
"Portugal não vai estar presente, por “constrangimentos financeiros”, na reunião plenária da Comissão Baleeira Internacional (CBI), que se realiza a partir desta segunda-feira no Panamá, e que poderá decidir a criação de um santuário para os cetáceos no Atlântico Sul.
É a primeira vez que Portugal falha a reunião anual da CBI, desde que aderiu, em 2002, a esta organização, dedicada a regular a caça à baleia e na qual o país vinha tendo um grande protagonismo.
O comissário nacional à CBI, o biólogo Jorge Palmeirim, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, está demissionário há alguns meses mas tinha-se prontificado a acompanhar mais esta reunião. Mas a sua participação, juntamente com uma técnica do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, não teve luz verde.
Segundo informação do gabinete de imprensa do Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, “a participação portuguesa ficou condicionada por constrangimentos financeiros”.
“É uma situação incómoda, porque Portugal tem feito esforços genuínos para a protecção dos cetáceos”, afirma o biólogo Francisco Gonçalves, que acompanha as reuniões da CBI como consultor de algumas organizações não-governamentais ligadas aos oceanos e ao bem-estar animal. “É pena que se possa perder um trabalho de anos, por se decidir não enviar um representante”, lamenta.

Segundo Francisco Gonçalves, alguns países terão mudado de posição e um voto nesta fase – o de Portugal – poderia ser decisivo.

À reintrodução da proposta do santuário, o Japão respondeu com a reapresentação de outra proposta que pretende autorizar a caça comercial de baleias-anãs na costa japonesa, para consumo interno. Apesar da moratória, o Japão mantém a sua actividade baleeira, mas para “fins científicos” – o que é permitido pela Convenção Internacional para a Regulação da Caça à Baleia. No último ano, os barcos do país capturaram 445 baleias. Outras 676 foram caçadas pela Noruega e pela Islândia, países que apresentaram formalmente uma objecção à moratória de 1986.

Comentário do Cte. Joaquim Ferreira da Silva:
"Meu Caro Ricardo Garcia
Seu artigo de hoje no PÙBLICO, sob o tema em epigrafe, deixou-me quase abismado!
Então no momento em que os nossos governantes propelam por todos os quadrantes que “Portugal tem no Mar o seu grande desígnio futuro” é a primeira vez que o país falha sua presença em tão importante reunião anual, dos assuntos do Mar?

Então quando os governantes propagam aos quatro ventos que o Mar pode render 60 mil milhões de euros por ano em exploração mineira, não avança uns centos de euros para continuar a ser um dos membros mais activos na defesa e protecção das baleias?
Então quando Portugal procura na sua estratégia de centralidade atlântica o reforço da sua imagem de marca mundial não tem verba par deslocar um ou dois cientistas a uma reunião mundial das ciências do Mar da maior importância?
Parece afinal que me confirmam: continuamos a lançar ao Mar palavras em vez de barcos."

Imagens de autores desconhecidos retiradas da internet.
3 comments:
Caro Cte. Ferreira da Silva,
Não há dinheiro para nada e não esqueça o facto de que somos actualmente um protectorado dos nossos credores,que mandam cá regularmente um grupo de funcionários fazer a inspecção e avaliar o comportamento do "Governo de Portugal"...
O Government of Portugal fica manchado do sangue da omissão, muito triste actuação, espírito de Prince Henry muito incomodado...
SHD
Mas dinheiro para irem todos à China, ou todos ao Brasil, já há.
Isto está tudo trocado, tudo das avessas.
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