A crise, essa figura hedionda que persegue Portugal e os Portugueses piegas de forma inexorável, não parece poupar os navios e o mar.
Pelo menos não poupou uma bela princesa dos mares denominada PRINCESS DANAE. Primeiro foi em Dublin, um arresto de uma empresa de combustíveis italiana a reclamar uma conta de abastecimento nos antípodas com um segmento por liquidar. A conta foi paga de imediato e o PRINCESS DANAE lá seguiu para La Rochelle aliviado. Visitou depois a Corunha e Leixões sem novidades especiais, mas entretanto o incidente de Dublin foi propalado pela agência noticiosa Lusa, o que terá dado ideias a outro credor, desta vez um fornecedor de navios da Península de Setúbal de ascendência escandinava. Assim que o DANAE atracou em Lisboa, novo arresto com ele e logo a divida foi paga. Só que um navio que encalhe nas malhas da justiça portuguesa, é um caso sério para se safar. Chegou a hora da partida, pelas 16 horas, piloto e rebocador a postos, mas nada de desembaraço do navio. Faltava um papelinho e entretanto o tribunal já estava fechado. O paquete esperou, esperou até que de tanto aguardar desembarcou o piloto e mandou regressar um rebocador SAFADO verde e paciente. Os turistas nos tombadilhos do navio apreciavam Alfama a entardecer na ignorância da cegueira da justiça indígena. Cega, lerdinha e indiferente à imobilização de um paquete cheio de passageiros impacientes para se porem ao largo. Não chegou o desembaraço e o DANAE pernoitou em Santa Apolónia a retemperar forças para mais um dia de stress sai não sei, larga que larga, até que pelas 18 horas de 6 de Setembro, 26 horas depois do previsto o navio deixou o Tejo e, triste e envergonhado, fez-se ao mar, rumando directamente a Marselha, que a visita a Cádis havia entretanto sido cancelada.
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