomada de decisões sobre os ENVC e apontando o negócio com a Douro Azul como exemplo.
De fora deste negócio, acrescentou ainda, além da empresa pública de Viana do Castelo, ficaram também os estaleiros da Armon (Espanha), igualmente convidados pela Douro Azul a participar.
Os estaleiros de Viana apresentaram à Douro Azul, a 29 de fevereiro, uma proposta para a construção de quatro navios-hotel, negócio que seria "muito importante" para a empresa, descreveu na altura fonte oficial dos ENVC.
Tratam-se de navios cujo projeto-referência corresponde ao do "Douro Spirit", avaliado em 12 milhões de euros, de 80 metros de comprimento e com capacidade para 130 turistas, que integrou a frota da empresa em 2011.
O objetivo da Douro Azul é replicar este modelo e para isso convidou quatro empresas a apresentar propostas, tendo apontado o dia 01 de março como data limite para decidir o vencedor do negócio.
Fonte da empresa esclareceu à Lusa que ainda decorrem "negociações", pelo que a decisão final não foi tomada, mas a exclusão dos ENVC da construção dos dois primeiros navios, "pelo menos", é certa.
Fonte da administração dos ENVC admitiu à Lusa que entregou a proposta final à Douro Azul a 29 de fevereiro, após negociações e já "incorporando as alterações pedidas pelo armador ao projecto-referência".
"Acreditamos na bondade e qualidade da nossa proposta. Seria um negócio muito importante para os ENVC e para a economia nacional", acrescentou, na semana passada, a mesma fonte.
Em entrevista recente à Lusa, Mário Ferreira, administrador da Douro Azul, admitiu que neste negócio, que envolve os projetos "Douro Global" e "Douro Prestige", atribuía "preferência" aos estaleiros nacionais, mas sublinhou que as garantias sobre o cumprimento de prazos seriam cruciais na tomada de decisão.
"Só iremos atribuir a construção a um estaleiro português se estivermos convencidos de que tem capacidade técnica para nos entregar os navios em tempo útil. Não pode haver qualquer tipo de atraso", apontou.
Recordou que estes navios representarão um incremento na faturação anual de 15 milhões de euros, sendo que nesta altura já estão feitas "pré-vendas" para o mercado turístico norte-americano, inglês, alemão e australiano, no valor de 90 milhões de euros, através de contratos internacionais.
"Acima de tudo, para além do preço, necessitamos de garantias sólidas da entrega, porque não podemos correr o risco de estragar a reputação e imagem que andámos a criar, ao longo de anos, com eventuais atrasos. É que estes navios já estão previamente vendidos", sublinhou ainda Mário Ferreira.
Este investimento foi alvo de candidatura a fundos comunitários, ascende a 50 milhões de euros e, segundo o empresário, está já "pré-aprovado" pelas entidades públicas nacionais.
1 comment:
Porque ao que parece o projecto entregue pela Douro Azul aos ENVC era outro aborto de engenharia ao estilo do Atlântida.
http://www.forumdefesa.com/forum/viewtopic.php?f=16&t=8104&start=465#p222316
Cumprimentos
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