Um dos mais notáveis navios de passageiros do século XX, o paquete FRANCE (1962-1974) povoou o meu imaginário de criança habituada a navios e ao ambiente portuário em Lisboa e nas Ilhas. Em 1962, quando entrou ao serviço, o FRANCE era o expoente máximo da construção naval e um símbolo do renascimento da França após a tragédia de 1940. Este cartaz, editado pela French Line / Cie Gle Transatlantique, de Paris, ainda na década de 1950, mostrava já o perfil inicial do FRANCE, então em fase de projecto, destinado a substituir os navios ILE DE FRANCE e LIBERTÉ, o que efectivamente aconteceu com enorme brilho e sucesso, ainda que de curta duração, pois a aviação conquistou tudo, no Atlântico Norte e mais tarde noutras rotas de longo curso, tornando estes navios modernos obsoletos antes do tempo e geradores de enormes prejuízos. A carreira do "Paquebot FRANCE" na linha Le Havre - New York durou 12 escassos anos e terminou de forma inglória em Setembro de 1974 com a tripulação amotinada.
Como muito boas almas por esse mundo, o FRANCE teria uma segunda oportunidade de glória, ao ser adquirido em 1979 por um armador norueguês que o transformou no navio de cruzeiros NORWAY, o primeiro gigante das Caraíbas, percursor de toda a actual geração de superpaquetes gigantes.

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