Ignorando a polémica criada à volta da localização das gares marítimas na década de 1930 que atrasou a construção das Estações Marítimas em Alcântara e na Rocha, em 1938 o Presidente Salazar ordenou a edificação da Estação Marítima de Alcântara com o objectivo de estar pronta em 1940 a tempo da Exposição do Mundo Português.
A nova infraestrutura portuária deveria ser "um marco de civilização" causando boa impressão no primeiro contacto dos viajantes com uma Lisboa que se queria ser e parecer capital imperial.
Passaram muitos anos, a Gare de Alcântara só ficou concluída durante a guerra, mas prestou bons serviços ao longo de toda a segunda metade do século XX, assistindo ao apogeu e decadência da Marinha Mercante portuguesa e ao declínio dos grandes paquetes de linha regular que abandonaram o Tejo em 1977.
Depois vieram os cruzeiros e a carga geral deu lugar aos contentores. O cais foi sendo avançado e numa parte do cais de Alcântara à Rocha estabeleceu-se um terminal de contentores, que foi crescendo e expandindo. Sem querermos entrar em polémicas sobre a melhor vocação para o cais e Alcântara, verificamos que desde há uns meses o cais fronteiro ao edifício da Estação Marítima vem sendo ocupado com cada vez mais contentores, cujo efeito visual, longe de acentuar a beleza e funcionalidade do terminal de passageiros e o encanto do Tejo, transmite a sensação de desordenamento que infelizmente caracteriza a nossa vida a nível político e económico. Nota negativa para os intervenientes e responsáveis por esta situação. Fotografias registadas a 23 de Outubro de 2012 com o paquete INDEPENDENCE OF THE SEAS atracado a Alcântara.
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