Friday, January 24, 2014

FLANDRE e ANTILLES


A França perdeu numerosos navios de passageiros durante a Segunda Guerra Mundial, incluindo o famosíssimo NORMANDIE, considerado por muitos o mais belo paquete de sempre, pelo que, terminado o conflito, a reconstrução das ligações marítimas de passageiros e dos próprios navios foi uma prioridade: recuperaram-se e modernizaram-se muitos navios e construíram-se outros, o maior dos quais seria o FRANCE de 1962.

Para a carreira Le Havre - Antilhas Francesas, foram então construídos dois navios gémeos de 20.000 toneladas, 23 nós de velocidade e capacidade para 780 passageiros, o FLANDRE e o ANTILLES, que entraram ao serviço, em 1952 e 1953.
Apesar de ter sido concebido para carreira da América Central, o FLANDRE acabou for ser utilizado na linha de Nova Iorque até 1962 e nessa primeira fase navegou com o casco preto. Já o ANTILLES foi sempre branco. Eram navios muito bonitos, cheios de personalidade, com linhas conservadoras derivadas das dos paquetes franceses da década de 1930, com ares de navios de guerra. Acabaram ambos destruídos por incêndios.
O FLANDRE foi o que navegou durante mais tempo. Em 1968 foi vendido à companhia italiana Costa e passou a ser o CARLA C. Curiosamente, em 1974 este navio foi remotorizado em Amesterdão, substituindo as turbinas a vapor originais por motores Stork, no mesmo estaleiro que no ano anterior havia remotorizado o nosso FUNCHAL. Em 1986 o navio alterou o nome para CARLA COSTA - já a preocupação de inovar a imagem dos navios de cruzeiros - e em 1992 foi comprado pela companhia grega Epirotiki Lines, mas com o novo nome de PALLAS ATHENA teve vida breve, ardendo no Pireu na noite de 24 de Março de 1994, após o que foi vendido para sucata na Turquia e chegou a Aliaga a 25 de Dezembro desse ano para ser desmantelado.
O ANTILLES fez sempre a linha da América Central e cruzeiros, ao serviço da Cie Generale Transatlantique (French Line), até que a 8 de Janeiro de 1971 se perdeu por encalhe seguido de incêndio junto à ilha de Moustique, nas Caraíbas, e foi totalmente destruído. Os passageiros foral recolhidos pelo então novo QUEEN ELIZABETH 2...
FLANDRE (1952-1968): 20.459 TAB, 44.000 SHP, 23 nós, 784 passageiros. ANTILLES (1953-1971): 19.828 TAB, 44.000 SHP, 23 nós, 777 passageiros. Fotografia dos dois irmãos atracados de braço dado no porte de armamento, Le Havre, no início das suas carreiras. Ver mais imagens e referências aos navios da CGT aqui.
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