LUANDA sempre teve para mim o significado mágico dos grandes espaços inacessíveis de sonhos: uma baia linda com belos navios, claro, e um ponto num mapa grande pendurado na sala de aula da quarta-classe do colégio Externato Marista de Lisboa, de há muitos anos... Luanda era também nesse tempo o nome de um cargueiro bonito, da Companhia Colonial de Navegação, construído na Bélgica e perdido por incêndio em Marselha em 1973. Mais tarde descobri que não era o único, tinha havido um outro, o paquete mixto LOANDA, também da CCN, um dos navios da primeira geração da frota da empresa, e antes ainda, o paquete LOANDA, da famosa Mala Real Portugueza. Nos anos setenta, Luanda era em primeiro lugar uma imagem muito bonita do paquete INFANTE DOM HENRIQUE a desatracar do porto da cidade, rumo ao Lobito, então a escala seguinte numa rota que incluia ainda o Cabo, Lourenço Marques e a Beira...
Quando comecei a fotografar navios em 1975, ainda registei as últimas partidas e chegadas dos nossos paquetes de então vindos de Luanda, incluíndo as derradeiras viagens com tropas, do UIGE e do NIASSA. Depois Luanda passou a ser sinónimo de uma guerra periférica, daquelas que as grandes potências e os seus interesses inconfessados geravam sem nenhuma lógica aparente que justificasse as tragédias sem limites. O único pecado de Angola seria ser um território de riquezas ilimitadas. Felizmente isso é passado, como se pode sentir através do blogue LUANDA AZUL - LUANDA BLUES, editado pela Sailor Girl, com isenção e rigor informativo. Vale a pena espreitar...
Luís Miguel Correia - 25.12.2006
2 comments:
Thanks, mate!...
You are most welcome, and keep on with your excellent work, Sailor Girl...
LMC
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