Monday, December 25, 2006

TERCEIRA PONTE DO TEJO

Um dos projectos socrático-faraónicos do actual "team" de São Bento é a terceira ponte sobre o Tejo, cujo projecto de construção aparece associado ao TGV. Esta imagem do Mar da Palha obtida do pontal de Cacilhas, com um graneleiro à descarga será assim uma realidade ameaçada de extinsão.
Independentemente dos pressupostos técnicos e económicos do projecto, considerados polémicos por muito boa gente, preocupa-me o impacto visual da ponte em relação ao rio Tejo e à cidade de Lisboa e as limitações que a futura obra vai impor aos fundeadoros do mar da Palha, diminuindo a flexibilidade da zona portuária e as potencialidades do estuário do Tejo. Sem querer parecer "velho do Restelo", sempre há a hipótese de o projecto ir parar às calendas gregas, como tantos outros apresentados nas últimas décadas e caídos no esquecimento via poderes efémeros...
Luís Miguel Correia - 2006

5 comments:

Anonymous said...

ainda por cima o TGV pode passar pela actual ponte..

LUIS MIGUEL CORREIA said...

Não quero parecer retrógado, mas que todos estes processos ligados aos mega-projectos estão muito mal contados, em termos de fundamentos, lá isso...

LMC

Anonymous said...

é... também ainda não consegui perceber se o tgv pra Madrid vai incluir mercadorias ou não.. bem jeito dava, sempre eram mais uns navios aqui nos nossos portos

LUIS MIGUEL CORREIA said...

Garina,
Toda a vida ouvi falar sobre as nossas condições geográficas ideais para servir o interior de Espanha, mas o que tem acontecidoé às vezes ir-se descarregar a Vigo para o Norte de Portugal...
Com TGV ou sem ele, em termos de baldeação de cargas marítimas para Espanha, perdemos os combóios todos há muitos anos. Parece que essa actividade foi significativa duranta a guerra civil de Espanha, entre 1936 e 1939, pelos piores motivos... Depois disso, só quimeras...

LMC

PauloMestre said...

Não sonhem com mercadorias em linha de TGV... em França isso não se faz, e foram eles que desenvolveram e levaram o conceito do comboio de Alta Velocidade ao limite.

Precisavamos era rapidamente de um Plano Ferroviário Nacional com pés e cabeça e de politicos com visão de longo prazo... e nada disso existe.

Entre a malta que conhece bem o Mundo do Caminho de Ferro, e que conhece a nossa maneira tão peculiar de fazer as coisas há o medo de se acabar com o investimento na nossa paupérrima rede convencional porque se gasta o dinheiro todo a fazer o TGV... o que é a pior idiotice que se pode fazer.
Uma linha de TGV só é rentável se for alimentada por uma rede convencional eficiente.

Não há fundamento nenhum no TGV, apenas novo-riquismo.

Para que diabo quer um TGV um habitante de Chaves, Viseu, Fafe, Miranda do Douro, Montemor-o-Novo, Reguengos de Monsaraz, Vila Vicosa ou Moura?
Estas são só algumas das muitas terras que em tempos já tiveram comboio e que o viram ir embora por causa de politicos e gestores públicos incompetentes?

Os dinheiros da UE estão a acabar e os nossos (des)governantes querem aproveitar o resto do dinheiro comunitário para estoirar com a OTA e o TGV... ignorando o estado calamitoso da rede que supostamente servirá para alimentar e rentabilizar estes dois projectos, e não investindo mais um tostão na rede convencional.

Paulo Mestre