Vários tripulantes do navio cruzeiro “Princess Daphne”, pertencente à empresa Classic International Cruises (CIC) e arrestado em Creta, estão sem receber o salário de Outubro e os primeiros dias de Novembro, disse à Lusa um dos elementos a bordo.
O tripulante, que pediu à Lusa a não publicação do nome por receio de represálias, afirmou que já foi entregue uma carta com o montante devido pela empresa aos trabalhadores, que se encontram a trabalhar sem receber desde o começo de Outubro, altura em que o barco foi arrestado em Creta, na Grécia.
Segundo o elemento da tripulação, haverá cerca de 10 portugueses a trabalhar a bordo do “Princess Daphne”, estando a Secretaria de Estado das Comunidades, de acordo com fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros, a acompanhar a situação desde o começo e que estará prestes a ser desbloqueada.
Em termos de financiamento, o Montepio Geral assegurou, ao longo dos anos, um “relacionamento comercial” com o grupo CIC, disse à Lusa fonte oficial da instituição financeira, que salientou que a caixa económica “estabeleceu permanentes contactos com a administração das empresas do grupo CIC, mas também com os sindicatos do sector”.
“Estes contactos, orientados para a necessidade de assegurar as condições sociais essenciais ao bem-estar das tripulações, justificaram que o Montepio apoiasse a resolução das situações de repatriamento e regularização das responsabilidades existentes no que diz respeito ao pagamento dos vencimentos devidos às tripulações dos diversos navios, até 30 de setembro do corrente ano”, acrescentou o Montepio.
Fonte oficial da instituição financeira explicou que se mantém atenta à situação, com o objectivo de “garantir que se encontram asseguradas as condições essenciais à resolução das situações sociais relevantes”.
A página da empresa na Internet contém apenas um comunicado de insolvência datado de 31 de Outubro.
Em Setembro, a World Cruises Agency confirmou que os navios de bandeira portuguesa “Princess Danae”, “Athena” e “Arion” encontravam-se detidos por arresto, os dois primeiros no porto francês de Marselha e o terceiro em Kotor, no Montenegro.
A World Cruises Agency esclareceu, na altura, em comunicado que os armadores foram financiados durante vários anos pelo Montepio Geral “o qual, apesar das mais variadas promessas e de ter nomeado um representante do banco no conselho de administração do grupo, abruptamente decidiu não financiar os valores necessários para terminar as operações até ao final da presente temporada”.
Notícia do jornal Público de 11-11-2012. Imagem de Clive Harvey. Favor não piratear. Respeite o meu trabalho / No piracy, please. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia
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