A empresa grega THESARCO ficou classificada em primeiro lugar no concurso para alienação do navio ATLÂNTIDA pelo Estado Português, com uma oferta de 12.8 milhões de euros pelo infeliz navio, recusado pela ATLANTICOLINE em 2009, e que se transformou num símbolo da inépcia governamental e da desmaritimização.
Nunca tinha ouvido falar desta empresa e fiz uma investigação sobre o seu perfil cujos resultados não abonam em nada de positivo.
Notícias diversas referem esta empresa, com escritório no Pireu na rua Akti Miaouli, 99, Grécia e tida como propriedade do armador Evangelos Saravanos, como frequentemente citada por má práticas que vão desde a escravização de tripulações ao abandono de navios e posterior afundamento com geração de poluição. A THESARCO SHIPPING aparece acusada de escravizar tripulação: aqui e aqui. Outra notícia pouco abonatória aqui , relativa a fraudes e práticas inaceitáveis típicas de uma empresa de vão de escada grega.
Notícia relativa a um dos navios da empresa, abandonando em Colombo até que acabou por se afundar:
"Bulk carrier Thermopylae Sierra sank on the road of Colombo, Sri Lanka, on August 23, anchored on the road since 2009, after being detained in accordance with court order following cargo and crew disputes. Vessel was abandoned and not maintained for quite a time, authorities were warned well in advance about the risk of sinking. Thermopylae Sierra sank with some 70 tons of fuel on board, which doesn’t seem to worry much the authorities, who managed to remove some 250 tons of fuel, and are contented with the rest.
Photo by Mark Piche, http://forum.shipspotting.com/index.php?action=profile;u=388. Bulk carrier Thermopylae Sierra IMO 8313075, dwt 24779, built 1985, flag Cyprus, manager THESARCO SHIPPING, Greece."
A empresa apresenta-se como um corretor de navios e matérias primas: "we are trading and shipping company located in Greece, our main acitivity is trading and shipping ( we have 3 handy size vessels with deadweight capactity 15/25/28,000 mts respectively) and also we involved in trading of following commodities like wheat from Russia and Ukraine and bulk salt from Egypt as well as bulk coal and coke from Ukraine and Russia".
Com um cadastro destes não me admiro que o ATLÂNTIDA acabe por ser vendido à Douro Azul, mas com gregos piratas, nunca se sabe, embora o Estado e o Governo não fiquem propriamente prestigiados a negociar com supostos crápulas.
Toda a história do ATLÂNTIDA é para esquecer tal a indignação que desperta em mim. E depois olho para este episódio de governança exemplar e interrogo-me de quantos casos com contornos idênticos haverá por aí, de investimentos irresponsáveis e falta de consideração pelo bem comum, interesse nacional, chamem-lhe o que quiserem. E depois toca a alimentar o sistema com mais impostos. NÃO PODE SER.
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3 comments:
Boa tarde Caro Sr. Luís Correia,
Interessante a informação sobre a empresa! Concordo consigo esta é uma história triste!
Cumprimentos
Manuel
Tudo e melhor do que continuar apodrecer atracado em Alfeite, que tirem todo o potencial do mesmo.
Caro Luís.
Não me parece que a empresa se apresente como trader de navios mas sim de commodities. De facto eles são uma empresa de navegação (penso que do segmento trump) e os 3 handymax provam-no.
A questão é o que uma empresa com estas características se proporia fazer com o Atlântida, um navio de passageiros. Podemos suspeitar de um papel desempenhado por conta de terceiros, uma espécie de "front" com o significado anglo-saxónico de: "An apparently respectable person, group, or business used as a cover for secret or illegal activities"...
Cumps
P.Moreira
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